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Conheça Watson, o aprendiz conselheiro de professores

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Do seu computador, em qualquer lugar do mundo, um estudante se conecta à internet para mais um encontro do curso que faz a distancia. Do outro lado, estão não apenas os colegas e o professor, mas também uma inteligência artificial. Durante a aula, algumas dúvidas surgem e, ao invés de anotar as questões em um caderno ou sair do ambiente educacional para buscar informações no Google, por exemplo, o aluno envia suas perguntas para o assistente do professor, Watson. Ao final do encontro, o educador recebe de seu ajudante virtual um relatório com as questões feitas, suas sugestões de respostas e, a partir daí, elucida os pontos da matéria que mais suscitaram dúvidas. Ficção científica? Utopia? Nada disso. O Watson do exemplo acima não só existe como é mais elementar do que aquele que acompanha Sherlock Holmes em suas investigações.

Criado pela IBM, o supercomputador que aprende e fala é o próximo passo no que diz respeito à análise de dados. E de dados, já sabemos, a Big Blue entende. O Watson é um conjunto de hardware e software em computação cognitiva que vem sendo desenvolvido pela IBM desde o início dos anos 2000 e que começa a ganhar asas. Durante alguns anos, sua capacidade de aprender e de gerar conhecimento esteve restrita a projetos do setor de saúde, além de experiências em gastronomia e de uma participação histórica no Jeopardy!, programa de auditório que testa os conhecimentos gerais do qual Watson saiu vencedor em 2011 contra dois ex-campeões. Agora, com a criação de uma unidade de negócios baseada no Watson, o Watson Group, a IBM que levar sua invenção para outras áreas, inclusive a educação.

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Uma das muitas unidades do Watson espalhadas pelos escritórios da IBM
FONTE: IBM Watson by ClockreadyOwn work. Licensed under CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons

Uma das iniciativas envolve a IBM e City University of New York (CUNY). Trata-se da Watson Case Competition, uma competição para alunos dessa instituição desenvolverem soluções baseadas no poder de cognição do Watson que melhorem o ensino superior ou os serviços públicos da Big Apple. O desafio terá duração de um semestre e premiará as três equipes com as melhores ideias com U$ 5 mil, US$ 3 mil e US$ 2 mil. Essa não é a primeira competição do tipo promovida pela IBM. Em 2013, 25 equipes de estudantes da Universidade do Sul da Califórnia ganharam 48 horas para desenvolver aplicações práticas baseadas no Watson. Além disso, a IBM deu a sete escolas técnicas norte-americanas a oportunidade de aprender computação cognitiva ao incorporar o Watson aos seus currículos.

Outro projeto ainda mais interessante, porém, está em curso no Roosevelt House do Hunter College, onde Watson foi transformado em um conselheiro de professores. Baseado na nuvem, o supercomputador se mostrou um mecanismo de busca muito mais interessante que os atuais, porque, a cada pergunta respondida, ele não apenas entrega uma resposta customizada ao professor, como também aprende com ela. Ainda que seja uma inteligência artificial, Watson é incapaz de fazer julgamentos ou de entender emoções, o que o distancia de um professor de verdade, mas está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana e pela internet. E, com a sua alta capacidade de processamento, ele pode acelerar o processo de pesquisa dos professores, informar os erros dos alunos e, ainda, oferecer sugestões de estratégias de ensino. Watson, ao contrário dos professores, que são especialistas, é um generalista, mas um generalista muito poderoso.

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Watson é um computador que aprende e fala a linguagem natural dos homens
FONTE: Hello Giggles

É claro que a chegada do Watson levanta dúvidas. O blog Ed In The Apple faz alguns questionamentos interessantes sobre esse viés conselheiro do supercomputador. A interação dos professores com o sistema será avaliada? Ou seja, o professor poderá ser avaliado segundo as perguntas que faz? Como fica a questão da privacidade dos professores? E, além disso, qual o interesse da IBM nesse tipo de uso do Watson? Como sempre, a chegada de novas tecnologias causa certo medo, mas a verdade é que todos sabemos que a tecnologia torna professores e alunos mais eficazes tanto na tarefa de ensinar quanto de aprender. Está aí a EAD para comprovar. E, por mais distante que essa realidade pareça, é bom estarmos antenados. O Watson já está aprendendo português.

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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