As semanas acadêmicas abrem espaço para a união entre a academia e o mercado de trabalho. Esses eventos promovem a troca de experiências entre estudantes e profissionais que atuam em áreas correlatas aos cursos das instituições de ensino superior (IES).
“É uma forma de manter a IES atualizada em relação às boas práticas acadêmicas e mercadológicas. Além disso, a semana acadêmica estreita laços com os alunos”, ressalta o analista de sucesso do cliente e especialista em educação superior da Plataforma A, Rodrigo Segabinazzi.
Mas como, afinal, as IES podem inovar na programação da semana acadêmica e promover atividades engajadoras e que contribuam para a trajetória dos alunos?
Planejamento da semana acadêmica
Tudo começa com planejamento. Em primeiro lugar, as IES devem conciliar as temáticas e os objetivos da semana acadêmica com os valores da instituição e dos seus cursos.
É a partir daí que a organização do evento escolhe os convidados de palestras e demais atividades. O ideal, nesse caso, é buscar entidades, empresas e profissionais alinhados à cultura da universidade.
As carências profissionais dos estudantes também devem ser consideradas. Isso significa que os conteúdos dos workshops, por exemplo, precisam contar com aspectos que contribuam para o desenvolvimento profissional e para a aprendizagem dos alunos.
“Esses pontos são primordiais para organizar uma semana acadêmica que tenha uma boa adesão e engajamento entre os estudantes, além da alta participação dos profissionais do mercado”, diz Segabinazzi.
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O desafio do engajamento
A geração de oportunidades para os alunos é uma das razões da existência da semana acadêmica. Os estudantes são, portanto, os verdadeiros protagonistas do evento.
De qualquer maneira, o principal desafio das IES é garantir o engajamento. A professora do curso de Administração do Centro Universitário Fadergs, Janine Cardoso Rocha, enfatiza que o maior obstáculo das semanas acadêmicas é a falta de participação dos estudantes.
“Os alunos enxergam a semana acadêmica como um período sem aula. Os mais engajados participam, mas a maioria não quer”, conta a professora
Algumas práticas podem ajudar a mudar esse quadro. Segabinazzi orienta que as instituições de ensino tragam os alunos para a organização da semana acadêmica. Isso porque ninguém conhece melhor as necessidades dos estudantes do que eles mesmos.
Dessa forma, em parceria, as IES conseguem definir os temas das atividades para atingir problemas reais dos estudantes com mais precisão. “Se tentar atender a todos os cursos, porém, a instituição acaba não focando em ninguém”, esclarece Rocha.
Também é necessário estabelecer ganhos substanciais para os estudantes através de certificações e horas complementares, por exemplo. Essa estratégia ajuda na atratividade, pois dá ao aluno um incentivo mais palpável para participar.
Por fim, a comunicação é um passo importante. Além de utilizar os canais institucionais, como e-mail e portal do aluno, a dica é fazer a divulgação da semana acadêmica de maneira criativa através das redes sociais.
“O objetivo é formar uma corrente de informação, onde os alunos que participaram do planejamento do evento compartilhem a programação com os colegas nas redes sociais”, afirma Segabinazzi.
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Inovação nos princípios do evento
O mercado de trabalho está em transformação, mas nem sempre esse movimento é acompanhado pelas IES.
Segundo um levantamento da consultoria Educa Insights, 69% dos gestores acadêmicos acreditam estar preparando adequadamente os alunos para o mercado de trabalho, mas apenas 39% dos empregadores concordam com essa afirmação.
“Uma forma de inovar é trazer tecnologias usadas nas empresas para a semana acadêmica. Então, o aluno verá o que está acontecendo no mercado e entenderá que a instituição está conectada com o âmbito profissional”, destaca Segabinazzi.
Assim, a semana acadêmica pode ser uma ponte que diminui o abismo entre a academia e o mercado de trabalho, aproximando os alunos da vida profissional que os espera após a formatura. Ao mesmo tempo, é a chance de as IES criarem um senso de comunidade e mostrarem aos alunos que podem impulsionar sua empregabilidade.
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