Fazer estágio supervisionado é uma das exigências para colar grau em uma graduação. De acordo com Lei nº 11.788, o estágio supervisionado faz parte da matriz e da carga horária do curso. Também deve ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por um supervisor da parte concedente, geralmente empresas e outras organizações.
O estágio é um momento relevante para que os estudantes coloquem em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Mas, devido a pandemia, essa e outras práticas do setor foram adaptadas.
O Ministério da Educação (MEC), por exemplo, autoriza desde março de 2020 a substituição de aulas presenciais por aulas remotas em todas as etapas de ensino. Com exceção dos cursos da área da Saúde – que continuaram com os estágios presenciais –, o modelo virtual também foi utilizado nos estágios supervisionados.
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Estágio remoto
O estágio é uma importante modalidade para a inserção de jovens no mercado de trabalho. Segundo artigo publicado na revista Ensino Superior, e assinado pelo presidente da Associação Brasileira de Estágios (Abres), Carlos Henrique Mencaci, o estágio garante ao estudante a chance de ingressar no ambiente corporativo, aumentando as oportunidades para o início da construção de sua carreira.
A pandemia, no entanto, criou alguns obstáculos às instituições de ensino superior. “Cada IES está trabalhando [com os estágios] de uma maneira”, afirma Fábio Paz, diretor de negócios da Be Formless, edtech especializada em gestão universitária.
Ele lembra que um estágio supervisionado remoto era algo muito complexo e sem aceitação antes da pandemia de covid-19. Agora, no entanto, ficou claro que todos os cursos conseguem realizar estágios supervisionados a distância – através do ensino híbrido. “[O estágio supervisionado] mudou, mas o processo teve que continuar”, diz.
Mas como fazer isso na prática? Fábio Paz diz que o mais difícil é o processo de gestão do estágio supervisionado no modelo remoto. O aluno precisa produzir uma série de documentos, comprovações e relatórios de atividades. Ter uma plataforma específica para realizar esse processo faz toda diferença.
A boa notícia é que existe o Sistema Link, um software produzido pela Be Formless e que realiza a gestão do estágio supervisionado. “Como o contato do aluno com o supervisor é mais virtual do que presencial, as IES precisam de uma plataforma que ajude nessa gestão.”
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Na Uninter, as atividades supervisionadas não pararam. Os alunos que estão em fase de realização do estágio supervisionado podem escolher entre três modelos. No estágio regular, é possível fazer estágio presencial – em momentos de menos restrições e seguindo protocolos sanitários.
De forma geral, a instituição optou pelo estágio no formato híbrido. Nos cursos de Licenciatura, por exemplo, ocorreu em escolas que têm parte das atividades de forma virtual, além do presencial. O objetivo é que o universitário não perca tempo e aprenda o que precisará ensinar como profissional, mesmo em tempos de distanciamento social.
As outras duas alternativas criadas pela Uninter inclui desenvolvimento de projetos de extensão e participação em grupos de pesquisa, que também podem ser validados como estágio. Nesses campos, os estagiários articulam discussões sobre a área profissional atrelada aos estudos realizados.
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Comunicação no estágio
Gabriela Schulz, 22 anos, faz parte do grupo de estudantes que irão se formar durante a pandemia. Na reta final do curso de Jornalismo, ela precisou realizar o estágio supervisionado no modelo de ensino remoto.
Schulz se juntou com outros quatro colegas e decidiram criar um podcast sobre cultura pop chamado Boitatá é uma cobra. O estágio está sendo realizado completamente a distância, cada um de sua casa.
A boa comunicação dos colegas é, segundo Schulz, o que faz o estágio supervisionado remoto ser algo descomplicado. “A gente se comunica bastante por chamada de áudio e pelo nosso grupo de WhatsApp. Isso torna as coisas bem mais fáceis”, explica a estudante.
O mesmo acontece com Vinícius Sanfelice, de 22 anos. O estudante de Jornalismo também desenvolveu um podcast chamado Jor Na Lista. A diferença é que ele realiza o projeto com um amigo, Eduardo Ely, que estuda em outra instituição de ensino superior.
“A ideia do podcast é conversar com jornalistas de diferentes áreas”, conta Sanfelice. Para o estudante, fazer o projeto a distância tem suas benesses, como contar com a participação de convidados de outros países.
Sanfelice se encontra mensalmente com o seu professor por videochamada. Essas reuniões servem para atualizar o docente do que está sendo feito no projeto. Além dos encontros virtuais, eles mantêm uma comunicação efetiva durante todo o projeto – mantendo, apesar da distância, a essência do estágio supervisionado.
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