A educação a distância (EaD) se tornou um grande ponto de convergência no ensino superior. Agora, as instituições buscam diferentes formas para se adequar a essa nova realidade.
Mesmo com tantas transformações estruturais, o objetivo permanece o mesmo: proporcionar uma formação de qualidade aos estudantes. O conteúdo do curso é uma peça fundamental para esse processo.
Na EaD, geralmente, os materiais ficam disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem (AVA, ou LMS, na sigla em inglês). A produção e a curadoria podem ser feitas de diferentes formas, por professores, empresas terceirizadas, entre outros atores.
Contudo, é importante levar em consideração a quantidade de conteúdo ofertada em um curso. Esse fator pode contribuir para o bom desempenho do discente, mas, em excesso, pode atrapalhá-lo.
Descubra quais aspectos influenciam nesse cálculo e como equilibrar a quantidade com qualidade.
Antes de tudo, entenda sua metodologia
Hoje, todas as instituições de ensino o superior (IES) devem pensar na educação a distância, já que até 40% da carga horária total de cursos presenciais pode ser ofertada remotamente. Ou seja, é impossível não falar de EaD.
Com a popularização das aulas on-line em seus diversos formatos, alguns conceitos surgiram e outros se transformaram para que a EaD fosse lapidada de modo a promover uma educação ainda mais eficaz.
Assim, o primeiro ponto a ser destacado é a metodologia do programa e a sua estrutura. Tais parâmetros serão essenciais para nortear qualquer estratégia dentro do curso, inclusive em relação ao conteúdo.
“Precisamos ter um olhar global sobre a experiência de aprendizagem dos alunos e nos atentarmos à metodologia do curso. Não podemos empilhar conteúdos se a modelagem do curso também conta com aulas síncronas, enquetes e outras atividades que o estudante precisa cumprir. Isso apenas o sobrecarregará”, explica a doutora em Ciência da Informação e gerente acadêmica EaD da Plataforma A, Daiana Rocha.
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As tendências serão suas métricas
Com uma metodologia bem definida já é possível calcular a quantidade de conteúdo ideal para ser disponibilizado no curso. Nesse caso, as métricas dão lugar à análise de tendências.
“Um exemplo disso são as videoaulas. Há algum tempo, elas podiam chegar a uma hora de duração. Porém, nos dias atuais, a tendência é que sejam feitos vídeos curtos, de no máximo cinco minutos”, relembra Daiana.
Quando se trata de conteúdos em texto, isso também ocorre. A gerente acadêmica sugere que objetos de aprendizagem, como exercícios de fixação e infográficos, são conteúdos essenciais para acompanhar artigos e e-books.
“O comportamento da sociedade nos ajuda a traçar estratégias para o consumo de conteúdo. Obviamente, dentro da modelagem acadêmica e de uma forma que seja prazerosa para o aluno”, diz a educadora.
Não esqueça da qualidade do conteúdo
Além da quantidade correta, é preciso levar em consideração a qualidade dos conteúdos ofertados. Existem maneiras de se produzir e curar conteúdos. “Aquele conteúdo precisa fazer sentido para todos os aspectos que envolvem uma disciplina EaD. O curador ou produtor de conteúdo precisa equilibrar teoria e prática, além de possuir conhecimento em tecnologia, direitos autorais e outros aspectos relacionados a área”, destaca Daiana.
Ela ainda orienta que as Unidades de Aprendizagem – locais onde estão reunidos os conteúdos dos cursos – precisam estar de acordo com os objetivos da formação, para oferecer ao aluno uma experiência diversificada de aprendizagem e autonomia para estudar.
Não há um cálculo ou uma estratégia única para definir a quantidade de conteúdo ideal em um curso. Por essa razão, o papel do professor curador e da gestão acadêmica é essencial para entender o que faz sentido para a IES e como adequar os materiais ao seu contexto.
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