O avanço do novo coronavírus (Sars-Cov-2) obrigou escolas da rede pública e privada a suspenderem aulas em praticamente todo o Brasil. Isso significa que pode chegar a 47,8 milhões o número de crianças e jovens longe das instituições de ensino infantil, fundamental e médio – e por tempo indeterminado.
Além das escolas, um sem número de empresas suspendeu atividades ou permitiu que colaboradores trabalhassem de casa – muitos pela primeira vez. Esses profissionais terão que se adaptar ao home office e simultaneamente conciliar a supervisão dos filhos. É um tempo de aprendizagem para todos.
Parte das instituições já estão adaptando os conteúdos para plataformas de ensino a distância. Professores e tutores buscarão acompanhar o processo de aprendizagem online, caberá muito mais aos pais durante a quarentena, auxiliarem os estudos dos filhos.
Descubra, a seguir, como orientar os estudos e propor atividades que tornem a rotina dos filhos mais produtiva.
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Obtendo o melhor da EAD
O engajamento dos alunos é um dos principais desafios da educação a distância. E se os pais demonstrarem real interesse no que os filhos estão aprendendo, o gesto pode fazer toda diferença.
“É importante utilizar a EAD para incentivar a interação familiar. Nesse modelo, o ambiente é seguro e conhecido, e há liberdade para acessar recursos digitais que normalmente não são oferecidos nas escolas”, diz George Balbino, diretor de negócios da plataforma Mangahigh.
Os pais ou responsáveis devem participar com os filhos do momento de explorar a plataforma escolhida pela instituição. Conhecer os canais de comunicação com a turma e o ambiente virtual onde serão disponibilizados os materiais, por exemplo.
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Com crianças, o ideal é acompanhar a navegação, sempre estimulando que eles extraiam sozinhos o melhor da web. Os jovens podem realizar essa etapa com mais autonomia, para que não se sintam pressionados.
Uma dica é montar um cronograma organizando os horários de estudo e as entregas de trabalhos e avaliações. Ainda, é possível estabelecer momentos durante o dia para a resolução de dúvidas e acompanhamento das tarefas, podendo combinar a pausa das suas atividades de home office com o intervalo dos filhos.
Para tornar o ensino a distância mais atrativo, a internet oferece conteúdos dinâmicos e variados que complementam os estudos, ampliam a interatividade e aproximam o entretenimento da aprendizagem.
Que tal conhecer um museu sem sair de casa? Basta acessar os sites do Louvre, Museu do Vaticano, Hermitage e outros tantos para realizar um tour exclusivo, com visita às obras e explicações dos guias.
Outra opção são os aplicativos para smartphone. No Kinedu, às crianças encontram mais de 1800 atividades que divertem e ensinam. Para quem está se preparando para o Enem e vestibulares, o Stoodi disponibiliza videoaulas e simulados gratuitos.
Devido à quarentena imposta pelo avanço do novo coronavírus, a Me Salva! doou 50 mil acessos a todo o conteúdo produzido pela edtech. “Os professores poderão utilizar toda nossa estrutura EAD gratuitamente para que mantenham seus alunos estudando”, afirmou o CEO da Me Salva!, Miguel Andorffy.
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Canais do Youtube também são uma alternativa. O canal Palavra Cantada traz músicas divertidas e educativas sobre vários assuntos, desde regras sociais até conteúdos didáticos primários como cores, números e formas.
Para os adolescentes, o canal Ted Talks disponibiliza palestras rápidas e bem-humoradas com especialistas de diversas áreas, abordando desde desenhos robóticos até os segredos dos dinossauros.
Ideias para garantir a produtividade e a organização
Ações simples são capazes de fazer a diferença nos estudos e no dia a dia em casa. Confira 4 sugestões para enfrentar esse período com leveza e planejamento.
Mantenha uma rotina: Crianças e jovens devem acordar no horário habitual, vestir-se adequadamente, alimentar-se de maneira saudável e então se dedicar ao estudo dos conteúdos que seriam trabalhados em sala de aula.
É importante respeitar os intervalos. Assim como no colégio, o recreio ou o tempo para relaxar e brincar entre uma atividade e outra é fundamental. O ideal é que os estudantes não sejam sobrecarregados por conta da quarentena imposta pelo coronavírus.
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Continue se comunicando: Seja pelas plataformas virtuais disponibilizadas pela escola ou pelas redes sociais, o estudante deve interagir frequentemente com a turma, preservando a experiência social.
“As redes permitem que as famílias troquem informações em tempo real sobre o aprendizado dos filhos e que estes sigam desenvolvendo os laços de amizade construídos no colégio”, explica Balbino, da Mangahigh.
Os grupos são uma oportunidade para sanar dúvidas e compartilhar ideias e resultados. A família precisa reforçar o contato com o professor, certificando-se de que as matérias estão sendo abordadas de maneira correta e discutindo as percepções do aluno.
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Explore a criatividade: Tudo pode ser transformado a partir de um novo olhar. Com lápis, papel e régua já é possível esboçar uma planta baixa da casa e convidar os pequenos a repensar os espaços, reorganizando móveis, folhagens e até a decoração. Esse exercício estimula noções espaciais, matemáticas e sociais, já que o ambiente precisa continuar harmônico e útil para todos.
O momento também é ideal para dar um novo destino às revistas, jornais velhos e materiais recicláveis. Com os menores, é possível utilizar as figuras para construir colagens inspiradas nos filmes, músicas e livros preferidos, trabalhando arte, interpretação e conexão de temas.
Uma alternativa para estudar o português é criar jogos com a sintaxe e a gramática: basta deixar o cronômetro rolando e apostar quem consegue recortar mais palavras ou frases de cada grupo determinado.
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Estimule o movimento: No período de isolamento social, é importante que as famílias se mantenham saudáveis, alimentando-se bem e praticando exercícios mesmo dentro de casa. Os pais podem organizar desafios de dança e mímica dentro de casa, trabalhando a percepção corporal, a flexibilidade e a coordenação motora.
Se houver acesso à ambientes ao ar livre, disputas lúdicas como corrida com bastões ou sacos são uma alternativa. Os mais velhos podem utilizar aplicativos de realidade virtual para montar a própria rotina de exercícios, dedicando atenção especial aos aeróbicos.
Ela esta empenhando bastante
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