Segundo a consultoria Educa Insights, o ensino superior brasileiro tem um mercado potencial de 15,4 milhões de alunos. Para realizar seu planejamento comercial, as instituições de ensino superior (IES) devem conhecer o perfil desses candidatos e dos ingressantes em cursos de graduação.
Faixa etária, gênero, se trabalham ou não, a qual classe social pertencem, quanto estão dispostos a pagar pelas mensalidades, qual modalidade de ensino preferem. Esses são alguns dos aspectos aos quais as IES precisam estar atentas para realizar uma captação de alunos certeira em 2022.
Quem são os alunos
Conforme a Pesquisa de Graduação e Pós-graduação, realizada pelo Semesp, instituto que representa as mantenedoras do ensino superior no Brasil, o número de estudantes que frequentam uma graduação ultrapassou os 8,3 milhões em 2021 – uma queda de 5% na comparação com 2020, tendo vista os efeitos da pandemia.
A maioria pertence ao sexo feminino. São 4,7 milhões de mulheres, ou seja, 57,4% do total. Desde 2016, elas aumentam sua participação no ensino superior ano a ano. Enquanto isso, no mesmo período, a presença do sexo masculino caiu de 43,3% para 42,6%, o que representava 3,5 milhões de alunos no ano passado.
Entre 2016 e 2021, a idade média dos matriculados se manteve em 23 anos. Entretanto, nesse quesito, há diferenças entre as modalidades de ensino a distância (EAD) e presencial. No presencial, 63,5% têm até 24 anos. No EAD, a distribuição das faixas etárias é mais equilibrada: até 24 anos (27,4%), de 25 a 29 (18,6%), de 30 a 34 (18%), de 35 a 39 (16,9%), de 40 a 44 (8,6%), de 45 a 49 (5,2%).
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Renda e trabalho
A renda e o trabalho são dois indicadores essenciais para as instituições de ensino definirem, por exemplo, as políticas de preços e as modalidades ofertadas.
Ainda conforme o Semesp, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria das pessoas (54%) que buscam uma graduação no Brasil trabalham. Levando em conta apenas as IES privadas, o percentual sobe para 59,9%.
Nesse caso, também há discrepâncias entre o EAD e o presencial. Segundo estudo da Educa Insights, que utiliza dados do Censo da Educação Superior, entre os ingressantes de cursos EAD, 75% possuem um emprego. No presencial, o percentual cai para 53%.
Quanto a renda, a maioria se situam nas faixas até um salário mínimo (34%) e de 1 a 3 salários mínimos (53,7%). De 3 a 5 salários mínimos, são 8,3%; e de 5 a 10 salários mínimos, apenas 3,1%.
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Regionalização
O Brasil é um país de dimensões continentais. Por isso, embora haja similaridades no perfil dos alunos, algumas regiões carregam características especiais.
No Nordeste, por exemplo, a propensão de gastos da população é menor na comparação a de outras regiões, como Sul e Sudeste. Cerca de 48% do mercado potencial no Nordeste está disposto a gastar até R$ 350 em mensalidades, enquanto 27% tem condições de arcar com até R$ 500.
Isso significa, por exemplo, que o Nordeste representa uma oportunidade para cursos EAD e híbridos. Afinal, os tickets da região são mais compatíveis com os produtos digitais. Além disso, a região possui 4 milhões de potenciais alunos – atrás apenas da região Sudeste.
No Sudeste, o mercado potencial é de 7 milhões de alunos. Para se ter uma ideia, 49% prospects dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo têm condições de investir, mensalmente, até R$ 500 em um curso superior.
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