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Cursos livres: o que são, para que servem e as vantagens de fazer

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As férias são um momento de descanso, mas também podem servir para o aprimoramento profissional de forma mais leve e direta. Para isso, os cursos livres, ou cursos rápidos, como são chamados, caem como uma luva.

Historicamente, nas instituições de ensino superior (IES), os cursos de extensão tinham esse papel. Com o passar do tempo, até por uma necessidade da sociedade, as formações se tornaram cada vez mais ligadas à atuação e ao aprimoramento profissional.

“A procura tem sido no sentido de aprofundar assuntos específicos ou adquirir novas habilidades, em especial para acompanhar a evolução tecnológica no mundo profissional ou se recolocar – o famoso reskilling (requalificação)”, explica o analista de inteligência de negócios da Diretoria de Educação Continuada da Pontifícia Universidade Católica do Paraná(PUCPR), Giovani Domiciano Formenton.

Segundo ele, há também uma crescente demanda pelos cursos rápidos atrelados a hobbies ou curiosidades. Dessa forma, o termo “extensão” foi perdendo o apelo, dando espaço aos “cursos livres” ou mesmo “cursos rápidos”.

Com um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico, cursos livres são uma alternativa para quem quer se manter atualizado ou encontrar uma colocação. Créditos: Pexels

O que são cursos livres?

Os cursos livres são voltados à prática profissional. Eles são reconhecidos pela Lei nº. 9394/96 e pelo Decreto nº. 5.154/04 como uma modalidade de ensino legal, não formal e válida em todo o território nacional.

Apesar de não serem regulamentadas pelo Ministério da Educação (MEC) e, portanto, não emitirem diplomas, as formações livres oferecem certificados que são bem vistos pelo mercado de trabalho.

Elas integram a modalidade de educação profissional, que busca a qualificação e a educação continuada, mas não têm reconhecimento formal, como os cursos técnicos.

Os cursos rápidos são oferecidos em diferentes temas e por diversas instituições de ensino. Por isso, podem ser escolhidos de acordo com as necessidades específicas de quem os procura, contemplando assuntos úteis no cotidiano profissional.

Como funcionam?

Os cursos rápidos podem ser oferecidos nas modalidades presencial, semipresencial e a distância. Como não são regulamentados pelo MEC, seu funcionamento pode variar bastante – principalmente por não haver necessidade de seguir uma matriz curricular mínima ou outros requisitos técnicos.

Comumente, os cursos exigem uma frequência mínima e a realização de atividades ou testes para a obtenção de certificado. As aulas costumam ser ministradas por trabalhadores já atuantes no mercado e caracterizam-se pela relação direta com atividades práticas.


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Por que fazer?

Por contarem, muitas vezes, com especialistas da área à qual são destinados, os cursos livres são uma boa opção para construir uma rede de networking, auxiliando, por exemplo, na iniciação ou na recolocação profissional.

Além disso, esse tipo de atividade é uma chance de aprofundar conhecimentos em temas que, em determinados casos, não são abarcados em sua totalidade durante os cursos de graduação.

Alguns exemplos são ferramentas como Excel, Photoshop e Google Analytics. Por meio delas, certas habilidades consideradas “hard skills” –bastante requisitadas pelo mercado de trabalho – podem ser aprimoradas.

Essa também é uma boa opção para quem está procurando conquistar uma vaga de nível médio. Isso porque, embora não conte como um curso profissionalizante, a certificação pode ser um diferencial diante de outros concorrentes.

“Há também a versatilidade e a rápida mudança de direção, se o estudante sentir necessidade. Diferentemente de uma graduação ou de uma pós, é muito mais fácil, em um ciclo de cursos curtos, você redesenhar sua trilha de aprendizagem ou mesmo profissional, caso descubra um novo tema que julgue mais promissor, o que é muito comum num processo de desenvolvimento pessoal”, salienta Formenton.

Quem pode fazer?

Não existe requisito de formação mínima para se matricular em um curso rápido. Dessa maneira, tanto estudantes da educação básica quanto universitários ou profissionais já formados podem aprofundar seus conhecimentos.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que oferece esse tipo de formação, indica três finalidades para os cursos livres:

  • Iniciação profissional;
  • Qualificação profissional;
  • Aperfeiçoamento profissional.

Quanto tempo duram?

Não existe uma carga horária mínima ou máxima para os cursos rápidos, embora, como o próprio nome explicita, tendam a durar pouco tempo.

Normalmente, são alguns dias ou semanas (enquanto cursos técnicos e bacharelados/licenciaturas levam anos). Na maioria dos casos, a carga horária mínima é de oito horas.

Onde são oferecidos?

Existem diferentes opções de instituições renomadas que oferecem cursos livres em todas as modalidades. Assim, há uma vasta gama de possibilidades para serem exploradas.

Universidades, institutos (privados ou federais), empresas e até mesmo órgãos do governo, pelo programa Todos por Todos, oferecem certificações pagas e/ou gratuitas. É importante pesquisar bem a que mais se adapta a sua necessidade.

A PUCPR, por exemplo, sempre ofertou cursos rápidos. A instituição tem um portfólio diversificado e fluído: só em 2022 foram quase 600 cursos dessa modalidade abertos à comunidade, fora os direcionados a empresas e instituições, além dos cursos de idiomas.

Atualmente, os cursos livres mais procurados na IES estão ligados a educação plurilinguística, comunicação e alguns temas específicos de Medicina e do Direito.

Qual a diferença entre cursos técnicos e cursos livres?

Os cursos técnicos diferenciam-se, principalmente, por serem considerados uma modalidade de ensino reconhecida e regulamentada pelo Ministério da Educação.

Dessa forma, atuam na formação de novos profissionais seguindo certos parâmetros, como carga horária mínima e requisitos quanto à formação dos professores que ministrarão as aulas e à formação da matriz curricular básica. Além disso, são periodicamente vistoriados e avaliados pelo órgão governamental.

Outra diferença diz respeito à duração: os de nível técnico ficam entre 18 e 24 meses. Muitas vezes, são atrelados ao ensino médio, sendo oferecidos, por exemplo, pelos institutos federais e por algumas escolas.

Por fim, a grade curricular é mais extensa do que específica. Ou seja, são apresentadas várias disciplinas dentro de determinado campo do conhecimento. O objetivo é fornecer uma formação ampla para a atuação profissional – diferentemente da especificidade dos cursos livres, que tendem a ser divididos em módulos voltados a um mesmo tema.


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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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