Inicialmente desenvolvido para as turmas de Física de Harvard, a Peer Instruction (instrução em pares, em livre tradução) logo conquistou espaço entre diversas áreas acadêmicas. Hoje, o sistema é utilizado em aulas de história, filosofia, geologia, química e diversas outras áreas. Já pensou em testar a Peer Instruction em sua sala de aula? Em seu livro, o professor de Harvar Eric Mazur, criador do método, detalha os dez passos para a implementação.
1. Educação vem de casa
O processo inverte a lógica normal da sala de aula. A leitura de conteúdos acontece antes da aula. Em sala, a parte mais difícil: absorver e interpretar o que se leu.
2. Ordem do dia
No início das tarefas, o professor começa com uma breve explicação do conteúdo. São as chamadas questões conceituais, que duram cerca de vinte minutos, em que são revisados os temas estudados em casa.
3. Hora da verdade
Com a Peer Instruction, após a revisão do conteúdo, é hora de testar. Com perguntas de diferentes níveis de dificuldade e de aplicação prática, o professor desafia o conhecimento dos alunos sobre o tema estudado. Espera-se que o índice de acertos nesta etapa seja entre 40% e 70%.
4. Um por um
Esta etapa é fundamental para mensurar os resultados. Cada aluno indica sua resposta por meio de uma forma prestabelecida: levantando as mãos, cartões coloridos, via computador e por aí vai. A vantagem fica por conta da agilidade em contar os votos e estabelecer resultados.
5. Prestando contas
O aluno informa a resposta para o professor, que avalia a turma.
6. Planejando o caminho
Com base nos resultados da turma, o professor define os rumos de aprendizagem. Decide-se então seguir em frente para o próximo conteúdo, fazer uma rápida revisão ou até mesmo voltar para o início e explicar novamente o conteúdo, baseado nos pontos onde a turma não se saiu tão bem.
7. Todo mundo junto
É importante que os estudantes conversem entre si. Alcançando os índices entre 40% e 70% na atividade anterior, a formação de um pequeno debate sobre as questões e o meio que cada um usou para resolvê-las auxilia no processo cognitivo de aprendizagem.
8. Hora da verdade 2.0
Após o debate, é aplicado um novo teste conceitual. O objetivo neste ponto é fixar a aprendizagem com base na construção coletiva.
9. Colhendo os frutos
Verifica-se as respostas corretas e o professor mensura, mais uma vez, a evolução dos alunos.
10. Próxima parada
Completado um ciclo, é hora de iniciar outro conteúdo. Novos assuntos, testes e desafios.
Ficou curioso? Leia este artigo de Rodrigo Madeira sobre o assunto.
Para saber mais
No Brasil, “Peer Instruction – A Revolução da Aprendizagem Ativa”, de Eric Mazur, é publicado pelo selo Penso. A obra define os conceitos e exemplifica a aprendizagem ativa no ensino superior.
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