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O avanço da inteligência artificial (IA) vem provocando profundas mudanças no processo de ensino-aprendizagem. E, apesar de já ter demonstrado um enorme potencial na educação, a tecnologia também exige uma reflexão constante sobre ética, privacidade e uso responsável.
Não à toa, os professores estão no centro desse debate. Por isso, precisam repensar metodologias e garantir que a IA seja utilizada para promover uma formação mais crítica e inclusiva. Mas como eles podem adquirir as competências necessárias para navegar nesse cenário tecnológico em constante evolução?
Para responder a essa e outras questões, a Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco) lançou o “Marco referencial de competências em IA para professores”. A publicação, lançada originalmente em 2024 e publicada no Brasil em 2025, define conhecimentos, habilidades e atitudes essenciais para que os docentes usem a inteligência artificial de forma ética, responsável e centrada no ser humano.
Até 2022, apenas sete países haviam elaborado diretrizes sobre inteligência artificial voltadas ao desenvolvimento docente. O documento da Unesco busca preencher essa lacuna com uma estrutura global que pode ser adaptada a diferentes realidades nacionais e institucionais.
A proposta parte de um princípio central: a IA deve servir à educação, e não o contrário. O texto defende a autonomia do professor como elemento inegociável em tempos de algoritmos onipresentes. Mas, para isso, ele precisa ser capacitado para fazer escolhas pedagógicas conscientes diante das tecnologias emergentes.
“Este novo e vital marco referencial de competências em IA para professores permite que os países preencham essa lacuna. A primeira referência mundial desse tipo foi projetada para informar o desenvolvimento de diretrizes nacionais de competências em IA e programas de formação profissional para professores, garantindo que eles promovam a educação como um bem público”, afirma, na apresentação, a diretora-geral adjunta da Unesco para a Educação, Stefania Giannini.
Desenvolvida com princípios de proteção dos direitos dos professores, aprimoramento da autonomia humana e promoção da sustentabilidade, a publicação apresenta uma matriz de 15 competências, organizadas em cinco dimensões complementares:
Cada uma delas é desdobrada em três níveis de progressão: Adquirir (básico), Aprofundar (intermediário) e Criar (avançado). A intenção não é estabelecer uma hierarquia, mas um caminho flexível de desenvolvimento contínuo, respeitando os diferentes contextos e níveis de familiaridade tecnológica dos professores.
Esse aspecto define os valores e a orientação atitudinal em relação às interações humano-IA que os professores precisam estimular.
Níveis de progressão
Aqui são delineados princípios éticos essenciais, regulamentos, leis institucionais e regras éticas práticas que os professores precisam compreender, aplicar e ajudar a adaptar.
Níveis de progressão
Referem-se ao conhecimento conceitual e as habilidades transferíveis que os professores precisam entender e aplicar na seleção, aplicação e personalização criativa de ferramentas para atender a ambientes de ensino e aprendizagem assistidos por IA e centrados no estudante.
Níveis de progressão
Propõe um conjunto de competências necessárias para a integração entre tecnologia e pedagogia com propósito e de forma eficaz. Isso abrange a capacidade de validar e selecionar ferramentas de IA adequadas e integrá-las em estratégias pedagógicas para apoiar a preparação das aulas, o ensino, a aprendizagem, a socialização, o cuidado social e a avaliação da aprendizagem.
Níveis de progressão
Descreve as competências que os professores precisam desenvolver para usar a IA adequadamente na condução de sua aprendizagem profissional ao longo da vida, apoiando o desenvolvimento profissional colaborativo e explorando a transformação profissional.
Níveis de progressão
A Unesco também sugere cinco ações prioritárias para garantir uma implementação responsável. São elas:
1. Regular e garantir ferramentas confiáveis
A pré-condição para o uso responsável da inteligência artificial na educação é a aplicação de regulamentos para proteger estudantes e professores. Dados os múltiplos riscos relacionados ao uso de IA, o marco sugere criar mecanismos para garantir que as ferramentas introduzidas em ambientes educacionais sejam confiáveis.
2. Construir políticas e condições facilitadoras
Embora seja uma pré-condição necessária, a definição de competências em IA exigidas pelos professores, por si só, não é suficiente para garantir a qualidade em larga escala. Barreiras econômicas e estruturais podem impedir os professores de usar a tecnologia e, para superá-las, marcos referenciais nacionais precisam ser apoiados por contextos políticos pertinentes.
3. Formular e adotar marcos referenciais locais
O documento da Unesco pode orientar o projeto de marcos referenciais de competências em IA nacionais ou institucionais. Sua estrutura e suas especificações são adaptáveis ao grau específico de prontidão digital e aos níveis de competência de professores de diferentes países, localidades e organizações.
4. Desenvolver e otimizar programas de formação e apoio
O documento fornece um marco operacional para a idealização e o planejamento de cursos de formação e programas de apoio para professores. Por isso, traz especificações detalhadas sobre como as orientações precisam ser planejadas durante as principais etapas da carreira e no desenvolvimento profissional ao longo da vida.
5. Desenvolver ferramentas contextuais de avaliação de desempenho
O marco também pode servir como referência para definir critérios contextualmente relevantes que apoiem a avaliação institucional das competências em IA dos professores, bem como o desenvolvimento de ferramentas de autoavaliação.
Mais do que um manual técnico, o “Marco referencial de competências em IA para professores” da Unesco é um convite para que as instituições educacionais assumam um papel ativo na formação dos docentes. Afinal, eles terão de lidar com uma tecnologia revolucionária, que veio para ficar.
O documento incorpora questões éticas e sociais fundamentais. Entre elas, o combate a vieses algorítmicos, a proteção à privacidade de dados e a necessidade de validação prévia das ferramentas utilizadas em sala de aula.
Com cases sobre o uso de inteligência artificial aplicados em países do mundo todo, o texto também reforça a importância da IA como ferramenta de apoio ao planejamento de aulas, à personalização da aprendizagem e à formação continuada dos professores. Para tanto, defende a criação de ambientes educacionais inclusivos, sustentáveis e com infraestrutura adequada – da conectividade à formação docente.
Você pode acessar a íntegra do marco referencial clicando
aqui.
Por Redação
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