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Mercado aquecido e retomada do modelo presencial marcam início de ano

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Vestibular é forma preferida de ingresso. Crédito: Thiago Cruz/ Ufrgs

A última pesquisa Termômetro de Captação, divulgada pela consultoria Educa Insights, mostra um aumento das intenções de matrícula no primeiro semestre de 2023, especialmente no ensino presencial.

A novidade dessa edição está na inversão em relação ao último levantamento: houve queda na preferência pela educação a distância (EaD) e aumento nas intenções de matrícula na modalidade presencial.

Desta vez, 73% dos entrevistados afirmaram buscar uma graduação EaD, enquanto no ano passado o percentual foi de 77%. Já o interesse no ensino presencial teve alta, saindo de 59% em janeiro de 2022 para 67% em janeiro de 2023.

Entre os entrevistados, 69% pensam em iniciar um curso de graduação no primeiro semestre de 2023 – um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2022.

O levantamento foi feito com um público de potenciais alunos que tenham interesse em iniciar um curso de graduação nos próximos 18 meses em instituições de ensino superior (IES) particulares. No total, foram entrevistadas 1.022 pessoas de todas as regiões do País entre os dias 10 e 13 de janeiro.

Fevereiro: o mês mais importante do ano

Apesar do Carnaval, fevereiro é o mês que concentra a maior parte das intenções de matrícula. Entre os candidatos para o ensino presencial, 34% pretendem se matricular em fevereiro. Já no ensino a distância, a porcentagem das intenções é de 33%.

Entre os pesquisados, o vestibular é a forma de ingresso preferida, com destaque para as provas online. Mesmo assim, o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) influencia diretamente o mercado.

Em 2022, o pico de matrículas aconteceu em 20 de fevereiro, ou seja, após a divulgação das notas, que ocorreu no dia 9 do mesmo mês. Este ano, o resultado das provas estava previsto para sair no dia 13 de fevereiro, mas foi antecipado para quinta-feira (9).

Segundo um levantamento feito pela Educa Insights em parceria com o Google, o resultado do Enem gera uma onda de buscas pelo assunto, fazendo com que até pessoas que não fizeram a prova se interessem em estudar. A própria notícia de antecipação dos resultados gerou uma alta na procura pelo termo.

Nos próximos dias há nova possibilidade de pico de matrículas, uma vez que muitos estudantes esperam para confirmar a possibilidade de bolsas em programas como o Universidade para Todos (Prouni). Aliás, a divulgação das notas abre uma janela temporal muito interessante para as IES no sentido de captação. Até o início de março há a projeção de importantes picos de buscas sobre o tema, seguindo o calendário das inscrições para os programas governamentais.

Em relação ao ticket médio da modalidade presencial, a pesquisa aponta aumento de 2,7% no Norte e de 3,7% no Sudeste, e de queda no Centro-Oeste, Nordeste e Sul. Já na EaD, a expectativa é de aumento de 1,4% no Nordeste, 1,3% no Norte e 0,4% no Sul, com queda nas demais regiões.


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Análise

Um dos pontos reforçados pelo estudo é que o mercado está aquecido para o ciclo de verão. “Foi bem atípico o que ocorreu neste ano. Os números desta edição reforçam uma retomada para o setor aos parâmetros pré-Covid19. As intenções de matrícula imediata mostram que cerca de 70% da demanda vai converter agora”, explica Daniel Infante, fundador e sócio-diretor da empresa de pesquisa Educa Insights.

Segundo ele, esse aquecimento vem principalmente por uma intenção declarada pra cursos presenciais, que sofreram perdas no período da pandemia. “Porém, isso não significa que matrículas aparecerão no mesmo patamar de preço. Existem questões naturais envolvendo demografia e ticket médio ocorrendo no País”, destaca Infante.

Outro ponto importante da pesquisa é que a curva deste ciclo de entrada está um pouco mais “atrasada” se comparada a outros anos. Isso significa que existe um público que ainda não se inscreveu – especialmente para a EaD.

“Existe uma boa parcela que tem opções pra serem pesquisadas antes da sua decisão. Então, ainda há chance de as IES angariarem novos inscritos. A expectativa é bastante positiva para esse ciclo inicial de 2023”, finaliza o especialista.

Pesquisa feita pelo Google corrobora os resultados

A gigante de tecnologia Google também realizou uma pesquisa em janeiro, com mais de mil entrevistados em todo o País. O levantamento aponta que o interesse por cursos 100% presenciais voltou a se aproximar ao patamar pré-Covid-19, com cerca de metade (52%) dos novos universitários buscando esse tipo de curso.

Em 2019, antes das restrições causadas pela pandemia, o índice de interesse era de 49%. Em 2022, a porcentagem foi de 47%. Por outro lado, 34% afirmam ter interesse por cursos 100% remotos, enquanto 14% preferem a opção semipresencial.

Outro ponto em comum entre os dois levantamentos é que a indecisão paira no ar: a pesquisa do Google mostra que dois em cada cinco novos universitários ainda não escolheram em que instituição irão estudar – 28% estão em dúvida, enquanto 11% não pensaram sobre isso.

Sobre a forma de ingresso, um terço (33%) pretende usar o resultado do vestibular presencial para ser aceito na instituição escolhida, o que reforça esse tipo de prova como preferência do público, além de uma boa parcela adepta ao vestibular online (24%). Já as notas do Enem foram apontadas como opção de ingresso por 20% dos entrevistados.


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