O uso da aprendizagem baseada em projetos no ensino remoto é uma receita que pode dar muito certo
Híbrido significa misturado, mesclado. A educação é uma mistura. Sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias. Agora, em tempos de mobilidade e o uso massivo de tecnologia, cabe destacar as vantagens e benefícios da aprendizagem baseada em projetos (ABP ou PBL, na sigla em inglês).
A aprendizagem baseada em projetos é uma metodologia com foco na prática. A ideia é permitir que os alunos busquem soluções para desafios reais ou simulados, de modo a desenvolver não só habilidades técnicas como as mais necessárias competências do século 21 como criatividade, resolução de problemas e trabalho em equipe.
Segundo o professor William N. Bender, autor de Aprendizagem Baseada em Projetos: Educação Diferenciada para o Século XXI, diversas pesquisas que apontam a ABP como uma das metodologias ativas mais eficazes para aumentar o rendimento e o engajamento dos alunos. Nada melhor, portanto, do que utilizá-la no ensino híbrido.
ABP nas aulas híbridas
Enquanto a vacina não chega, o ensino híbrido é amplamente abraçado pelas instituições de ensino. Famoso entre as universidades, o modelo vem conquistando espaço na educação básica. Só no Ceará, mais de 200 escolas da rede estadual optaram pelo modelo para o ano letivo de 2021.
Na esteira da inovação, a aprendizagem baseada em projetos se torna uma ferramenta útil ao professor. Afinal, ela é facilmente adaptável às aulas remotas e presenciais.
Uma ideia: a exposição do tema (âncora) e a proposta do projeto podem ser feitas na aula presencial. Ali, o professor pode estimular as relações interpessoais, formando grupos heterogêneos e deixando os alunos discutirem as próprias ideias.
O desenvolvimento do projeto pode ser feito quase que completamente a distância. O aluno pode se reunir com os colegas por chamada de vídeo. O professor, por sua vez, pode participar de uma ou outra ligação ou sanar dúvidas por mensagens de texto.
Ao fim do projeto, alunos e professor se reúnem novamente de forma presencial. A ideia é discutir os resultados do projeto – em mais um momento de debate e reflexão que deve estimular o desempenho de competências.
Mesmo após o retorno ao ensino presencial, a ABP pode (e deve!) ser explorada da educação básica ao ensino superior.
Na primeira, os experimentos podem incluir materiais caseiros e problemas fictícios. É possível fazer aulas práticas como dramatização, registro de atividades físicas e criações artísticas. As redes sociais também podem ser utilizadas na construção do aprendizado. No ensino superior, é mais comum que os estudantes investiguem problemas reais da comunidade onde estão inseridos.
Projetos são excelentes estratégias para engajar o estudante. Mas demanda planejamento. Então, antes de adotar a ABP, certifique-se de que os professores estejam engajados em um trabalho coletivo que esteja à serviço da aprendizagem e desenvolvimento do estudante.
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