A alfabetização foi uma das prioridades do Ministério da Educação (MEC) em 2019, e assim seguirá em 2020. A afirmação é de Carlos Nadalim, titular da Secretaria de Alfabetização (Sealf) do MEC.
Desde que assumiu, em janeiro do ano passado, o governo Jair Bolsonaro promoveu reestruturações em secretarias e políticas públicas, além de criar novos programas na área educacional. É o caso do Conta pra Mim, para incentivar os pais a lerem aos filhos, do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim) e da cartilha que propõe método fônico para alfabetização – dentro do PNA, o Plano Nacional de Alfabetização.
A expectativa para 2020 é de consolidação dessas e outras ações. “Queremos que as crianças não fracassem no período da aquisição da leitura e da escrita. Sabemos que o fracasso neste período gera consequências irreversíveis”, diz Nadalim.
O primeiro passo rumo ao aperfeiçoamento da alfabetização brasileira inclui a realização de avaliações das condições de leitura para alunos do 4º ano da educação básica.
Isso será feito por meio do Progress in International Reading Literacy Study, estudo internacional que mede (por amostragem) o desempenho de estudantes de instituições públicas e privadas. O Brasil aderiu ao programa quando instituiu o PNA.
Os estudantes passarão por um pré-teste ainda no primeiro semestre de 2020, antes de serem submetidos à avaliação amostral no segundo semestre. Assim, será possível comparar a performance dos estudantes brasileiros com os de outros países e elaborar ações de acordo com os resultados, conforme Nadalim.
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Além de intensificar as ações de alfabetização, a Sealf pretende, nos primeiros seis meses de 2020, apresentar o Relatório Nacional da Alfabetização Baseada em Evidências (Renabe).
“O documento apresentará sugestões para as políticas nacionais relacionadas à alfabetização, com as evidências científicas mais robustas e atualizadas que nortearão as ações da Secretaria de Alfabetização”, explica o secretário de alfabetização.
Restará aos estados e municípios – que detém o maior número de matrículas dos ensinos fundamental e médio – aderirem ou não às diretrizes propostas pelo MEC no Renabe.
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O chefe da Sealf
Carlos Nadalim é titular da Sealf desde a criação da pasta, em janeiro do ano passado, substituindo parte das operações da extinta Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).
Mestre em Educação, Nadalim tem experiência de oito anos como coordenador pedagógico na escola mantida por familiares em Londrina, no Paraná. O secretário é um entusiasta da educação domiciliar e defensor do método fônico para alfabetização, e, portanto, crítico do construtivismo proposto por Paulo Freire.
O secretário, no entanto, é mais conhecido pelos projetos pedagógicos que desenvolve (e-books e vídeos) e por criticar a professora Magda Soares, referência em educação e letramento no Brasil. A pesquisadora defende que a alfabetização se dá por meio de diversos métodos e refuta a ideia de que apenas o método fônico tenha respaldo científico.
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