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Bett Show: 3 tendências do maior evento internacional de tecnologia para educação

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A Bett Show é a maior feira internacional dedicada à tecnologia educacional. Todo ano, em Londres, cerca de 900 empresas consolidadas e startups apresentam as últimas inovações capazes de apoiar a aprendizagem – da educação básica ao ensino superior.

A edição deste ano aconteceu entre os dias 22 e 25 de janeiro, com a participação de 34 mil pessoas de 146 países. Pelo menos 120 brasileiros estiveram na Bett Show. O Desafios da Educação conversou com três deles para saber quais são as principais tendências identificadas por lá.

Bett Show: maior feira internacional dedicada à tecnologia educacional. Crédito: Bett Show/divulgação

1. Inteligência Artificial

“A síntese da Bett Show, e do que acontece atualmente no mundo educacional, é que caminhamos para uma educação flexível, híbrida e, especialmente, personalizada”, afirma Ronaldo Mota, diretor científico da Digital Pages e membro da Academia Brasileira de Educação.

A personalização a qual Mota se refere tem como base dispositivos de inteligência artificial (IA). A partir da análise de dados, como notas e histórico curricular, é viável identificar gargalos de aprendizagem dos alunos e criar trilhas educacionais compatíveis com as necessidades de cada um.

Leia mais: Educação: análise de dados pode identificar problemas e orientar ações

A IA também chega com força na gestão das instituições por meio de softwares de administração e negociação financeira. As assistentes virtuais atendem a comunidade acadêmica, realizando solicitações documentais, emissões de boletos, pedidos de matrícula e rematrícula, entre outros pontos.

Entretanto, assim como acontece no mundo corporativo, a aplicação da IA desperta preocupações éticas e em torno da cibersegurança das informações de alunos e instituições de ensino. Esses dois temas estiveram entre os mais discutidos nas palestras e workshops da Bett Show.

“A IA já é uma realidade, mas a Bett procurou refletir sobre o uso que vamos fazer dela e o que vai ser produzido com os dados disponíveis. Também precisamos nos perguntar qual é o limite ético do uso dessas tecnologias para entender quais prejuízos elas podem trazer”, completa a diretora de conteúdo da Bett Educar, Maria Alice Carraturi.

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2. Realidade aumentada, virtual e mista

A imersão foi outro destaque do evento em Londres. Ela apareceu, principalmente, em dispositivos de realidade aumentada (RA), realidade virtual (RV) e realidade mista. Segundo Carraturi, foi possível perceber uma expansão e um barateamento dessas tecnologias durante a Bett Show.

“Com o uso de três dimensões, os alunos têm uma relação muito próxima com o objeto de conhecimento. Uma criança pode viver na Grécia Antiga, visitar o Império Romano, fazer experiências de Física e Química. Essa me pareceu uma tendência e notei o interesse das empresas de tecnologia expandir seu uso no Brasil”, afirma a diretora da Bett Educar.

Já o diretor de educação a distância do grupo Ser Educacional, Enzo Moreira, lembra que o desenvolvimento de laboratórios virtuais, especialmente nas áreas da saúde e engenharia, tiveram bastante espaço nos estandes. “Com essas soluções, o aluno pode simular situações reais em um ambiente controlado”, elogia.

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3. Transformação Digital

Para Moreira, a Bett Show também funciona como uma feira para apresentação de protótipos com muitas tecnologias embarcadas. Isso não significa que elas vão ser todas implementadas de forma abrupta. Vai depender da evolução cultural das instituições de ensino.

“Um dos pontos tratados em Londres foi a morosidade do setor de educação para se adaptar às mudanças”, diz. Nesse sentido, a chegada do processo de transformação digital, seja no ensino básico ou superior, é vista como uma preocupação mundial – e urgente.

“A transformação digital envolve uma mudança de cultura em todos os setores, desde a digitalização de processos burocráticos de gestão, passando pela utilização da nuvem para repositório e gerenciamento de conteúdo até a disponibilização de ambientes virtuais de aprendizagem”, afirma o diretor de EAD da Ser Educacional.

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Como está o Brasil nesse cenário?

É inevitável se perguntar após um evento como a Bett Show qual é a posição do Brasil nesse cenário de inovadoras tecnologias educacionais. Entre os especialistas que estiveram no evento, ouvidos pelo portal Desafios da Educação, boa parte das soluções apresentadas em Londres estão presentes ou à disposição das escolas e faculdades brasileiras.

O grupo Ser Educacional, por exemplo, utiliza uma assistente por inteligência artificial, chamada a Sofia. O mecanismo presta atendimento aos alunos. Além disso, o país é dotado de edtechs como a Imersys, voltadas ao desenvolvimento de laboratórios virtuais de realidade aumentada e realidade virtual.

Leia mais: Por que algumas universidades são melhores no uso de tecnologia educacional?

O desafio, entretanto, é evoluir em termos de escala. “É bom frisar que o Brasil tem boas experiências nesses campos. O que precisamos fazer é que essas experiências tenham um processo de escala, para que consigam atingir um número maior de educandos do que hoje”, pondera Ronaldo Mota, da Digital Pages.

Entre 12 e 15 de maio de 2020, São Paulo recebe a edição brasileira da Bett – o Congresso Bett Educar.  O tamanho da área de exposição deve ser um terço maior, na comparação com edições anteriores. Paralelamente à feira acontece fóruns de gestores, encontros de secretários de educação e discussões sobre o uso de tecnologias no ensino superior.

“Inspiração para transformar é o grande lema da Bett”, diz Maria Alice Carraturi. A diretora afirma que o congresso é um espaço para ver o que está acontecendo em experiências locais e internacionais, “para que possamos incrementar a educação, melhorar a relação entre professor e aluno e incrementar os resultados de aprendizagem”.

Leia mais: As principais tendências da educação para 2020

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