A curricularização da extensão vem mobilizando as instituições de ensino superior (IES) brasileiras. Inicialmente, o prazo para a adaptação às novas regras era de três anos. Contudo, devido à pandemia, a data limite foi estendida por mais um ano. Com base no Parecer 498/2020², a curricularização da extensão deve ser implementada até janeiro de 2023.
Muitas IES estão se mobilizando antes mesmo da obrigatoriedade chegar. A Unicarioca, por exemplo, já trabalha para colocar o conhecimento da sala de aula em prática através da extensão. O objetivo é aprimorar as competências interdisciplinares dos alunos e impactar positivamente na sociedade, especialmente no entorno das suas comunidades.
Somente no ano passado, a instituição realizou 14 projetos, envolvendo 25 docentes, 42 turmas e 1.341 estudantes. Iniciativas de diversos segmentos foram contempladas. Isso inclui desde questões envolvendo cidadania e o ambiente escolar até estratégias de segurança de dados em empresas durante o período de home office.
A importância do engajamento
Para o diretor de Educação Digital da Unicarioca, Jeferson Pandolfo, acurricularização da extensão não pode estar presa à grade curricular, ou seja, ser uma atividade ou disciplina isolada do contexto geral da formação.
“Faz muito mais sentido ter o total de carga horária estabelecida pela lei (ou mais) diluída ao longo do curso. Justamente para não cair no erro de fazer coisas impostas para cumprir tabela”, opina.
Segundo o diretor, a participação dos estudantes aumenta a cada semestre, com resultados promissores. “A gente entendeu que a curricularização é uma oportunidade de promover o maior engajamento dos estudantes. É uma maneira deles aplicarem de fato o conhecimento em ações no seu entorno e verem os resultados”, finaliza Pandolfo.
Leia mais: Curricularização da extensão abre espaço para projetos integradores
Aprimorando a experiência
Pensando em melhorar a experiência dos docentes, estudantes e comunidade durante a curricularização da extensão, a IES entendeu que precisava ir além na sua proposta. Era necessário, por exemplo, a adoção de uma plataforma capaz de conectar a academia aos atores externos, como empresas, organizações não governamentais (ONGs) e entidades públicas.
Após estudar as opções no mercado, a Unicarioca conheceu o sistema de Gestão de Projetos da Plataforma A. Trata-se de um software criado pela Be Formless, uma edtech especializada em soluções para gestão universitária. Hoje, essa ferramenta opera como um repositório de demandas, além de contemplar todas as fases de um projeto até a sua apresentação final.
Uma das vantagens é seu caráter personalizável, o que permite atender de forma mais eficiente cada instituição que a contrata. Além disso, a plataforma conta com uma API (um conjunto de rotinas e padrões de programação para acesso de um aplicativo ou plataforma baseado na web) de integração com o sistema da universidade parceira, o que facilita sua usabilidade.
“Encontramos uma forma de gerenciar melhor as tarefas. Um dos pontos principais foi criar um canal para comunidade participar, mostrando suas próprias demandas e entendendo o quanto podemos contribuir”, afirma, Pandolfo.
Leia mais: Estratégias para implementar curricularização da extensão na sua IES
Como funciona
Na instituição fluminense, o fluxo é o seguinte: quando um projeto é recebido no site para coleta de desafios, um professor assume como curador responsável. Esse docente avalia se a proposta é pertinente e determina quais áreas e disciplinas podem ser envolvidas.
“Assim, se a proposta é ajudar um restaurante, o professor curador olha e diz: ‘de acordo com esse projeto, eu preciso do estudante do quarto semestre de Gastronomia, do quinto período Nutrição, do sexto de Marketing’. E ele consegue fazer tudo isso pela plataforma, o que é um espetáculo”, elogia Pandolfo.
Depois de distribuir as tarefas conforme a matriz curricular dos cursos, o professor enumera os docentes padrinhos das disciplinas selecionadas, faz mentoria para que os alunos desenvolvam o projeto, executem o trabalho e avaliem o processo ao final. Tudo isso usando a plataforma, que é responsiva, intuitiva e favorece o trabalho colaborativo.
Comments