By Conhecer o nível de maturidade digital de uma instituição de ensino superior (IES) é estratégico para que os gestores possam tomar decisões sobre o uso das tecnologias, realizar investimentos e planejar os próximos passos da organização.
Para avaliar e compreender essa métrica, a MetaRed TIC Brasil realizou uma pesquisa com mais de 80 IES nacionais, incluindo universidades, faculdades e centros de ensino superior públicos e privados.
Conheça, a seguir, os principais insights da pesquisa.
Afinal, o que é transformação digital?
Conceitualmente, a transformação digital abarca três pilares fundamentais: processos, pessoas e tecnologia.
As pessoas fazem a mudança cultural necessária para a transformação digital acontecer. Já quando se pensa em processos, no caso das instituições de ensino, se trata da adesão das tecnologias tanto no meio acadêmico/pedagógico quanto no corporativo.
Marcelo Bardi. Crédito: Divulgação.
“Não adianta colocar à disposição dos estudantes tecnologias ultramodernas se na hora de interagir com a parte administrativa do negócio eles precisam fazer um protocolo no papel e esperar alguém bater o carimbo. Isso não faz sentido”, explica Marcelo Bardi, coordenador do GT de Maturidade Digital e Gestão de TI da MetaRed TIC Brasil e responsável pela pesquisa.
Para finalizar a tríade, entra em cena a tecnologia. Ela precisa estar alinhada ao planejamento estratégico da instituição, sendo usada de forma agregadora como vantagem competitiva do negócio e também da estrutura acadêmica.
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Principais resultados
A pesquisa realizada pela MetaRed foca em cinco dimensões, sendo elas: universidade digital; governança e TI; cultura digital; segurança da informação; e investimento e TI.
Neste texto, trazemos os resultados envolvendo o tópico universidade digital. Confira abaixo:
Tecnologias emergentes
As principais tecnologias consideradas são: treinamento online, ambiente colaborativo e salas de aula virtuais. Para instituições de pequeno porte, existe também a preocupação com a melhoria em cibersegurança.
Estratégia de transformação digital
Entre as IES entrevistadas, 85% trabalham com algum tipo de estratégia para a transformação digital. Em 50% delas, essa transformação faz parte do planejamento estratégico. IES de grande porte contam, majoritariamente, com planos já implementados pensando em estratégias para a transformação digital.
App mobile para serviços administrativos
Aproximadamente 65% das IES possuem aplicativos para acesso a serviços institucionais.
Processos e auditoria
A auditoria em processos de TI não é uma prática comum entre as IES pesquisadas. Cerca de 67% delas não contam com processos de TI aprovados e/ou certificados. Entretanto, observou- se uma tendência de crescimento nessa prática conforme o porte da IES.
Serviços de TI
Cerca de 40% dos serviços gerenciados pelas IES possuem acordo de nível de serviço estabelecidos (SLA).
Grupos de IES que contam com algum nível de estratégia digital definida indicam ter maior número de serviços com SLA definidos. Em geral, quanto maior o porte da IES, maior será o número de serviços gerenciados, sendo 60 o número médio de serviços.
Dispositivos e infraestrutura
Cerca de 80% das salas de aula das IES pesquisadas dispõem de equipamentos mínimos de TI, como computadores, projetores e conexão com a internet.
Quanto o maior o porte da instituição, menor o número de salas com a infraestrutura mínima. O número médio de alunos por computador de acesso livre é 165.
De forma geral, apesar de bem preparadas e com infraestrutura mínima suficiente, as IES de maior porte devem procurar oferecer um maior número de salas de aula com equipamentos de TI para obter melhores efeitos no processo de ensino-aprendizagem.
De forma geral, a percepção é de que os processos de TI precisam ser amadurecidos, pensando-se na definição clara de métodos frequentes de auditoria nos serviços.
A maturidade digital abarca três pilares: processos, pessoas e tecnologia. Pesquisa aponta qual o nível das IES brasileiras. Crédito: Pexels.
Não há espaço para retrocessos
A pesquisa mostra que as IES brasileiras estão preocupadas com o processo de transformação digital, olhando para tecnologias emergentes que possam ser aplicadas ao contexto educacional.
Esse processo ainda é reflexo da restrição às aulas presenciais durante os anos de pandemia. Porém, não há risco de retrocessos nesse sentido.
“As próprias IES deixaram os alunos mal acostumados – no bom sentido. Agora, tudo aquilo que eles vivenciam em matéria de tecnologia no dia a dia faz parte de uma estratégia pedagógica”, afirma Bardi. Segundo ele, a inclusão das tecnologias no cotidiano das instituições é uma questão vital para a diferenciação estratégica.
Entre as muitas formas de ampliar o nível de maturidade digital das IES, destaca-se o diálogo entre as instituições. “Estamos em um momento no qual faz cada vez mais sentido existirem redes de cooperação, em que a equipe gestora da área de tecnologia se compromete a trocar informações, sobre a novas possibilidades de melhoria de crescimento”, aponta.
Para Bardi, é hora de deixar o estigma da competitividade para trás – sem ignorar questões comerciais, obviamente. A proposta é realizar compartilhamentos na área mais técnica que possam proporcionar o crescimento do setor como um todo.
“Esse diálogo só tem a agregar para a melhoria do da qualidade do ensino superior no Brasil e da própria maturidade do business desse mercado”, finaliza.
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