A gestão pedagógica de qualquer Instituição de Ensino Superior (IES) não é tarefa fácil. Como saber, por exemplo, se os professores de uma mesma disciplina estão trabalhando alinhados? Se existem gaps na aprendizagem capazes de serem solucionados ao longo da jornada do aluno? Ou mesmo se as avaliações estão sendo assertivas para medir o conhecimento dos alunos?
A Mackenzie, uma das universidades privadas mais tradicionais do Brasil, vem revolucionando sua gestão pedagógica por meio de dados. Ou seja, a informação é encarada como a pedra fundamental desse processo.
Novo petróleo
O conhecimento fornece a base mais confiável para a tomada de decisão. Não à toa, tornou-se famosa a máxima de que “dados são o novo petróleo”. Afinal, as informações consolidadas ajudam a prever cenários, corrigir rotas e criar um planejamento estratégico mais assertivo. Para ter esses dados em mãos, é preciso coletá-los de maneira adequada. Há dois anos, a Mackenzie vem fazendo isso usando a tecnologia como uma poderosa aliada.
A solução encontrada pela IES foi o Avalia, um sistema de avaliação que oferece um banco com mais de 120 mil questões produzidas a partir do padrão do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e baseado nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos. Além disso, o docente pode inserir suas próprias questões no sistema, e não precisa se preocupar com a correção – que é automatizada. Isso facilita a rotina e otimiza o tempo de cada profissional.
Mas há outros ganhos além da praticidade. O maior deles é a possibilidade de acompanhar o aprendizado dos estudantes em longo prazo, o que garante mais sustentabilidade à estratégia da IES. Ao produzir indicadores, a solução ganha, também, importância gerencial.
“A partir da aplicação da prova, diversos dados são gerados. A gente consegue ver o grau de engajamento dos professores, e como dentro de uma mesma turma há grupos heterogêneos de estudantes – alguns com mais, outros com menos dificuldades”, explica Sergio Dantas, coordenador geral de graduação da Mackenzie. Ele conta que, inicialmente, a ideia era apenas buscar uma solução para preparar os estudantes para o Enade.
Com o resultado das avaliações, os coordenadores de curso conseguem ajustar as rotas dos planos de ensino, caso seja necessário. Mais do que isso, eles têm em mãos uma fotografia de como os professores atuam nas diferentes disciplinas. Dessa maneira, ao alocar as aulas do próximo semestre, a gestão pode direcionar o docente para os temas onde ele apresenta melhor desempenho.
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Como funciona
A implantação do Avalia vem acontecendo de maneira gradativa. Atualmente, quase 30 cursos da IES já realizam a prova. A expectativa é que no segundo semestre de 2022 toda a universidade esteja usando a ferramenta.
No caso da Mackenzie, há duas modalidades de exame. Uma delas é a prova integrada, personalizada de acordo com as disciplinas que o estudante cursou no semestre. “A riqueza de dados é muito grande, pois podemos perceber possíveis falhas e corrigir ao longo do curso”, diz Dantas.
Ele conta que a ferramenta também vem ajudando a universidade a colocar em prática um desejo antigo: fazer com que os professores que ministram as mesmas disciplinas conversem entre si. “Como eles precisam selecionar as questões para a prova integrada do Avalia, devem lecionar os mesmos conteúdos, para não ter disparidade entre as provas. Isso tem sido bem positivo”, explica o coordenador.
O outro produto é o simulado do Enade, aplicado no ano da prova para estudantes dos cursos selecionados. Em 2020, a avaliação foi suspensa por causa da pandemia. Já em 2021, apesar de atrasos na comunicação do Ministério da Educação, a prova foi aplicada, assim como o simulado.
Com os resultados, os professores identificaram os principais pontos de dificuldade dos alunos e deram início a uma série de ações para enfrentá-las. “O simulado também ajuda os estudantes a entrarem no clima da prova, o que é muito importante para o engajamento”, completa Dantas.
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