Nos últimos dois anos, as transformações tecnológicas em decorrência da pandemia de covid-19 colocaram a sociedade em outra perspectiva. No ensino superior, a tecnologia gerou mudanças comportamentais e acelerou a digitalização como resposta aos desafios da crise sanitária.
O comportamento do aluno no pós-pandemia e seu impacto na captação de estudantes foi assunto do primeiro dia de palestras do EaD Talks Revoluções: do legado à transcendência digital do Ensino Superior. O evento, organizado pela Plataforma A, acontece nos dias 23 e 24 de novembro, a partir das 15h.
Participaram do webinar a coordenadora dos cursos de graduação, pós-graduação e extensão EaD da Unig, Claudia Antunes Ruas Guimarães; a gerente do campus online da IMED, Liana Antunes; e a gerente acadêmica EaD da +A Educação, Daiana Rocha. A mediação ficou a cargo de José Saenger, mestre em Gestão e Negócios pela Universidade de Poitiers e Unisinos.
Um novo modelo de ensino
Há pelo menos um consenso entre os especialistas em educação: o ensino superior não será como antes, sobretudo o ensino a distância (EaD). Um exemplo vem da Universidade de Iguaçu (Unig), que iniciou a oferta de cursos EaD em 2021, quando completou 50 anos de existência.
“Já tínhamos a portaria de credenciamento desde 2019, mas optamos por iniciar a oferta dos cursos EaD somente em 2021 devido à pandemia”, explica a coordenadora de EaD da Unig, Claudia Antunes Ruas Guimarães. Ela foi a responsável por implementar as graduações, pós-graduações e a extensão EaD na universidade.
O intervalo entre o credenciamento e a oferta serviu para aperfeiçoar a capacitação dos professores em competências necessárias para atender ao novo modelo e perfil de aluno. “Não dá para digitalizar o ensino presencial e achar que tem um curso EaD”, afirma Guimarães. “O ensino mudou e o aluno mudou junto. As instituições precisam acompanhar esse movimento.”
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O novo perfil de aluno
“As instituições de ensino superior devem pensar em como vão impactar na aprendizagem do aluno”. O alerta foi feito pela gerente do campus online da IMED, Liana Antunes, durante o EaD Talks. Para ela, as IES têm que saber o que os estudantes procuram em um curso EaD e quais ferramentas eles querem encontrar nas aulas.
A pandemia acelerou o uso de tecnologias na educação. É hora de usá-las a favor do engajamento estudantil. “A IMED, por exemplo, está se questionando como se posicionar no mercado com diferenciais que realmente geram interesse no público”, destaca Antunes.
A principal exigência é formar alunos com competências que correspondam às expectativas da sociedade, facilitando a inserção no mercado de trabalho. “Nós queremos formar alunos que atendam as demandas das empresas, cuidando deles desde a captação até a formatura”, defende a gerente do campus online da IMED.
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Por fim, Daiana Rocha, da Plataforma A, abordou as mudanças comportamentais ocorridas na pandemia e como isso afetou a aprendizagem. “São seres conectados, mas que ainda vieram de um ensino tradicional”, disse. Para ela, a jornada do aluno deve ser baseada em acolhimento, adaptação e certificação.
As pessoas podem escolher como e onde consumir conteúdo e entretenimento. A premissa de flexibilidade precisa ser utilizada nas instituições de ensino superior. “Porque não utilizar várias possibilidades de aprendizagem para o aluno?”, questionou Rocha. “Esses [novos] alunos não absorvem conhecimento apenas dentro de sala de aula.”
Rocha também explicou que o novo perfil de estudante espera independência em todos os processos de aprendizagem. “Cada aluno aprende de uma maneira diferente. Por isso, o aluno requer autonomia para escolher a sua grade curricular e como irá aprender”.
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