A guerra Israel-Hamas completa 1 mês.
No dia 7 de outubro de 2023, a organização terrorista islâmica Hamas, que governa a Faixa de Gaza, realizou um ataque surpresa em várias cidades de Israel. Foi a maior e mais brutal ofensiva da história. No lado israelense, mais de 1.400 pessoas foram mortas, incluindo brasileiros, pessoas idosas, mulheres e crianças. Centenas são mantidas como reféns ou estão desaparecidas.
Desde então, Israel declarou guerra ao Hamas. A resposta incluiu ataques aéreos e por terra em Gaza. Mais de 9.770 palestinos morreram, e outras centenas ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde (controlado pelo Hamas).
Assim como o conflito entre Rússia e Ucrânia, a guerra Israel-Hamas acirrou os ânimos em diversas partes do mundo. Um acalorado debate está em curso, inclusive no ensino superior.
Reações levantam temor de antissemitismo
Nos Estados Unidos, estudantes e ativistas pró-Israel e pró-Palestina protagonizaram várias discutissões nos campi universitários, conforme o portal The Chronicle of Higher Education. Vários protestos acabaram em violência. Aulas foram suspensas.
Professores e alunos de instituições como Harvard e Universidade de Nova York (NYU) assinaram cartas expressando solidariedade aos apoiadores palestinos – algumas acusando Israel pela guerra –, enquanto pichações e cartazes antissemitas surgiram em várias universidades.
Esse ambiente hostil que começou com declarações de organizações estudantis pró-palestinianas justificando o terrorismo transformou-se rapidamente em ameaças de morte e ataques físicos, deixando os estudantes judeus alarmados e vulneráveis.
Parte da comunidade judaica alega existir um antissemitismo arraigado na academia, em especial na americana – que não é capaz de se sensibilizar, apesar das ações brutais do Hamas. Também se queixa da falta de apoio em algumas instituições de ensino, desconsiderando o fato de Israel ser o único país do Oriente Médio que é política, econômica e culturalmente alinhado ao Ocidente.
Em meio à preocupação com a retórica antissemita nas faculdades americanas, entidades representativas enviaram na semana passada uma carta a quase 200 reitores, instando-os a investigar as possíveis violações de leis federais e estaduais contra o apoio ao terrorismo.
De acordo com a Casa Branca, os Departamentos de Justiça, Segurança Interna e Educação dos EUA criaram uma força-tarefa para investigar as manifestações antissemitas, inclusive em sites e redes sociais. Programas de apoio foram criados para fazer com que mais professores, funcionários e alunos judeus se sintam confortáveis e seguros ao relatar incidentes de ódio e violência.
Aqui no Brasil, o antissemitismo também preocupa. Entidades judaicas afirmaram que houve um aumento de 1.200% nos casos desde o início da guerra Israel-Hamas. Apenas a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro registrou pelo menos 87 relatos de crimes de racismo e xenofobia. Antes do mês de outubro, a média não chegava a 4 casos por mês.
IES de Israel solicitam apoio
Na semana passada, os presidentes de várias instituições de ensino superior (IES) de Israel escreveram uma carta aos colegas internacionais, apelando-lhes para que concedessem aos estudantes e professores judeus e israelitas “o mesmo respeito e proteção que qualquer outra minoria”.
Outra coalizão formada por mais de 100 IES – incluindo faculdades e universidades públicas e privadas –, intitulada Universities United Against Terrorism, lançou uma campanha “baseada em princípios unificadores fundamentais”.
Assinada por presidentes e reitores de universidades, faculdades e associações de ensino superior nos EUA e no mundo, a declaração diz: “Estamos com Israel, com os palestinos que sofrem sob o governo cruel do Hamas em Gaza e com todas as pessoas de consciência moral”.
De fato, toda e qualquer universidade precisa ser firme em impedir a intimidação de estudantes judeus. O mesmo vale aos palestinos. É preciso manter professores e alunos em um padrão mais elevado.
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