Olhar para a experiência de aprendizagem do aluno na educação a distância (EAD) é estar em movimento contínuo.
Digo isso porque o que é praticado nas instituições de ensino superior (IES) não pode estar deslocado do perfil dos alunos. E, com a evolução exponencial da sociedade, vivemos em rede, conectados, produzindo inteligência coletiva o tempo todo.
Pesquisas recentes da Plataforma A, realizadas com alunos de diversas regiões do Brasil, demonstram como olhar para as particularidades dos perfis discentes contribui para propor uma experiência de aprendizagem memorável.
Traços de ansiedade, por exemplo, têm forte presença entre os alunos entrevistados. Ansiedade em qual sentido? No sentido em que eles precisam ser constantemente motivados para perceber valor na escolha de investimento de estudos que realizaram.
Ou seja, a trilha de aprendizagem – e toda a composição da experiência acadêmica – precisa mostrar ao aluno que esse aprender tem relevância para sua carreira e, principalmente, para a sua vida.
Conteúdo e tecnologia
Ao falar de experiência de aprendizagem, precisamos valorizar o ponto de chegada do aluno, alimentando sua esperança e reafirmando, de maneira propositiva e palpável, que ingressar no ensino superior faz sentido. Para que isso aconteça, precisamos desenhar uma jornada que concretize essas expectativas, o que envolve comunicação, conteúdo, tecnologia, projetos colaborativos e acompanhamento humanizado.
Conteúdo e tecnologia, especificamente, são aspectos fundamentais para a construção dessas experiências. Ao mesmo tempo, é preciso contar com a dose certa de curadoria para reverter os investimentos em aprendizagem e retenção de alunos.
Ter um cardápio de diferentes objetos de aprendizagem – ou seja, conteúdo prático e inovador – dá autonomia para as IES diversificarem as trilhas por área de conhecimento e curso, por exemplo, permitindo o uso dos materiais que fazem mais sentido. Nesse caso, o professor tem um papel decisivo na curadoria ao selecionar e, muitas vezes, eliminar o excesso de informação.
Por que falo em eliminar? Porque, ocasionalmente, para darmos conta das ementas das disciplinas, sobrecarregamos os alunos com trilhas pesadas de conteúdo. Por outro lado, temos recursos e metodologias que podem contribuir para deixar essa experiência mais prazerosa, com mais resultados.
Leia mais:
- As melhores universidades do país, de acordo com o Ranking Universitário Folha
- Cursos tecnológicos são considerados de nível superior?
- Os desafios dos cursos de licenciatura no Brasil
Retenção
Atualmente, 30% da evasão no ensino superior está concentrada em alunos calouros, no primeiro mês, módulo ou semestre de estudos.
As IES que utilizam projetos integradores conectados com a sociedade conseguem relacionar o conteúdo das aulas com experiências práticas da comunidade desde o primeiro módulo ou semestre. Dessa maneira, além de competências técnicas, desenvolvem habilidades socioemocionais entre os estudantes, melhorando os índices de retenção.
Portanto, falar de experiências de aprendizagem memoráveis requer um exercício constante dos seguintes aspectos:
- leitura de dados que reflitam na escuta contínua dos nossos alunos, entendendo o que eles precisam;
- uso apropriado de conteúdo e ferramentas tecnológicas que estimulem as diferentes formas de aprender;
- eficiente conexão do conteúdo teórico com a carreira e a vida do aluno;
- humanização da aprendizagem, com uma camada que complementa os momentos assíncronos e que tem o papel do docente ou do tutor como referências para cruzar a linha de chegada.
Inclusive, nesta quinta (29) e sexta-feira (30), o Fórum Nacional de Educação Superior (FNESP) terá a experiência de aprendizagem como tema. Será mais uma oportunidade para instituições de ensino de todo o país encontrarem os caminhos para a construção de uma jornada memorável para os seus alunos.
Leia mais:
Comments