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Qual é o nível de competência digital dos professores brasileiros?

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As tecnologias educacionais são, cada vez mais, indispensáveis para o processo de ensino e aprendizagem – inclusive, na educação presencial. Entretanto, a plena utilização dessas ferramentas em sala de aula depende das competências digitais dos docentes.

Para compreender qual é o nível das competências digitais dos professores brasileiros, a MetaRed realizou a 1ª Pesquisa de Avaliação de Competências Digitais dos Docentes no Ensino Superior Brasileiro, em parceria com o Semesp e a Universia e com apoio do Consórcio Sthem.

Metodologia

O levantamento foi realizado com base no European framework for the digital competence of educators (DigCompEdu), um modelo criado para avaliar competências digitais dos educadores.

No modelo do DigCompEdu, os professores são avaliados em relação ao seu grau de maturidade digital nas seis grandes áreas de competências listadas abaixo:

  • Engajamento profissional;
  • Uso de recursos digitais;
  • Avaliação;
  • Ensino e aprendizagem;
  • Capacitação dos estudantes;
  • Promoção das competências digitais dos estudantes.

A partir dos resultados, os docentes são categorizados em seis níveis que reproduzem a escala de proficiência linguística utilizada pela União Europeia:

  • A1: recém-chegado;
  • A2: explorador;
  • B1: integrador;
  • B2: especialista;
  • C1: líder;
  • C2: pioneiro.

Leia mais: Uma matriz de competências digitais para a cidadania

O caso Brasil

A pesquisa foi realizada por meio da ferramenta europeia CheckIn, que foi testada e adaptada para uso no cenário brasileiro. O conteúdo é dividido em duas partes.

A primeira parte contém 22 questões referentes a cada uma das competências digitais das seis áreas. A segunda tem ênfase em aspectos sociodemográficos dos participantes.

O levantamento ocorreu entre 1º de outubro de 2020 a 20 de novembro de 2020, durante a pandemia de covid-19. Participaram 3.122 docentes de 45 instituições de ensino superior (IES) brasileiras.

Ao final do questionário, o participante acessa seu desempenho e um feedback com um relatório sobre suas competências digitais e possíveis caminhos para alcançar um nível superior no modelo de progressão.

Leia mais: Karina Tomelin e as competências do professor do futuro

Os resultados

Cerca de 90% dos participantes da pesquisa acreditam serem bons usuários da Internet, além de terem facilidade no uso de dispositivos eletrônicos. A curiosidade e abertura para novos aplicativos também se faz presente para 90% dos entrevistados.

Ainda que mais de 60% dos respondentes tenham entre 1 e 9 anos de uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) em suas atividades de ensino, as tecnologias mais citadas ainda são apresentações em Powerpoint e o uso de recursos de áudio e vídeo.

O cenário apresentado pela ferramenta CheckIn mostra que 77% dos participantes encontram-se em um nível intermediário de competência digital. Apenas 8,5% dos docentes têm baixa competência digital, ou seja, são “recém-chegados”.

O uso de ferramentas digitais para implementar estratégias pedagógicas inovadoras é citado por 20% dos docentes. Já o uso de uma variedade de ferramentas para avaliar o progresso dos estudantes é feito por cerca de 12% dos respondentes.

Discussões e compartilhamentos de boas práticas entre docentes, além de motivar essa prática junto aos alunos, é uma realidade para ao menos 2/3 dos professores. Considerando diferentes motivos, mais de 90% dos docentes usam recursos TIC no ensino e têm a percepção que 2/3 de seus estudantes também os usam nos seus processos de aprendizagem.

As competências digitais são um aspecto importante do desenvolvimento profissional docente. Além disso, são instrumentos que contribuem de maneira significativa na aprendizagem dos alunos e na construção do novo perfil dos estudantes do século XXI.

Assim, apostar cada vez mais em metodologias que abracem as novas tecnologias, com propósitos bem definidos e alinhados, é um dos grandes desafios dos docentes no cenário atual.

Leia mais: Novo aplicativo ajuda educadores brasileiros no autodesenvolvimento

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