

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit
Depois de meses de espera, as aulas presenciais voltaram. Todavia, com medo de expor as crianças ao vírus ou por problemas financeiros, alguns pais e responsáveis não só impediram o retorno ao presencial: eles deixaram de matricular os filhos em 2021.
Aqui cabe lembrar: a obrigatoriedade de ingressar no ensino infantil é apenas para crianças que tenham quatro anos completos até 31 de março do ano da matrícula. Para o ingresso no 1º ano do ensino fundamental, é preciso ter seis anos até 31 de março.
Crianças que completam quatro ou seis anos a partir de 1º de abril de 2021, portanto, estão respectivamente dispensadas da matrícula obrigatória em escola infantil e fundamental.
Em 2020, o número de crianças e adolescentes de seis a 17 anos fora da escola foi de 1,5 milhão. No ano anterior, de acordo com o estudo Cenário da Exclusão Escolar no Brasil , do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), esse número era de 1,1 milhão. A suspensão das aulas presenciais , somada à dificuldade de acesso à internet e à tecnologia durante a pandemia, estão entre os fatores que explicam evasão.
O levantamento revela outros detalhes. A faixa de seis a 10 anos é a mais impactada: 41% das crianças dessa faixa etária estava fora da escola ao final de 2020. Dos jovens de 15 a 17 anos, 31,2% estavam excluídos; entre 11 a 14 anos, 27,8%.
O estudo faz recomendações para reverter essa exclusão, como realizar campanhas de comunicação comunitária, com foco em retomar as matrículas . Foi o que fizeram diretores e professores de escolas públicas de São Paulo. Muitos realizaram maratonas de ligações, mensagens e visitas domiciliares para convocar os alunos de volta à sala de aula.
Crianças do Centro de Educação Infantil do Núcleo Bandeirante.
Não matricular os filhos na escola acarreta prejuízos sociais, emocionais e de aprendizagem. Como se não batasse, os responsáveis ainda correm o risco de serem denunciados ao Conselho Tutelar. Numa medida extrema, podem responder por crime de abandono intelectual, previsto no código penal.
Com a crise econômica potencializada pela pandemia, muitos pais perderam empregos e ficaram sem condições de honrar as mensalidades escolares. A saída tem sido matricular os filhos em uma escola pública. Entretanto, a busca pela vaga no início de 2021 pode ter demorado mais que o esperado.
Esse foi um dos motivos que levou o Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB), entidade que congrega os Tribunais de Contas (TCs) brasileiros, encaminhar aos órgãos de controle, no fim de agosto, uma Nota Técnica. O documento traz oito recomendações quanto à adoção de medidas de fiscalização – a fim de viabilizar a matrícula escolar a qualquer momento durante 2021.
De acordo com o presidente do CTE-IRB, Cezar Miola, para que o processo de busca ativa escolar seja efetivo, a matrícula das crianças e jovens deve ser realizada independentemente do período do calendário escolar. Se a medida for aprovada, os pais que não conseguiram matricular os filhos em uma escola pública no início de ano poderão fazer isso ao longo do ano – ou seja, fora do prazo de matrícula.
As aulas presenciais já estão acontecendo em todo país em algum nível. A maior parte das escolas trabalha com o modelo híbrido ou oferecendo a opção de continuar em casa, com aulas 100% virtuais.
Em setembro de 2020, o Conselho Nacional de Educação (CNE) havia aprovado a continuidade do ensino remoto até dezembro de 2021. Posteriormente, a medida foi alterada pelo MEC – o modelo está autorizado enquanto durar a pandemia. Dessa forma, os pais podem optar por uma das duas opções de ensino. Deixar de matriculá-los, porém, não é uma escolha.
Por
Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!
MAPA DO SITE