A automatização do trabalho tem ganhado espaço nos mais diferentes setores. Um exemplo dessa expansão são as obras de arte criadas por Inteligência Artificial (IA), que geraram uma série de protestos no meio artístico.
A IA também consegue escrever textos do zero sobre qualquer assunto. Há diversas plataformas com essa função, como o ChatGPT, que disponibiliza o recurso online.
O relatório The Future of Jobs 2020, do Fórum Econômico Mundial, estipula que, em cinco anos, 85 milhões de empregos poderão ser ocupados por máquinas.
A resposta para os possíveis questionamentos sobre qual será o espaço para quem é de carne osso em um mundo altamente digital vem das emoções. Ou melhor: das habilidades socioemocionais. De acordo com o mesmo levantamento, serão essas as características mais demandadas dos profissionais, justamente por serem aspectos que – pelo menos por enquanto – só podem ser encontrados em pessoas.
No topo da lista dessas habilidades estão a solução de problemas complexos, o pensamento crítico e a criatividade. Mais do que nunca, passou a ser entendido que, além de ensinar teorias e práticas, o ensino superior precisa promover soft skills entre os estudantes.
3 formas de desenvolver soft skills na EaD
A educação a distância (EaD) ganhou muito espaço nos últimos anos, ultrapassando inclusive a modalidade presencial em número de ingressantes, segundo o Censo da Educação Superior de 2021.
Com isso, os olhos do mercado e do público se voltaram com mais intensidade para esse tipo de ensino, que, além de oferecer benefícios como flexibilidade e viabilidade financeira, também tem como meta ajudar a desenvolver as habilidades socioemocionais, ainda que com aulas mediadas pela tecnologia. Conheça três caminhos para isso:
Experiências extencionistas
Uma forma de estimular as soft skils é usando a curricularização da extensão. O ano de 2023 será marcado pelo começo da obrigatoriedade de pelo menos 10% da grade curricular com atividades desse tipo, que permitem a proximidade dos alunos entre si, com a sociedade e o mercado de trabalho a partir de desafios reais trazidos por empresas e organizações do terceiro setor.
Para a EaD, a extensão serve como um complemento para as tarefas práticas das disciplinas, já que é um processo que só pode ser feito com a presença do estudante, algo essencial para a geração de experiências profissionais e acadêmicas, além da construção de laços afetivos e networking.
Cultura do feedback
Outra ferramenta que pode ser usada para a formação de soft skills é o feedback de tutores e professores. Um artigo publicado na revista científica Psicologia Escolar e Educacional, da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee), mostrou que a distribuição de feedbacks em atividades de cursos EaD tem efeitos significativos no desempenho dos alunos.
No estudo, foi possível observar que estudantes com feedbacks mais amplos também obtiveram notas mais altas. Comentários desse tipo contribuem para a aquisição de conhecimentos e habilidades, além da compreensão do conteúdo em questão.
Contato humanizado
O contato humano tem um papel fundamental na aprendizagem de indivíduos. Joene Vieira-Santos, autora do artigo sobre feedbacks, destaca que “o professor desempenha um papel relevante na promoção de um ambiente propício para o desenvolvimento tanto de habilidades cognitivas como das habilidades socioemocionais. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que, entre outros fatores, ele apresente um repertório elaborado dessas mesmas habilidades”.
Conceitos como inclusão e apoio são fundamentais para o crescimento dos indivíduos em espaços acadêmicos. Na EaD, esses lugares não são físicos, portanto, podem dificultar relações importantes que são aprimoradas ao longo do curso.
Por causa disso, é imprescindível que as IES estimulem esse contato de forma que os estudantes desenvolvam habilidades como inteligência emocional para lidar com um mundo em constante transformação.
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