Em um artigo recente, onde reflete sobre 4 indústrias impactadas pelo coronavírus e o que vem depois, Peter Diamandis reconhece que os efeitos mais notáveis da pandemia talvez tenham sido em escolas e empresas de educação.
Afinal, em todo mundo, 1,5 bilhão de estudantes chegaram a ficar com aulas suspensas ou remotas durante a quarentena. Nesse sentido, melhor para os que já investiam na educação digital. Muita gente, por sinal. A julgar pelas cifras.
Em 2019, os investimentos globais em edtech ultrapassaram US$ 18,6 bilhões, impulsionando uma mudança de mercado para o aprendizado digital e salas de aula personalizadas. (No Brasil, as startups de educação cresceram 23% em dois anos.)
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À medida que a pandemia abre caminho para a inovação, afirma Diamandis, o mercado de educação online agora deve atingir de US$ 350 a 400 bilhões até 2025. E é provável que os números acelerem, acrescenta o cofundador da Singularity University e autor do best-seller Abundância: o futuro é melhor do que você imagina.
“Durante anos, o déficit educacional continuou aumentando, à medida que a dívida estudantil (principalmente nos EUA) dispara. Mas o ROI de uma graduação é questionável, na melhor das hipóteses.”
Diamandis continuou o artigo dizendo que – diante de um futuro no qual a convergência de 5G, inteligência artificial, realidade aumentada e virtual digitaliza, desmaterializa, desmonetiza e democratiza a educação – em breve o setor poderá oferecer o mesmo nível de educação personalizada a cada aluno, independentemente do status socioeconômico.
“Da mesma maneira que o Google democratizou o acesso à informação, e o YouTube o fez por entretenimento.”
Peter Diamandis mergulha em três oportunidades. São ideias a se considerar para o setor educacional, segundo ele.
Ensino individual habilitado para IA em casa
Inteligência artificial (IA) e tecnologias imersivas (principalmente realidade virtual e aumentada) podem em breve aumentar a educação de seus filhos, oferecendo conteúdo personalizado com base nos dados dos alunos. Há empresas, como a Affectiva, que conseguem usar a câmera frontal de um dispositivo para oferecer tecnologia de IA emocional – para que pais e professores saibam quando o aluno está excitado, confuso ou entediado.
“Isso permite que educadores e plataformas da edtech adaptem sua estratégia educacional de forma personalizada em tempo real, de microssegundo a microssegundo”, explica Diamandis.
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Jogos como educação
Peter Diamandis tem dois meninos na 2ª série. “Se eu tivesse acesso a jogos convincentes, que eram aprovados por professores e instituições de ensino, eu os comprava e deixava meus filhos brincarem por horas.”
O fundador da Singularity imagina a seguinte promessa de um jogo: “O domínio deste jogo por seus filhos significa que eles cumpriram todos os requisitos do currículo de matemática da 2ª série.”
Educação como uma assinatura
Para o ensino superior, a ideia de ingressar na faculdade ou na pós-graduação e nunca mais voltar a estudar já não é mais válida. Por isso cresce a afirmação de que o lifelong learning é o futuro da educação.
“Como resultado, nossas instituições de ensino superior devem considerar oferecer serviços de educação como uma assinatura vitalícia”, sugere Diamandis. “Quando aceito o MIT, é uma oferta que espero usar ao longo da minha vida, fazendo cursos on-line, em VR e, ocasionalmente, no campus.”
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Sobre o autor
Peter Diamandis é geneticista formado pelo MIT, fundador executivo da Singularity University e autor de livros como Abundância – O futuro é melhor do que você imagina. Recentemente nomeado pela Fortune como um dos “50 maiores líderes do mundo”, ele também atua como presidente executivo da X Prize Foundation.
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