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Muito se fala sobre a saúde emocional dos estudantes — e com razão. Mas quem garante suporte a quem forma gerações?
São professores, tutores, técnicos e equipes administrativas que mantêm a rotina acadêmica em movimento, mesmo diante de excesso de tarefas, escasso reconhecimento e apoio insuficiente.
A realidade é que não se trata de casos isolados, mas de um cenário cada vez mais visível no país.
O Brasil vive uma epidemia de transtornos mentais relacionados ao trabalho. Em 2024, foram registrados mais de 470 mil afastamentos por transtornos mentais — um salto de 68% em relação a 2023, segundo o Ministério da Previdência Social. Trata-se do maior número da década.
No setor educacional, os impactos são particularmente graves. A Revista Ensino Superior tem destacado o avanço do sofrimento psíquico entre docentes e demais profissionais das instituições de ensino superior (IES).
Além da pressão por desempenho, eles enfrentam sobrecarga de tarefas, turmas numerosas, insegurança institucional e ausência de apoio psicológico. O resultado? Aumento do absenteísmo, da rotatividade e queda na qualidade da aprendizagem.
De acordo com a Pesquisa sobre a Qualidade de Professores e Aprendizado no Brasil, da Fundação Getulio Vargas (FGV), os docentes são o fator intraescolar com maior impacto na aprendizagem dos estudantes: respondem por 65,7% do desempenho no ensino fundamental e por 47% no ensino médio.
Isso significa que suas ausências por licença médica afetam diretamente tanto o aprendizado dos alunos quanto o cumprimento do calendário acadêmico das instituições.
O mesmo vale para o ensino superior. Por isso, é preciso ficar atento. Principalmente agora.
Desde 26 de maio está em vigor a nova versão da Norma Regulamentadora No. 1 (NR-1), que estabelece as diretrizes do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) em todas as empresas do país.
A atualização da norma reconhece que o adoecimento mental no trabalho é um risco ocupacional que precisa de prevenção e gestão sistemática.
Cobrança excessiva por produtividade acadêmica, publicações científicas e desempenho institucional.
Turmas numerosas, acúmulo de funções administrativas e múltiplos vínculos empregatícios.
Dificuldades de relacionamento em equipes, choques de liderança e falta de canais adequados de mediação.
Práticas abusivas, competitividade tóxica e exposição a críticas desmedidas.
Ausência de políticas institucionais de bem-estar, canais de escuta e acompanhamento psicológico.
Esses fatores, antes muitas vezes atribuídos à esfera pessoal, passam a ser tratados como riscos ocupacionais que exigem identificação, prevenção e monitoramento.
Para universidades e faculdades, significa que a gestão acadêmica deve integrar a saúde mental ao mesmo patamar de importância dado à segurança física.
A obrigatoriedade, no entanto, só começa em 26 de maio de 2026. Até lá, as empresas terão um período educativo para ajustar seus processos às novas regras, sem aplicação de multas.
Para atender à norma e, principalmente, cuidar da sua comunidade, as IES precisarão agir com planejamento e intencionalidade. Eis os principais passos:
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), adiar essas medidas tende a agravar quadros de estresse, ansiedade e depressão. Isso compromete não apenas a saúde dos trabalhadores, mas a própria sustentabilidade e reputação das instituições.
É preciso ir além da legislação. A saúde mental precisa entrar no plano estratégico das instituições. Promover ambientes mais humanos e acolhedores melhora o engajamento, fortalece a cultura institucional e ajuda a atrair e reter talentos — diferenciais cada vez mais valorizados por estudantes e docentes.
Como o setor de educação superior é intensivo em
trabalho intelectual, a nova NR-1 pressiona gestores a
valorizar a saúde mental como parte da gestão institucional, sob pena de responsabilização futura.
Até o prazo estabelecido pela portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) n.º 765, há espaço para ensaiar boas práticas: programas de bem-estar docente, apoio psicológico interno e políticas de flexibilização de carga horária podem funcionar não só como adequação à norma, mas também como diferenciais de retenção de talentos em um setor marcado pela rotatividade.
Entre aulas, prazos, atividades administrativas e vida pessoal, é preciso equilíbrio emocional e boas estratégias para administrar o estresse. A leitura pode ser uma grande aliada, trazendo conhecimento, ferramentas práticas e novas formas de encarar os desafios.
A seguir, algumas obras que podem ajudar nesse caminho:
Revisita os transtornos mentais mais comuns na infância e adolescência, trazendo orientações práticas para a promoção da saúde mental, a prevenção de problemas e a diferenciação entre comportamentos esperados do desenvolvimento e sinais de transtornos.
Um manual prático de terapia cognitivo-comportamental, com exercícios simples para enfrentar ansiedade, depressão e estresse, lidar com pensamentos difíceis e fortalecer autoestima, autocompaixão e resiliência.
Um guia baseado no modelo DNA-V, que combina terapia de aceitação e compromisso com psicologia positiva para ajudar a lidar com mudanças, cultivar hábitos mentais saudáveis e reduzir o estresse diante da incerteza.
Combina terapia cognitivo-comportamental e terapia de esquema emocional para ajudar a compreender crenças sobre as próprias emoções e adotar estratégias mais saudáveis para lidar com tristeza, raiva e ansiedade.
Apresenta estratégias baseadas em terapia comportamental dialética e mindfulness para ajudar adolescentes a lidar com emoções intensas, encontrar calma e identificar o que traz satisfação e bem-estar no dia a dia.
Manual com estratégias práticas da terapia cognitivo-comportamental para reconhecer gatilhos de ansiedade, questionar pensamentos que geram angústia e enfrentar situações desafiadoras de forma segura e gradual.
Guia prático com técnicas da terapia cognitivo-comportamental para enfrentar medos e reduzir a ansiedade, oferecendo estratégias passo a passo para diferentes transtornos, além de orientações sobre prevenção de recaídas e cuidados complementares
Reúne técnicas objetivas e de aplicação rápida — como relaxamento, mindfulness e reestruturação de pensamentos — para ajudar a reduzir a ansiedade e retomar o foco nas prioridades acadêmicas e pessoais.
Mostra como incorporar o mindfulness à rotina de forma simples e realista, com práticas que cabem no dia a dia e ajudam a lidar com pressões, manter o foco e fortalecer o bem-estar.
Apresenta práticas de mindfulness e autocompaixão para reduzir a autocrítica, lidar melhor com desafios pessoais e profissionais e cultivar mais equilíbrio emocional no cotidiano acadêmico.
Todas as obras indicadas fazem parte do selo Artmed, referência nacional na publicação de livros técnicos e científicos nas áreas de saúde, educação e ciências humanas.
Os títulos podem ser adotados individualmente, mas ganham força quando inspiram ações coletivas nas IES.
Por Redação
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