POÇOS DE CALDAS (MG) — A educação a distância (EAD) não foi feita para reproduzir vagas e matrículas em excesso, mas para atender a demanda dos novos postos de emprego e atrair perspectivas econômicas positivas para o Brasil crescer.
A afirmação é de Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE). No domingo (20), ele e outros especialistas participaram da abertura da 25ª edição do Congresso Internacional Abed de Educação a Distância (Ciaed). O evento ocorre em Poços de Caldas, município minero de 151 mil habitantes, até 24 de outubro.
Durante a apresentação, Curi reiterou que o papel da EAD é essencial e estratégica ao país, mas que seu crescimento precisa ser organizado – atualmente, só 30% das vagas da modalidade estão preenchidas. “A EAD tem que ser um projeto para salvar o país, não pode ser um projeto alternativo.”
O presidente do CNE ainda criticou os atuais modelos de avaliação. “Não podemos mais avaliar e regular só para verificar a qualidade mínima ou se há más-práticas. A avalição precisa olhar o ensino superior como um espaço estratégico à economia brasileira, à cultura, à inclusão e à conquista de direitos”, disse.
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Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), também ressaltou a necessidade de aperfeiçoar o ensino brasileiro através da EAD. E convidou os participantes do Ciaed a refletirem.
“Se há problemas de evasão, não culpe os alunos nem a metodologia de EAD. Em vez disso, pergunte-se: meu conteúdo é inadequado ou excessivo? Os tutores levam uma semana para responder os alunos? Essas coisas desestimulam os estudantes”, falou Litto.
Ciaed deve reunir 2 mil pessoas
Segundo o presidente da Abed, o Ciaed 2019 deve reunir 2 mil participantes – entre pesquisadores, professores, gestores e representantes de instituições de ensino superior (IES), entidades e empresas do segmento educacional.
O tema do 25º Ciaed é “Abordagens híbridas no ensino-aprendizagem na EAD“. O objetivo é ressaltar experiências, abordagens e aspectos teóricos e práticos do ensino híbrido. Em 2020, a ideia é que o Ciaed se concentre em experiências e estratégias de metodologias ativas na EAD.
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Para as atividades em inglês e outras línguas, os participantes do Ciaed 2019 que precisarem de tradução simultânea podem usar o próprio smartphone e os fones de ouvido. A tradução será disponibilizada através do SoundFly, aplicativo que pode ser baixado diretamente na Apple Store ou no Google Play.
A ocasião também marca a divulgação do novo Censo EAD.br, já disponível no site da Abed.
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