O mercado de ensino à distância no Brasil está mudando. Baseado em novas regras do Ministério da Educação (MEC), editadas ao longo dos últimos meses, houve uma flexibilização e um aprimoramento da regulamentação, o que abre caminho para a ampliação da oferta e para a modernização do EAD no país.
Com a remoção de diversos entraves burocráticos, já é observado crescimento exponencial no número de instituições de ensino superior com novos centros credenciados para iniciar suas atividades. A desburocratização encoraja investimentos no setor, tornando mais competitivo e refinando a qualidade do mercado.
Entretanto, a capacidade de execução das empresas, tanto veteranas quanto recém credenciadas, continua sendo o divisor entre uma instituição financeiramente sustentável ou uma aplicação fracassada.
Potencial é grande
Segundo relatório do Bank of America Merril Lynch, o mercado de ensino a distância no Brasil tem o potencial de dobrar de tamanho em um futuro próximo. O estudo indica que as instituições de ensino superior, que hoje possuem 1,5 milhão de alunos matriculados, podem adicionar ao seus quadros mais 1,8 milhão potenciais alunos. Em 2023, de acordo com a instituição americana, que recomenda o investimento em empresas-chave do setor, o número de alunos EAD também ultrapassará os matriculados em cursos presenciais.
Considerada uma opção mais acessível que o ensino presencial, cursos EAD apresentam o preço como um fator de competitividade em países de renda média, como o Brasil. Mas a flexibilidade também conta. De acordo com um levantamento da Educa Insights, 39% dos alunos consideram o preço um fator decisório para a escolha do EAD, enquanto para 61% o maior benefício é poder estudar quando e onde quiser.
As principais empresas do setor desenvolvem estratégias de crescimento e exploração desse mercado, atraindo investimentos externos. Ao mesmo tempo, boa parte das localidades brasileiras ainda não possuem polos de educação a distância, o que, aliado às últimas modernizações nas regulamentações do setor, abre caminho para que novos projetos floresçam e se mostrem competitivos regionalmente.
Jovens são mercado potencial
Tradicionalmente, o EAD atrai um perfil de estudantes diferente do ensino presencial: adultos já inseridos no mercado de trabalho e pertencentes às classes B e C. Entretanto, este cenário tem se expandido. Ano a ano, a idade média dos alunos diminui, o que indica a quebra de resistência entre gerações mais jovens.
Dados do INEP apontam que os estudantes acima dos 35 anos representavam 37% das matrículas em 2010, contra 29% em 2015. Ao mesmo tempo, o percentual de alunos entre 25 e 27 anos subiu 4 pontos percentuais no mesmo período, alcançando os 29% em 2015. O crescimento aponta para o aumento da aceitação das metodologias não-presenciais, o que abre caminho para novos públicos e crescimento da demanda no setor.
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