Em 2022, apenas 5,5% dos cursos superiores atingiram a nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Dos quase 10 mil cursos avaliados, 487 apresentaram conceito 5. Outros 1.800 conseguiram nota 4, que indica bom desempenho. Por outro lado, 2.600 tiveram nota 1 ou 2, as mais baixas.
Os resultados do Enade 2022 foram apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na última terça-feira, 31 de outubro de 2023, em Brasília (DF).
Resultados da prova
Para cursos de Bacharelado
A mais recente edição do Enade avaliou cursos vinculados ao Ano III do ciclo avaliativo do exame, são eles os cursos:
- Administração
- Administração Pública
- Ciências Contábeis
- Ciências Econômicas
- Direito
- Jornalismo
- Psicologia
- Publicidade e Propaganda
- Relações Internacionais
- Secretariado Executivo
- Serviço Social
- Teologia
- Turismo.
Nenhum curso de bacharelado avaliado pelo Enade 2022 conseguiu o resultado esperado de 60 pontos. E só cinco tiveram médias acima de 50 pontos.
Os três melhores foram Jornalismo (56,89), Secretariado Executivo (57,82) e Turismo (54,03). Ciências Contábeis (29,53), Administração (40,77) e Serviço Social (41,63) tiveram os piores resultados.
Para cursos Tecnológicos
Também foram avaliados os cursos superiores de tecnologia, são eles:
- Comércio Exterior
- Design de Interiores
- Design Gráfico
- Design de Moda
- Gastronomia
- Gestão Comercial
- Gestão da Qualidade
- Gestão Pública
- Gestão de Recursos Humanos
- Gestão Financeira
- Logística
- Marketing
- Processos Gerenciais.
Na prova do Enade 2022, só um conseguiu média acima de 60 pontos: tecnologia em Design de Moda, com 60,04. Já entre os cursos tecnológicos com piores desempenhos estão Tecnologia em Gestão Financeira (37,18), Tecnologia em Logística (38,60) e Tecnologia em Comércio Exterior (41,72).
Enade 2022
O Enade é um componente curricular obrigatório dos cursos de graduação. A prova é composta por itens de formação geral, comuns aos cursos de todas as áreas, e de componente específico.
Além dos resultados nas provas, o Enade, por meio do Questionário do Estudante, permite traçar o perfil socioeconômico dos alunos avaliados.
A informação contextualiza os resultados da prova e pode ajudar na definição de políticas públicas e guiar melhorias das próprias instituições e dos cursos. A orientação do Inep é que as instituições se apropriem dos dados para melhorar seus processos pedagógicos.
O órgão também divulgou que irá implementar medidas com o objetivo de aperfeiçoar a avaliação da educação superior. Entre elas estão o aprimoramento do Enade, a definição de indicadores mais precisos e a revisão dos instrumentos de avaliação in loco dos cursos e das instituições.
De acordo com os resultados do Enade e do Censo Superior, o principal desafio é aprimorar os instrumentos para avaliar a formação do futuro professor.
“O Inep ficou com a tarefa de reformar a avaliação das licenciaturas, de modo que elas se ajustassem mais plenamente às necessidades de qualificação da formação docente no País”, afirmou o presidente do instituto, Manuel Palacios.
Quanto à qualidade da educação superior, a ideia é criar uma cesta de indicadores que permita acompanhar as características específicas dos cursos e as missões institucionais.
O MEC também propõe a realização de estudos para elaboração de indicadores que permitam monitorar novas dimensões, como a eficiência das instituições, o acompanhamento dos egressos e as condições de oferta específicas de cursos de educação a distância (EaD).
Perfil do estudante
De acordo com os dados, predominam entre os estudantes mulheres (59,6%), brancas (52,9%), solteiras (67,9%), pais sem graduação (67,2%), pessoas com renda familiar entre 1,5 e 4,5 salários-mínimos (69%) e indivíduos que trabalham 40h semanais ou mais (51,4%).
Na educação presencial, a maioria dos concluintes é formada por jovens de até 24 anos, enquanto no EaD a faixa etária predominante é dos 31 aos 40 anos.
Os resultados apontam também o número de concluintes que receberam bolsas para custear todas ou a maior parte das mensalidades. Entre os auxílios, estão o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade Para Todos (Prouni).
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