A tecnologia trouxe para a sala de aula comum uma série de possibilidades que, por sua vez, abriram as portas para novos conceitos. O blended learning, ou ensino híbrido na tradução para o português, é um deles. A ideia por trás do termo é combinar o aprendizado online com o offline, criando modelos que mesclem momentos em que o aluno estuda sozinho, em um ambiente virtual, com outros em que a aprendizagem é presencial, na qual há interação entre pares e entre estudante e professor. Existem diversas técnicas para aplicar esse conceito, por isso a Blackboard convidou Paula Barr, uma professora da escola pública Lawrence, na cidade de mesmo nome, no Kansas, para dar dicas de como colocar a ideia em prática. A experiência de Paula é com alunos juvenis, mas servem de inspiração para qualquer professor ou gestor.
O estudante precisa se sentir livre para escolher como deseja aprender
FONTE: Catraca Livre
Configuração da sala colaborativa
Paula conta que mudou o ambiente de aprendizado de seus alunos. Hoje, o espaço possui seis mesas redondas e outras duas maiores onde ficam os computadores de mesa com telas de 31 polegadas, rodeados de quadros brancos. Além disso, a sala tem cinco notebooks e cinco tablets, para facilitar na mobilidade dos alunos. São eles que escolhem onde querem sentar e como vão se movimentar ao longo do dia de acordo com suas necessidades de aprendizagem. O ambiente foi redesenhando como espaço dos alunos, e não dos professores. Por isso, Paula tirou da sala mobiliário extra e itens de decoração pessoal, além de armários de arquivo com gavetas para voltar a sala de aula totalmente para seus trabalhadores, no caso, os estudantes.
Paula Barr conta que comprou quadros brancos com a metade do tamanho porque eles eram mais fáceis de pendurar e porque eles ficavam em uma altura em que seus alunos poderiam facilmente utilizar, mesmo os mais baixos. É preciso pensar nisso também.
Engajamento
Para a professora, o engajamento vem desde conceber o melhor ambiente de aprendizagem para seus alunos até estar na sala de aula disponível para que eles a consultem enquanto estão fazendo seus trabalhos em seus próprios ritmos e níveis. “Ao invés de ficar de pé na frente da sala dando informação, agora eu uso um programa da Blackboard para abrigar a informação que eu quero que eles aprendam e trabalho em conjunto com os alunos para que eles adquiram e apliquem esse conhecimento. Eles também trabalham juntos e usam o programa para demonstrar o que estão aprendendo. O engajamento ocorre naturalmente, porque os alunos passam o dia no comando da sua própria educação, aprendendo no seu próprio ritmo e nível”, afirma a professora.
Envolver e educar os pais
Antes do primeiro dia de aula, Paula conta que mandou um e-mail de boas-vindas aos pais e aos alunos. Nesse e-mail, incluiu links para vídeos e informações sobre ensino híbrido. Em seguida, na segunda semana de escola, quando os pais vieram a uma reunião, ela usou fotos e videoclipes de anos anteriores para mostrar o que era um ambiente de aprendizagem mista, como aquele nos quais seus filhos estavam incluídos.
Paula também abriu sua sala de aula, um dia por semana, para os pais. Eles podem chegar a qualquer hora durante o dia, sem hora marcada. A maioria dos pais chega e puxa uma cadeira para se sentar com os seus filhos, ajudando o grupo com o qual estão trabalhando. Essa tem sido uma poderosa maneira de ajudar os pais a compreender o conceito de blended learning.
Mudança de paradigma
“Quando perguntado sobre como o meu pensamento mudou quando eu me tornei um professor de blended learning, eu faço a mesma analogia: como uma professora tradicional, eu estava na frente da sala de aula, tocando o navio do conhecimento, até que eu compartilhei esse conhecimento com meus aprendizes no nível e no ritmo em que eu decidi. Como professor de blended learning, eu explico o nosso objetivo comum e jogo eles na piscina. Alguns ficam felizes de nadar de forma independente para o outro lado, alguns precisam nadar mais e do meu apoio para chegar lá. Alguns alunos trabalham em conjunto para construir uma jangada para chegar ao outro lado e tem aqueles que ficam de fora da piscina e seguem seu próprio caminho”, conta a professora.
De acordo com ela, o trabalho do professor de ensino híbrido é ajudar os alunos a adquirir e aplicar seu próprio conhecimento, dando-lhes recursos online e na forma de papel para que eles trabalhem de forma independente ou em colaboração. Em outras palavras, os alunos fazem o trabalho.
Tecnologia
O uso autêntico da tecnologia é uma parte importante de uma sala de aula de ensino híbrido. Na sala de aula da Paula é o programa da Blackboard que abriga as informações, vídeos e links. Por meio dessa plataforma, os estudantes podem subir fotos e escrever conceitos que aprenderam na forma de verbetes. Também pode usar os fóruns de discussão para tirar dúvidas e fazer testes. “Usamos a tecnologia como uma ferramenta para que os alunos demonstrem seu aprendizado. A tecnologia também permite que eu forneça os meios pelos quais os alunos podem progredir em seus próprios níveis e ritmos. Ele me permite dar aos estudantes escolhas para que eles possam desenhar o seu próprio caminho”, explica a educadora.
E você? Tem dicas e estratégias para compartilhar sobre o ensino híbrido? Comente conosco!
[…] Para complementar a leitura, veja cinco dicas para abraçar o conceito de ensino híbrido na sala de aula. […]