Em 2018, a faculdade Censupeg decidiu implantar a aprendizagem baseada em projetos (ABP) em seus cursos de educação a distância (EaD). Naquela época, no entanto, a abordagem funcionava de um jeito diferente: no final de cada disciplina, era entregue um pequeno projeto, que, ao fim do semestre, virava um projeto maior.
“Mas isso foi mudando porque a quantidade de alunos aumentou e a gente começou a entender que precisávamos estudar e entender mais a metodologia”, relata Fernando Novais, gestor de Inovação da Censupeg.
As práticas foram relatadas no podcast A Voz do Conhecimento, durante a realização do 28º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância (CIAED), evento que aconteceu de 15 a 18 de outubro no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro.
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A Censupeg
Localizada em São Fidélis (RJ), a instituição de ensino superior (IES) iniciou suas atividades educacionais em 2011 por com dois cursos: Enfermagem e licenciatura em Ciências Sociais. Na época, ainda era chamada de Faculdade São Fidélis.
Em 2014, o Grupo Educacional Censupeg assumiu o comando da IES, que hoje recebe o mesmo nome. Logo após as mudanças, iniciou-se o projeto de expansão, com o credenciamento para EaD.
A aplicação da aprendizagem baseada em projetos é feita principalmente nos cursos a distância, o que gera um desafio a mais para a instituição. Mas após a legislação da curricularização da extensão, em 2020, a Censupeg entendeu que os projetos poderiam integrar a parte prática determinada pela lei.
“Agora nossos projetos são semestrais”, conta o gestor. “O aluno já entra no primeiro dia de aula sabendo que desenvolverá um projeto”. Esse trabalho é feito por meio de uma plataforma e um professor que faz uma mentoria quinzenal com os estudantes.
Novais explica que com a plataforma GPA (Gestão de Projetos Acadêmicos) é possível fazer uma gestão mais adequada dos projetos, mesmo a distância. Inclusive, com a ferramenta, o professor acaba sendo pouco solicitado e os alunos ganham mais autonomia.
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Aprendizagem baseada em projetos
O ensino baseado em projetos visa entregar ao aluno uma aula dinâmica, propondo resoluções ao invés de uma exposição passiva. Ou seja, o discente aprende fazendo.
“A ABP faz com que os alunos desenvolvam as competências socioemocionais e senso crítico para ir até a comunidade encontrar um problema e desenvolver uma solução”, afirma o gestor da Censupeg.
Coordenadora de Negócios da +A Educação, Raphaela Novaes explica que as IES normalmente têm dois desafios quando o assunto é ABP: entender como funciona o modelo de aprendizagem e conseguir dar escala e organização para esse trabalho. Ambos já foram superados pela Censupeg.
Gestão de Projetos Acadêmicos
O processo de gestão é complexo e envolve muitas interações, principalmente quando se trata de educação a distância. É nesse cenário que a plataforma GPA, desenvolvida pela +A Educação, atua.
A ferramenta foi idealizada pelo professor Fábio Paz, que utilizava a metodologia em sala de aula e percebia alguns desafios a serem superados. Entre eles, os principais eram:
- Entender como acompanhar os estudantes durante o processo, e não apenas no final ou na execução do trabalho;
- Ter evidências dessa execução e da construção do projeto;
- Identificar um desafio da comunidade e conseguir se conectar com o mercado.
De acordo com Renata Perrenoud, consultora de Aprendizagem Baseada em Projetos da +A Educação, a plataforma de Gestão de Projetos Acadêmicos ajuda as instituições a implementarem a abordagem, além de conectar seus objetivos específicos com os trabalhos desenvolvidos.
“Fazer com que o aluno e o professor estejam engajados no projeto é um desafio, mas se a IES tem a metodologia e a tecnologia certas, é possível fazer funcionar”, pontua.
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