A pesquisa de campo é uma metodologia de investigação utilizada em diversas áreas do conhecimento. Além de ser comum em atividades de pós-graduação, ela pode ser usada em escolas e graduações para proporcionar aos estudantes o contato direto com a realidade fora das salas de aula.
Esse tipo de atividade envolve a coleta de dados onde ocorrem os fenômenos estudados (um ambiente natural, uma comunidade ou uma empresa, por exemplo), permitindo a observação direta e a realização de entrevistas, questionários, experimentos ou outras técnicas de coleta de dados.
Como fazer
Ao realizar uma atividade de campo, é importante planejar cuidadosamente o processo, definindo os objetivos da pesquisa, selecionando as técnicas adequadas, escolhendo a amostra e garantindo a ética na condução de toda a jornada de observação/intervenção, especialmente quando se trata de pesquisas que envolvem pessoas ou animais.
Os dados coletados geralmente são analisados e interpretados posteriormente às saídas/visitas. Eles devem ajudar a gerar conhecimentos e insights relevantes sobre o tema em questão e podem ser usados para enriquecer atividades pedagógicas, como seminários, ou gerar relatórios mais elaborados que farão parte de artigos acadêmicos.
É importante ressaltar que a pesquisa de campo requer tempo, recursos e organização para garantir sua validade e confiabilidade. Ela deve ter uma metodologia bem construída e fundamentada, levando em consideração as especificidades do objeto ou da realidade em questão.
Por isso, questionários pré-prontos ou fórmulas utilizadas em investigações anteriores dificilmente são uma boa alternativa. Em geral, mesmo que seja realizada com um mesmo público, cada pesquisa tem (ou deveria ter) um objetivo próprio, além de acontecer em um espaço de tempo específico, o que a torna única. Isso exige do pesquisador preparo para ir a campo, como conhecimento prévio e negociações com o local onde os dados serão coletados.
Também podem surgir desafios e limitações específicas associadas à pesquisa de campo, como acesso restrito ao local de estudo, dificuldade em obter a participação dos sujeitos de interesse ou a influência de variáveis não controladas.
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Vantagens da pesquisa de campo para a aprendizagem
A pesquisa de campo pode ser uma metodologia de ensino bastante vantajosa, pois envolve os estudantes em atividades práticas e interativas que vão além do ambiente da sala de aula, mostrando, literalmente, um mundo muitas vezes novo.
Entre os benefícios desse tipo de atividade, estão:
Experiência prática
Estar em contato direto com o objeto de estudo proporciona uma compreensão mais profunda e significativa dos conceitos teóricos trabalhado em sala, pois eles são aplicados e observados no contexto real.
Aprendizagem ativa
Ao realizar uma pesquisa de campo, os estudantes se tornam protagonistas do processo de aprendizagem. Eles são desafiados a formular perguntas, coletar dados, analisar informações e tirar conclusões. Essa abordagem ativa estimula o pensamento crítico, a autonomia e a capacidade de resolução de problemas.
Desenvolvimento de habilidades
Colocar o conhecimento “à prova” fora das salas de aula auxilia no desenvolvimento de uma variedade de habilidades, como observação, coleta e análise de dados, trabalho em equipe, comunicação oral e escrita, pensamento crítico e resolução de problemas. Essas habilidades são valiosas não apenas para o processo de aprendizagem, mas também para a vida profissional.
Contextualização do conhecimento
A pesquisa de campo proporciona aos estudantes a oportunidade de compreender o conhecimento dentro de um contexto específico. Eles podem explorar a relação entre teoria e prática, entender as influências sociais, culturais e ambientais sobre o objeto de estudo e considerar diferentes perspectivas. Isso contribui para uma compreensão mais ampla dos temas abordados.
Motivação e engajamento
Ao sair do ambiente tradicional de sala de aula e se envolver em atividades de campo, os estudantes tendem a se sentir mais entusiasmados com o processo de aprendizagem e conectados ao conteúdo.
A pesquisa de campo é uma metodologia valiosa, aplicável em diversas áreas do conhecimento e níveis de ensino – desde, é claro, que se respeite o grau de complexidade de cada etapa. Além disso, pode ser uma ferramenta importante em diversos projetos de curricularização da extensão, prática que se tornou obrigatória em pelo menos 10% da carga horária de qualquer curso de graduação.
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