Gestores, professores e representantes de instituições de ensino superior e outros players do setor educacional participaram nesta quinta-feira (11) do Fórum de Lideranças: Desafios da Educação. Promovido pelo portal Desafios da Educação e pelo Grupo A, o evento foi sediado na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo (SP).
Os inscritos no Fórum de Lideranças foram recebidos por Adriane Kiperman, publisher do portal Desafios da Educação. Para um auditório lotado, ela apresentou os números do portal – média de 75.000 acessos mensais e 51.000 usuários únicos por mês, sendo 4 minutos o tempo médio de permanência por página. “Quando se oferece conteúdo de ponta e se está ligado aos temas do momento, temos esse crescimento de acesso”, disse Kiperman, sobre o aumento de 1.230% na audiência entre 2019 e 2018.
Conteúdo dos palestrantes
O evento contou com diversos palestrantes. Nas próximas semanas, o Desafios da Educação publicará reportagens sobre os temas discutidos no Fórum de Lideranças.
Mauro Amaral, presidente do EAD Laureate, falou sobre o impacto da educação digital. “Todas as indústrias transformadas por tecnologia usaram o mindset digital. Para a educação não será diferente”, afirmou. Ele ainda frisou que, ao oferecer tecnologia, é necessário priorizar sempre o usuário.
Daniel Infante, sócio-diretor da consultoria Educa Insights, apresentou um panorama sobre captação e retenção de alunos. Atualmente, segundo ele, há pelo menos 61 milhões de potenciais alunos para as instituições de ensino superior (IES). O crescimento da educação a distância, nesse cenário, é inevitável. Aos gestores, Infante declarou: “As suas ações não devem fugir do padrão de mercado.”
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Guilherme Junqueira, CEO da Gama Academy, mostrou como a transformação do mundo também muda os cursos de formação e as carreiras. “Todo mundo foca em formar hard skills, mas a maior causa de demissão é a carência de soft skills. Então é isso [soft skills] que faz diferença”. Junqueira também provocou os participantes: “Muitos dos que fazem os cursos na Gama dizem que cinco semanas valeu mais do que os anos de graduação. Será que precisa 4 anos para formar alguém?”
Gustavo Borba, diretor de graduação da Unisinos, apresentou de maneira divertida alguns dados da pesquisa Geração Z, feita por ele e outros autores. Na universidade do futuro, segundo Borba, o professor é um ponto-chave. Saber ouvir, orientar e engajar professor com aluno e aluno com aluno são fatores cruciais. “Engajamento é o que faz diferença em qualquer instituição.”
Os últimos palestrantes do evento foram Susana Salaru, analista de equity research no Itaú BBA, Stephan Younes, diretor do Slash Education na PUC-PR, e Peter Kronstrøm, head do Copenhagen Institute for Future Studies na América Latina.
Salaru mostrou projeções macroeconômicas e as relacionou ao setor de educação superior. Ressaltou que as IES precisam se remodelar sem esperar o FIES, o financiamento estudantil do governo federal. Ela também afirmou que o Ministério da Educação (MEC) reconheceu o caráter restritivo da portaria 1.428/2018 – que permite, a partir do cumprimento de certos requisitos, ampliar a carga horária a distância de cursos presenciais. “A ideia é que o MEC deixe a portaria mais compreensiva.”
Younes, da PUC-PR, trouxe detalhes do conceito de longlife learning que embasa o Slash Education. Trata-se de uma plataforma de educação continuada para desenvolvimento de soft, hard e superior skills. O projeto, em fase final de desenvolvimento, será lançado no segundo semestre de 2019 pela PUC-PR e pelo Grupo A.
Kronstrøm, do Copenhagen Institute for Future Studies, encerrou o evento falando da importância de estudos sobre o futuro. Entre os insights para educação, destacou que “ser um especialista hoje é ótimo, mas os estudos mostram que a especialização não será necessária daqui uns anos. E isso será uma quebra de paradigma na educação”. Ele também ressaltou: “As crianças de hoje terão 10, 20 carreiras ao longo da vida. Mas ainda formamos nossos alunos para fazer uma única coisa. As crianças precisam ‘aprender como aprender’ as habilidades e competências do futuro”.
O Fórum foi maravilhoso, uma visão diferenciada e cheia de expectativas positivas para o Futuro da Educação.