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Dia do Professor: 3 aspectos para desenvolver a prática docente nas IES

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Comemorado no dia 15 de outubro, o Dia do Professor traz à tona uma série de pautas ligadas à prática docente. Em 2022, os desafios envolvem, por exemplo, a falta de profissionais em berçários, escolas e instituições de ensino superior (IES), os cuidados com a saúde mental; e a necessidade de formação continuada para lidar com uma profissão em metamorfose.  

Segundo um relatório do Instituto Semesp, o Brasil pode sofrer um apagão de 235 mil professores na rede básica. Na educação infantil, uma reportagem do Desafios da Educação mostrou como a falta de docentes afeta o desenvolvimento das crianças. Nas universidades federais, documentos do governo federal obtidos recentemente pelo portal Uol indicam um déficit de quase 4 mil profissionais. 

Ao mesmo tempo, o último Fórum Nacional de Ensino Superior Particular (Fnesp), realizado no fim de setembro, apontou que a nova era do ensino superior será centrada na experiência do aluno. Em meio ao avanço das tecnologias educacionais, quem terá um papel decisivo na construção de jornadas acadêmicas memoráveis será, mais uma vez, o professor – que precisará de competências socioemocionais e digitais, além de adotar uma nova postura em sala de aula.  

Nesse cenário, as instituições de ensino superior não podem ficar de braços cruzados. Elas precisam ser propulsoras do desenvolvimento de uma docência para a transformação no século 21, garantindo a oferta de profissionais no mercado de trabalho e a qualificação das suas equipes para atender uma geração de alunos nativa no mundo digital.  

Por isso, neste Dia do Professor, o Desafios da Educação destaca três aspectos para as IES desenvolverem a prática docente.  

Dia do Professor: é preciso desenvolver as competências certas, promover a formação continuada e cuidar da saúde mental dos docentes. Foto: Pexels.

1) Competências 

Em entrevista ao Desafios da Educação, a coordenadora do curso de pedagogia do Instituto Singularidades, Cristina Nogueira Barelli, destaca as seguintes competências a serem priorizadas na formação e atualização de professores: flexibilidade, adaptabilidade, autonomia com responsabilidade social, atenção plena, resolução de problemas e trabalho em colaboração e com as diversidades. 

Além das habilidades socioemocionais, a psicóloga, pedagoga e mestre em Educação, Karina Nones Tomelin, inclui mais três grandes áreas para as instituições de ensino superior investirem quando o assunto for as competências do professor do futuro: digital, analítica e metodológica.  

A digital é a capacidade de selecionar e implementar recursos tecnológicos e utilizá-los de maneira autônoma. A analítica está associada à capacidade de criar instrumentos avaliativos e organizar e analisar dados que facilitem o feedback aos alunos. A metodológica, por sua vez, envolve a capacidade de comunicar sua intencionalidade pedagógica, compreender os objetivos de aprendizagem, implementar diferentes metodologias e criar um ambiente harmônico e saudável em sala de aula. 

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Leia mais: Karina Tomelin e as competências do professor do futuro 

2) Formação continuada  

A formação continuada é fundamental para manter os docentes atualizados. As atividades promovidas pelas IES devem levar em conta as competências do tópico anterior. Entretanto, para gerar resultados práticos e manter os professores motivados, elas também devem considerar as individualidades dos profissionais, o que inclui o reconhecimento das suas dores e dificuldades enfrentadas no dia a dia da sala de aula. 

Nesse sentido, Tomelin, que tem larga experiência no planejamento e execução de capacitações com professores de instituições de ensino superior, diz que o primeiro passo é mapear as competências da equipe docente. A partir deste mapeamento, fica mais fácil desenvolver um processo de formação continuada assertivo, com base nos pontos fortes e fracos dos professores da IES. 

Para superar o desafio da falta de tempo para as capacitações, uma saída é apostar no microlearning, uma técnica que propõe aprendizagem rápida, focada, condensada e pontual. Além disso, o método é uma maneira de induzir o aprendizado contínuo e diário, desenvolvendo a autorreflexão e a autorregulação entre os professores.   

Leia mais: Microlearning como estratégia de formação continuada de professores 

3) Saúde mental  

A pandemia de covid-19 evidenciou um problema que, em geral, permanecia por baixo dos panos na educação: o descuido com a saúde mental dos professores. Durante o período de isolamento social, ficou nítido como os docentes precisam, muitas vezes, lidar com acumulo de tarefas, ambientes de trabalho desfavoráveis e com a própria adaptação aos novos rumos da profissão, entre outras dificuldades. 

Foi assim que muitos atingiram uma situação de esgotamento mental caracterizada como burnout. Evitar casos deste tipo é parte de uma cultura de desenvolvimento da prática docente nas instituições de ensino superior. Isso passa, em primeiro lugar, pela desmitificação do tema, principalmente, entre gestores e coordenadores, que devem fomentar o assunto e saber identificar, ouvir e apoiar professores fragilizados. 

Além disso, a promoção da saúde mental requer atividades coletivas, como oficinas e grupos de discussão, o estímulo aos hábitos saudáveis, como exercícios físicos e boa alimentação, e a prestação de apoio especializado. 

Leia mais: É preciso cuidar da saúde mental dos professores. Saiba por quê – e como  

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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