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Celebrado nesta quinta-feira, 27 de novembro, o Dia Nacional da Educação a Distância (EaD) é uma data para refletir sobre os caminhos que desejamos construir para uma aprendizagem inclusiva, flexível e conectada às necessidades dos estudantes. Em 2025, essa demanda se tornou ainda mais urgente, devido às mudanças trazidas pelo novo marco regulatório da EaD.
O aumento da carga horária prática e presencial amplia também o protagonismo do aluno, que, justamente por isso, passará a exigir mais das instituições de ensino superior (IES). O cenário requer atenção à qualidade pedagógica, mas também transparência sobre o que as formações efetivamente entregam.
Nos últimos anos, a Plataforma A produziu diversos webinars para celebrar o Dia da EaD, trazendo palestrantes de renome mundial para discutir as principais tendências do setor. Diante do impacto das mudanças regulatórias, em 2025 a Edtech resolveu fazer diferente: apresentar uma minissérie com cinco conteúdos exclusivos feitos por especialistas para esclarecer as principais questões que permeiam o formato semipresencial — anteriormente conhecido como ensino híbrido.
Neste texto, apresentamos os dois primeiros, que trazem os depoimentos deRaphaela Novaes, coordenadora de Negócios da Plataforma A, e Daiana Rocha, gerente executiva de Conteúdo Digital e Editorial da +A Educação. Confira!
De acordo com o mais recente Censo da Educação Superior, o Brasil registrou, em 2024, um marco histórico: pela primeira vez, o número de alunos da EaD superou o do presencial. Dos 10,22 milhões de universitários, 5,18 milhões (50,7%) estudam online.
A formação de professores é o grande destaque dessa expansão: Pedagogia aparece como o curso mais procurado, com 887.695 matrículas — sendo 733.253 exclusivamente na modalidade a distância. Administração e Sistemas de Informação completam o pódio da EaD, enquanto o Direito segue hegemônico no presencial, sem oferta de cursos a distância.
Mas esses números contam apenas parte da história. O estudante da nova EaD é, sobretudo, um adulto que trabalha, gerencia múltiplas rotinas e enxerga no ensino digital uma chance concreta de ascender profissionalmente.
Uma pesquisa inédita do Instituto Yduqs, realizada pela Plano CDE, revelou que a maioria tem entre 25 e 40 anos, vive fora dos grandes centros urbanos e depende da flexibilidade para conciliar estudos, família e emprego.
Esse aluno, porém, já não se contenta com a simples oferta de videoaulas: ele quer plataformas intuitivas, tutoria ativa, suporte rápido e experiências práticas que façam sentido no mercado de trabalho. Por isso, busca trilhas formativas curtas, conteúdos aplicáveis e acompanhamento real. É um público pragmático, digital e consciente do que necessita para avançar na carreira — e exige que as IES acompanhem esse nível de maturidade.
Para as universidades, isso implica abandonar modelos “automáticos” e apostar em experiências de aprendizagem mais dinâmicas e coerentes com a realidade desse aluno.
Na abertura da série, Raphaela Novaes destaca que o atual cenário da educação a distância exige abandonar a separação rígida entre presencial e online. “Quando nos referimos a uma nova EaD, estamos falando em não dividir mais o que é presencial e o que é a distância”, afirma ela. “É necessário pensar na experiência de aprendizagem. E, ao pensar nessa experiência, precisamos definir público, objetivos e, só então, planejar o formato mais adequado.”
Nesse sentido, cada escolha precisa ser intencional: um momento síncrono presencial se justifica quando há necessidade de mediação direta do professor em um ambiente físico — por exemplo, ao realizar uma metodologia ativa que depende da troca entre estudantes. “Isso justifica o deslocamento desse estudante até o polo, até o campus”, explica a coordenadora de Negócios.
Em outras situações, o momento síncrono virtual é suficiente, já que as tecnologias atuais permitem conduzir atividades interativas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). “O essencial é planejar muito bem as experiências adequadas a cada momento, a cada público, a cada curso, a cada competência que a gente precisa desenvolver.”
Nas licenciaturas, o desafio é ainda maior. Novaes lembra que já há diretrizes curriculares nacionais definidas e um grande contingente de estudantes que estava na EaD e agora migra para a modalidade semipresencial. O ponto crítico passa por entender como aproveitar os momentos físicos de forma pedagógica: desenvolver competências reais, como planejamento de aula, e permitir que o estudante “experimente essa prática com outros colegas”. Para ela, o que ocorre no AVA “não pode ser algo que não tem nenhuma conexão com o momento presencial”.
O mesmo vale para espaços como brinquedotecas. “O estudante pode acessar a base teórica no AVA, utilizar laboratórios digitais para aprofundar conceitos e, ao chegar ao presencial, transformar esse conhecimento em troca e prática”, argumenta. Nesse modelo integrado, a aprendizagem combina fundamentação, experimentação e interação, atendendo às expectativas de qualidade exigidas pelo novo marco da EaD.
No segundo episódio da série, Daiana Rocha ressalta que o marco regulatório não veio para limitar o setor, mas para “elevar o padrão”, estimulando modelos mais inteligentes, híbridos e focados em aprendizagem ativa e significativa.
“Isso é muito bom, porque estamos vendo formatos que antes pareciam distantes do digital, como aulas práticas supervisionadas, microcertificações rápidas, trilhas personalizadas e experiências imersivas, aproximando o aluno do mundo profissional”, aponta a gerente de Conteúdo Digital e Editorial da +A Educação.
As mudanças dialogam com o novo perfil de aluno, que, segundo a especialista, busca construir sua própria jornada, combinando flexibilidade com profundidade. “Hoje temos uma geração de estudantes que busca conteúdos aplicáveis, curtos e alinhados às transformações do mundo do trabalho.”
A gestora observa que temáticas como inteligência artificial (IA), ESG, saúde mental, gestão de projetos, inovação educacional e de negócios, e, principalmente, dados, estão entre os mais procurados nas graduações e pós-graduações de EaD, “porque refletem o que o mercado exige e o novo marco incentiva”.
“As instituições estão revisando seus portfólios para dialogar com demandas reais, e o resultado tem sido um ensino digital mais relevante, humano e sintonizado com o futuro”, diz.
Além disso, o novo marco reforça algo essencial: qualidade não é o fim do processo, mas o começo, pois deve estar presente na arquitetura pedagógica, nos critérios de avaliação, no acompanhamento do aluno e na experiência que ele vive ao longo do curso. Isso significa que as IES precisarão fortalecer pilares como estrutura acadêmica e tecnológica integrada, formação continuada das equipes, avaliações mais autênticas e gestão baseada em evidências e dados reais de aprendizagem.
“Hoje, os cursos que vêm crescendo são os que trabalham metodologicamente de maneira híbrida e com certificações, pois oferecem aprendizagem aplicada, modular e flexível. São caminhos que mostram como inovação e qualidade podem andar juntas na educação a distância”, conclui.
Por Redação
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