Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) constituem um plano de ação criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, para enfrentar os maiores desafios do mundo até 2030. As metas visam, por exemplo, o combate à desigualdade social, a proteção do planeta e a garantia da paz e da prosperidade.
A partir do tripé ensino, pesquisa e extensão, as instituições de ensino superior (IES) são vistas pela ONU como parte fundamental no esforço da sociedade para alcançar os ODS. Especialmente, em um contexto de mudanças climáticas e enfrentamento da pandemia de covid-19 – eventos que exigem capacidade para a resolução de desafios complexos.
Pensando nisso, a Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável (SDSN) lançou o guia “Acelerando a Educação para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas Universidades”. Entre outros pontos, o documento apresenta estratégias, orientações e exemplos para tornar as IES agentes das transformações propostas pelos ODS.
ODS no ensino superior: por onde começar?
Ao todo, são 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável:
- Erradicação da pobreza;
- Fome zero e agricultura sustentável;
- Saúde e bem-estar;
- Educação de qualidade;
- Igualdade de gênero;
- Água potável e saneamento;
- Energia acessível e limpa;
- Emprego digno e crescimento econômico;
- Indústria, inovação e infraestrutura;
- Redução das desigualdades;
- Cidades e comunidades sustentáveis;
- Consumo e produção responsáveis;
- Combate às alterações climáticas;
- Vida na água;
- Vida terrestre;
- Paz, justiça e instituições eficazes;
- Parcerias e meios de implementação.
Ou seja, o primeiro passo pode ser oferecer aulas e atividades específicas para que os alunos conheçam as metas e sua importância. Mas a própria ONU reconhece que inserir as ODS em todo o contexto das instituições de ensino não é tarefa fácil.
“Expandir a educação para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável requer que as universidades adicionem novas atividades ou modifiquem suas atividades existentes em escala”, afirma o guia da SDSN. “Cada universidade precisará identificar a combinação de abordagens e o caminho que melhor se adapta ao seu próprio contexto”, completa o documento.
De qualquer maneira, um aspecto fundamental é a abertura das IES para o contato com a comunidade local. No Brasil, a curricularização da extensão – medida que obriga a reserva de 10% da carga horária total de todos os cursos de graduação para atividades extensionistas – é uma oportunidade para a implementação de projetos alinhados aos ODS e que atendam às necessidades da população.
A aprendizagem baseada na ação e na interdisciplinaridade, envolvendo diversos atores, é uma das recomendações da ONU. Assim, ao mesmo tempo que preparam os estudantes para o mercado de trabalho, as instituições de ensino formam cidadãos conscientes do seu papel social e donos de habilidades, competências e mentalidades transversais aos objetivos do desenvolvimento sustentável.
O mesmo vale para a pós-graduação, onde é possível criar linhas de pesquisa alinhadas aos ODS, incentivando a produção científica a partir de problemas reais.
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Acelerando a educação para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
O presidente da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Jeffrey D. Sachs, também convida as IES a criarem unidades organizacionais – departamentos, faculdades, institutos – para abrigar os programas universitários de desenvolvimento sustentável.
Nesse caso, ele cita o exemplo da Universidade de Columbia, que criou o Instituto da Terra, um centro que combina estudos das áreas de ciência, engenharia e políticas públicas.
Entre outros pontos vitais para a implementação das ODS, Sachs também destaca a importância das parcerias internacionais entre as instituições de ensino.
“Enfrentamos desafios globais graves e urgentes, muitos dos quais requerem cooperação global para abordar, seja o controle da pandemia de covid-19, a transformação dos sistemas de energia ou o redesenho das cadeias de abastecimento da agricultura e mineração para incentivar seu ambiente e sustentabilidade social”, afirma Sachs na introdução ao guia da SDSN.
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