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SÃO PAULO (SP) – Terminou nesta sexta-feira (30) o 24º FNESP, considerado o maior fórum de educação superior da América Latina. O evento reuniu cerca de 1 mil mantenedores, gestores e líderes de instituições de ensino superior (IES) durante dois dias no WTC, na capital paulista.

É sobre o estudante, sim! Mais do que oferta de conteúdo, é sobre uma experiência memorável” foi o tema do FNESP 2022. Como no primeiro dia, a experiência do estudante seguiu em pauta no fórum.

A seguir, o portal Desafios da Educação oferece um resumo das palestras desta sexta-feira.

Experiência do usuário 

O segundo dia do 24º FNESP começou ouvindo Justo Hidalgo, gerente de produto digital com foco em dados e psicologia comportamental na Universia, Claudia Vale, consultora em customer experience na Flwow. Ambos apresentaram os últimos avanços tecnológicos e as mudanças culturais necessárias para colocar a experiência do aluno, por meio do UX [user experience] no centro das preocupações das instituições de ensino superior.

Leia mais: No primeiro dia, 24º FNESP coloca experiência do aluno no centro do debate

“A ideia de UX é baseada em três pilares, desejabilidade, viabilidade e praticidade da ferramenta. No caso da educação, uma outra variável entra no jogo, a eficácia da ferramenta”, disse Justo Hidalgo.

“É aí que entram as dificuldades desejadas”, acrescentou ele, para quem projetar dificuldades não é necessariamente ruim, mas fundamental como forma de melhorar o desempenho dos estudantes a longo prazo.

Justo Hidalgo, gerente de produto digital na Universia. Créditos: Sol Santos/Assunto Digital.

 

A consultora Claudia Vale, por sua vez, defendeu o aumento da conexão emocional entre IES e estudantes. “Isso está relacionado à jornada do aluno”, explicou. “Não adianta querer fazer projetos de UX se a mentalidade da IES não é orientada ao aluno em todas as frentes, não apenas em relação à sua trajetória acadêmica. Os estudantes vivem muitas experiências dentro da IES, não apenas na sala de aula”, reforçou.

Vale também defendeu que as IES desenvolvam uma mentalidade de ecossistema, em que enxergam o aluno além da vida acadêmica e fora da universidade. “Essa abordagem proporciona uma visão única em relação aos concorrentes ao levar em consideração que o estudante possui três tipos de experiência dentro de uma IES, a institucional, a de aprendizagem e a operacional”, falou. “A experiência do aluno se torna mais ampla quando as IES enxergam essas três experiências.”

Leia mais: Como oferecer experiências memoráveis aos alunos? Especialistas respondem no FNESP

Claudia Vale, consultora da Flwow.

3 cases de sucesso

Em uma das apresentações do dia, os participantes conheceram as boas prátcas da PUC Campinas, da Universidade Aberta (Portugal) e do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa).

Gerente de inovação na PUC Campinas, Diane Teo de Moraes apresentou o Mescla, espaço colaborativo para inovação e empreendimento da instituição. O hub tem como proposta integrar alunos das diferentes áreas, e em diversos estágios de formação, com empresas e atividades empreendedoras. A iniciativa funciona também como um coworking, laboratório de fabricação digital (FabLab) e um acelerador de negócios.

“A gente desenvolve a cultura de colaboração. Acreditamos na conexão desses atores para desenvolver soluções para Campinas e região, para que a gente consiga transformar o conhecimento gerado na universidade em inovação”, pontuou Moraes.

Gerente de inovação na PUC Campinas, Diane Teo de Moraes.

Já o diretor da delegação regional do Porto da Universidade Aberta, José António Moreira, trouxe as concepções da instituição sobre o ensino híbrido. Para ele, as IES devem se preocupar em criar ecossistemas com diferentes ambientes de aprendizagem, apropriando-se das diversas metodologias de ensino. “Não se pode reduzir a realidade híbrida àquilo que é uma modalidade a distância e uma modalidade presencial. A realidade híbrida é esta diferenciação entre ambientes, pedagogias, tecnologias e tudo aquilo que se cria neste ecossistema”, defendeu.

Por fim, falou a professora e coordenadora de projetos de inovação no Cesupa, Suze dos Santos Oliveira. Ela abordou o projeto criado na IES paraense, chamado Meta, com o objetivo de desenvolver o aluno com uma formação integral, por meio de competências técnicas e socioemocionais, através de um portfólio de projetos reais.

“Para conseguir isso, a gente precisa cada vez mais de experiências significativas dentro da graduação, não só na perspectiva de experiências formais, mas aquelas que os discentes possam vivenciar além dos muros da instituição.”

Leia mais: Tem IES fazendo diferente com os alunos. Conheça três cases de sucesso

ebook experiencia de aprendizagem

E o metaverso, hein?

Fundador e CEO da Metaverse University, a primeira universidade do metaverso, Alex Moga também esteve entre os palestrantes do FNESP. Segundo ele, ainda é cedo para falar sobre o metaverso. No entanto, é preciso atentar aos indícios da tendência de criação de um mundo paralelo virtual, com múltiplas possibilidades de experimentações e desafios.

“As chaves de sucesso para o metaverso já existem, como a questão de uma excelente conectividade”, disse. “Outro elemento fundamental é a experiência do usuário, que vai criar a integração entre esse mundo digital e o mundo real. O metaverso depende de tecnologia e afeta o consumidor e todas os setores da economia, transformando o mundo natural que conhecemos hoje. O potencial de crescimento é enorme.”

Moga também disse, de acordo com o Semesp, que a educação virtual é mais econômica a médio e longo prazo do que a presencial. “Isso tudo pode parecer futurista, mas as instituições de ensino devem começar a adotar esse conceito”.

O palestrante também explicou como funciona a Metaverse University, que possui dois elementos fundamentais: a criação de conteúdo e o compartilhamento desse conteúdo. “Estamos vivendo um ponto crítico da história da educação, e o que a Metaverse University oferece é um modelo de formação único e inovador que possibilita itinerários formativos personalizados. O aluno escolhe os tempos e o destino desses itinerários”, disse. “Ele pode pular de itinerário em itinerário, segundo seus interesses e objetivos, e se empoderar por meio de micro credenciais. Nossa missão é não deixar ninguém para trás”, concluiu.

Leia mais: No primeiro dia, 24º FNESP coloca experiência do aluno no centro do debate

Leonardo Pujol
Leonardo Pujol é editor do portal Desafios da Educação e sócio-diretor da República, agência especializada em jornalismo, marketing de conteúdo e brand publishing. Seu e-mail é: pujol@republicaconteudo.com.br

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