Novas formas de aprendizagem são necessárias para a transformação do ensino e aumento da qualidade esperada para a América Latina.
Superar o paradigma da formação de professores, favorecendo o uso de tecnologias combinadas com novas formas de aprendizagem são necessárias para a transformação do ensino e aumento da qualidade esperada para a América Latina, segundo afirmou ao EFE Escola, Ana Elena Schalk, consultora sênior de TICs em educação, que atuou como consultora de projetos da Unesco.
“Devemos lembrar que os futuros professores que hoje estão começando a dar aulas fazem parte da geração Z, logo, são nativos digitais e podem atender às características destas novas gerações para desenhar e implementar estratégias pedagógicas pertinentes e significativas para elas”, explicou Schalk.
A especialista ressalta que nos últimos cinco anos começaram a surgir propostas “interessantes” em diversos países que apresentaram uma tendência positiva ao valor que passou a ser dado às tecnologias voltadas à educação e afirmou que esta tendência está relacionada com a criação de estratégias pedagógicas, que de forma integrada, promovem uma “aprendizagem ativa”, onde as tecnologias são utilizadas para conduzir as novas gerações por caminhos de “construção de conhecimento” mais de acordo com suas características, potenciais e necessidades.
“Isto, necessariamente, está relacionado a uma transformação não somente no contexto da sala de aula, mas também da valorização do conteúdo, das metodologias de trabalho e da forma de avaliação”, assinalou a consultora.
Pavlos Dias, gerente nacional de operações empresa de tecnologia que produz diversos tipos de softwares para educação e aplicativos como o Blackboard, defende o ensino atrelado ao uso de novas tecnologias e diz acreditar que a partir delas a educação poderá se tornar “global”, “mais centrada no aluno” e “online”
“Temos hoje uma educação que é um processo para ser replicado em massa e cada vez mais irão surgir técnicas e tecnologias para que possamos atender o aluno de forma individualizada e ir de encontro às suas reais necessidades; o aluno de hoje está totalmente ligado a tecnologias mobile, já faz tudo no mobile e com a internet, e espera essa experiência na educação também”, assinalou Dias.
Escolas públicas
A consultora da Unesco afirmou que as pesquisas disponíveis na América Latina refletem de forma “preocupante” que, o “domínio das competências no uso de tecnologias repete a desigualdade produzida pelo modelo atual de educação”, em que os estudantes de escolas privadas têm oportunidades de desenvolvimento das suas competências digitais significativamente maiores que aqueles estudantes que pertencem a escolas públicas.
“As tecnologias nas escolas por si só não promovem nem qualidade nem democratização. Isso é tarefa dos responsáveis da política pública, dos líderes das organizações educativas e das organizações que têm algum tipo de relação com o desenvolvimento da educação em um país”, destacou Schalk.
Para ela, assim como todos os desafios relacionados com a educação “de hoje”, este não é um desafio simples, e está repleto de “complexidades necessárias” na abordagem estratégica para poder produzir uma mudança ordenada, “mas rápida para que seja de acordo com o ritmo em que estamos vivendo”.
A especialista esteve presente no evento Desafios da Educação, que se encerrou na última semana em São Paulo e foi promovido pela Blackboard em parceria com o Grupo A Educação, que discutiu as dinâmicas de aprendizagem do aluno.
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