É fato que a transformação digital, a chamada “internet das coisas” e o desenvolvimento da inteligência artificial para fins sociais e comerciais impacta o modo de vida a nível global. Podemos ainda não ter dimensão desse impacto por completo, nem entender a relevância das soft skills, mas a 4ª Revolução Industrial, já está entre nós e interfere radicalmente em âmbitos como o trabalho e a educação.
Para o trabalho, serão eliminados 6 milhões de empregos, em contrapartida da criação de novos 24 milhões em até dez anos – segundo previsão da ONU, por meio do cumprimento da Agenda Climática de Paris. Isso significa que muitas funções até então exercidas por humanos serão desempenhadas por máquinas ou robôs, enquanto que, para as novas funções, será necessário o desenvolvimento de habilidades de relevância como as soft skills.
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É aí que entra o papel da educação (do nível básico ao superior), com o desafio de inovar-se enquanto estrutura a nos preparar para as demandas do novo mercado mundial, fruto dessa Revolução.
Não foi à toa que esse tema regeu a pauta do último Fórum Econômico Mundial, que acontece em Davos, na Suíça. Desse encontro, foi divulgado o relatório “Futuro do Trabalho” de 2020 cuja lista, se comparada à de cinco anos atrás, valoriza muitas habilidades antes classificadas com menor relevância. O cenário mudou bastante para profissionais do futuro.
A Criatividade, antes classificada como a última dentre as top dez habilidades, agora está em terceiro lugar na lista. Esse atributo exclusivamente humano, na era dos robôs, é mais cobiçado do que nunca! Já Relacionamento com os outros, antes colocado em segundo lugar, saiu da lista, dando espaço para Empatia com os outros, alertando-nos sobre o poder do altruísmo.
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Ainda, na contramão dessas mudanças, a Resolução de problemas complexos é a habilidade que lidera o grupo tanto no relatório de 2015 quanto no relatório de 2020. Naturalmente, outras habilidades saíram e entraram na lista, dando espaço para as análises mais diversas sobre os novos valores do mercado, que também falam muito sobre a manutenção e atualização dos nossos valores sociais.
A mudança nas relações de trabalho são muitas, e estão em evidência também em outras publicações voltadas ao assunto, como no caso deste estudo do Linkedin, que destacou uma alteração significativa de valor: a capacidade de administrar o tempo perdeu o lugar para a inteligência emocional enquanto atributo profissional desejável.
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Cada vez mais, as hard skills precisam ser relevantes às soft e superior skills. Isso não significa que a técnica e a especialidade, por exemplo, sejam coisas do passado, mas sim que elas precisam estar aliadas a atributos comportamentais para terem a expressividade demanda no dia a dia no trabalho e no marketing pessoal de cada um.
A boa notícia é que a relevância das soft skills não tem a ver com só a personalidade de cada indivíduo. Eles podem ser desenvolvidos com a aplicação de metodologias, de orientações e cursos voltados a essa nova área do conhecimento, que é tão valiosa a qualquer profissional do futuro, seja ele funcionário ou autônomo.
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