A intenção de matrícula imediata no ensino superior retomou aos patamares pré-pandemia. A constatação é da última edição da pesquisa Termômetro de Captação, realizada pela consultoria Educa Insights e divulgada na terça-feira, dia 23 de novembro, durante seminário da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
O estudo analisou o planejamento dos candidatos para os próximos 18 meses. Entre eles, 63% afirmou que deseja iniciar um curso de graduação no primeiro semestre de 2022. Trata-se de um crescimento de 25 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a pandemia dava sinais de arrefecimento.
Além disso, 24% dos entrevistados afirmaram que pretendem começar os estudos na metade do ano que vem. Outros 15% vão esperar até o início de 2023.
“A pandemia causou uma repressão muito significativa na demanda. Agora, a intenção de compra imediata já é equivalente aos patamares pré-pandemia”, destacou o sócio fundador da Educa Insights, Daniel Infante, durante a apresentação dos resultados.
Incerteza diminui
O grau de incerteza dos candidatos também diminui. Apenas 9% deles aguardará mais tempo para tomar uma decisão. Para se ter uma ideia, em novembro de 2020, esse patamar estava em 26%, ou seja, 15 pontos acima do percentual encontrado em 2021.
A recuperação atinge tanto a educação a distância (EaD) como o ensino presencial. Segundo a pesquisa, a intenção de matrícula imediata nas duas modalidades está, respectivamente, em 67% e 62%. O desempenho é similar nas cinco regiões do Brasil, o que indica uma reabilitação plena do setor.
As notícias são bastante positivas. Entretanto, as instituições de ensino superior (IES) devem prestar atenção na condição financeira dos candidatos, ainda bastante prejudicada por dificuldades econômicas do Brasil, como o alto índice de desemprego.
Isso significa que o preço seguirá tendo um papel decisivo na escolha do prospect. “O aluno passou pela primeira fase do processo decisório, ou seja, voltar a querer estudar. Agora, as IES precisam direcionar as ações de captação e acertar o timing dos descontos”, ponderou o sócio fundador da Educa Insights.
Conforme Infante, esses alunos vão tomar uma decisão rapidamente. Se não receberem uma condição comercial atraente, eles podem abrir mão do curso no curto prazo. Nesse sentido, janeiro e fevereiro serão os meses decisivos para a captação de alunos do primeiro semestre de 2022.
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Oportunidades para o ensino híbrido
A pandemia mudou o comportamento dos universitários. Tudo indica que os estudantes anseiam por uma mistura do ensino presencial com o EaD no pós-pandemia. Mas qual modelo de ensino híbrido eles desejam?
Essa foi mais uma questão investigada pela pesquisa Termômetro de Captação, da Educa Insights. Os entrevistados responderam a seguinte pergunta: se você tivesse 100 horas do seu curso para distribuir entre estes momentos de estudo, como você faria?
Na sequência, os candidatos foram apresentados a nove estratégias de ensino distribuídas por quadrantes híbridos – estratégias presenciais síncronas; presenciais assíncronas; virtuais assíncronas; e virtual síncronas.
Em média, a carga horária definida pelos entrevistados ficou dividida da seguinte maneira:
- 45% para atividades presenciais síncronas;
- 23% para atividades presenciais assíncronas;
- 16% para atividades virtuais assíncronas;
- 16% para atividades virtuais síncronas.
Segundo Infante, os resultados demonstram como o ensino híbrido pode ser usado como uma saída para transformar a oferta presencial. O Desafios da Educação mostrou, recentemente, como essa tendência está revolucionado, por exemplo, os cursos de Direito.
“O aluno quer modelos presenciais mais flexíveis. Trata-se, portanto, de uma oportunidade para utilizar os 40% EaD em cursos presenciais, implementando os quadrantes híbridos no padrão regulatório em vigência mesmo antes da pandemia”, reforçou diretor presidente da ABMES, Celso Niskier.
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