Lourdes Atié: uma conversa com os educadores

Redação • 10 de janeiro de 2020

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    Lourdes Atié

    Alunos da Escola Municipal Jardim da Conquista, em São Paulo. Crédito: USP Imagens/Cecília Bastos.

    Ao longo de 2019, o portal Desafios da Educação publicou uma série de artigos da socióloga Lourdes Atié, pós-graduada em Educação pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), na Argentina, e membro do conselho editorial da Revista Pátio.

    Atié trouxe à tona diversas questões referentes ao ensino básico. Ao falar das escolas brasileiras, há muitas características diferentes entre elas, como a proposta pedagógica, os resultados das avaliações ou a trajetória. Mas, de acordo com Atié, nenhuma delas traduz as instituições tão bem quanto o prédio escolar e seus espaços físicos. É isso que materializa o plano pedagógica de fato.

    Daí a necessidade de debater qual a imagem que as escolas estão transmitindo. Para Atié, a escola do século 21 não tem muros nem fronteiras e é completamente integrada com o espaço exterior, dialogando com as subjetividades e fortalecendo os laços com a vizinhança.

    E com o funcionamento em horário integral, o espaço escolar é cada vez mais importante. Mas quem disse que passar mais tempo na escola é bom ? Em um dos artigos publicados, Atié coloca em cheque a justificativa pedagógica para o funcionamento integral: permanecendo mais tempo na escola, os alunos teriam mais tempo para aprender.

    Para alguns pais, em um mundo cada vez mais competitivo, os filhos precisam fazer mais atividades complementares. As escolas passaram, assim, a oferecer diversas atividades que antes eram realizadas por outras instituições. A rotina das crianças estão tão cheias quanto à dos adultos. Elas parecem já não ter tempo de apenas brincar na rua ou assistir desenhos.

    Atié questiona onde foi parar o tempo de não fazer nada. “É hora de nos questionarmos onde foi parar o tempo vazio, o tempo livre, o tempo de reflexão, de encontros sem obrigações”, escreve a socióloga.

    Mesmo quando chegam em casa, ao invés de descansar, as crianças estão cheias de exercícios para fazer. Segundo Atié, em vez de ajudar, a lição de casa pode virar um estorvo , uma experiência negativa, aos estudantes. “Os professores valorizam o dever de casa porque essa prática disciplina os alunos, e os pais entendem que ela é um parâmetro para avaliar a rigidez de uma escola”, escreve a socióloga.

    Outros dois temas trabalhados por Atié foram a integração das idades dos alunos e o hora do recreio. Para ela, a separação dos alunos por idade nas escolas empobrece a convivência e afeta a socialização e aprendizagem. Um dos poucos momentos em que há a integração é o recreio. E os alunos, não importa a idade que tenham, preferem muito mais o intervalo do que as aulas.

    Por Redação

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