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Além dos escritórios e tribunais, Direito oferece oportunidades na área de tecnologia

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A prática do Direito está passando por uma revolução. Assistentes virtuais, ferramentas de pesquisa com inteligência artificial e leis de segurança cibernética são algumas das tendências em pauta no setor jurídico mundial.

Com isso, surgem novas áreas de atuação no mercado de trabalho. Para aproveitar as oportunidades, os profissionais precisam ter um olhar empreendedor e ir além dos conteúdos ensinados em sala de aula, atuando com abertura e flexibilidade em times multiprofissionais.

A recompensa, especialmente para quem está começando, promete valer a pena.

Com o avanço tecnológico, novas carreiras surgem para os formados em Direito, oferecendo maiores salários e diversas possibilidades de atuação. Crédito: Pexels

Mais empreendedorismo

Para Gustavo Henrique de Almeida, professor universitário e advogado, as melhores oportunidades envolvendo Direito e tecnologia estão no empreendedorismo. “É preciso encontrar brechas dentro da área do Direito, interpretando normas como possibilidades de negócio”, afirma.

Além disso, a tecnologia abriu um leque de novas ferramentas para o trabalho jurídico. Nesse sentido, diversas empresas estão criando soluções para a área. Isso acontece dentro de startups ou mesmo em empresas consolidadas.

Essa é, segundo Almeida, mais uma chance para os profissionais do Direito – e não somente como consumidores. São eles que auxiliam os desenvolvedores tanto na modelagem, quanto no desenvolvimento e na permanente atualização e evolução dos sistemas que modernizam a área.

Leia mais: Direito: a importância e as dificuldades de oferecer um Núcleo de Prática Jurídica

Novas carreiras, maiores remunerações

Entre as novas carreiras jurídicas que surgem com o avanço das tecnologias, três merecem destaque, segundo o advogado Bernardo de Azevedo e Souza, especialista em Direito Digital e mestre em Ciências Criminais:

  • Cientistas de dados jurídicos: responsáveis por desenvolver estruturas para analisar, organizar e interpretar dados de natureza jurídica;
  • Legal designers: responsáveis por remodelar serviços jurídicos e propor soluções com foco na experiência do usuário;
  • Engenheiros jurídicos: responsáveis por intermediar a relação entre advogado e desenvolvedor, ajudando a construir soluções e ferramentas.

A remuneração, como em qualquer área, depende do ambiente e do tempo de experiência do profissional. Mesmo assim, os ganhos costumam ser maiores do que em outros ramos do Direito. Especialmente, para quem está começando a carreira ou não tem a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – o que não é um impedimento para a atuação nessas áreas.

Para ilustrar: os cientistas de dados jurídicos podem ganhar de R$ 4.000 (júnior) até R$ 25.000 (nível head, chief ou manager). Os legal designers, em escritórios de advocacia e legaltechs, recebem inicialmente entre R$ 2.000 e R$ 5.000. Já os engenheiros jurídicos podem ganhar de R$ 1.500 (estagiários) até R$ 30.000 (para profissionais do setor jurídico de grandes empresas).

Leia mais: Selo da OAB recomenda os melhores cursos de Direito do Brasil

Como chegar lá

Os dois profissionais ouvidos pelo Desafios da Educação aconselham estudantes e recém-formados a nunca parar de estudar.

Segundo Almeida, os alunos costumam ficar restritos à estrutura curricular das instituições de ensino. O problema, nesse caso, é que as faculdades entregam o máximo possível em cinco anos, ou seja, o prazo pode ser um fator limitador da formação.

“Extrapolem os muros da faculdade. Façam cursos, se envolvam em atividades profissionais, absorvam experiências, tenham cada vez mais bagagem teórica pra atuar”, afirma.

Nesse sentido, atividades complementares, disciplinas de outros cursos, formações livres em plataformas online ou até em instituições estrangeiras podem fazer a diferença na carreira.

“Adotem um estilo de vida de aprendizado contínuo. O mundo está acelerado. O progresso tecnológico avança a um ritmo surpreendente. E o Direito não consegue acompanhar todas as transformações. Por conta disso, precisamos estar em permanente atualização, jamais deixando de estudar”, completa Azevedo.

Leia mais: Direito: o que explica os baixos índices de aprovação no exame da OAB

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