Número de crianças com 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever cresce 66%

Redação • 18 de fevereiro de 2022

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    O número de crianças com idade entre 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever cresceu 66% durante a pandemia. Segundo uma nota técnica sobre o assunto, divulgada pelo Todos Pela Educação no início de fevereiro, em 2019, eram 1,4 milhões de crianças nessa situação. Em 2021, o contingente subiu para 2,4 milhões.  

    O estudo foi realizado com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o Todos Pela Educação, os resultados indicam impactos observáveis da pandemia de Covid-19 na alfabetização dos jovens.  

    De acordo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a alfabetização deve acabar 7 anos. “A não-alfabetização das crianças em idade adequada traz prejuízos imensos para suas aprendizagens futuras, o que também eleva os riscos de uma trajetória escolar marcada por reprovações, abandono e/ou evasão escolar”, afirma trecho da nota técnica  

    Mais desigualdade  

    A piora nos índices de alfabetização atingiu todas as classes sociais e raças. Mas os dados divulgados pelo Todos Pela Educação indicam que houve um aumento na desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres e entre pardos/pretos e brancos.  

    Para se ter uma ideia, os percentuais de crianças pretas e pardas de 6 e 7 anos de idade que não sabiam ler e escrever chegaram a 47,4% e 44,5% em 2021. Em 2019, era de 28,8% e 28,2%. Já entre as crianças brancas, o percentual passou de 20,3% para 35,1% no mesmo período.  

    As diferenças são ainda mais relevantes entre crianças residentes nos domicílios mais ricos e mais pobres do Brasil. Entre as mais pobres, o percentual das que não sabiam ler e escrever aumentou de 33,6% para 51%. Entre as mais ricas, o crescimento foi de 11,4% para 16,6%.  

    Retrocesso é considerado “inadmissível”  

    O líder de políticas educacionais do Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, classificou o retrocesso em níveis de alfabetização e escolaridade como “inadmissível”.  

    “Os danos podem ser permanentes, uma vez que a alfabetização é condição prévia para os demais aprendizados escolares. Precisamos urgentemente de políticas consistentes para a retomada das aulas, para que essas crianças tenham condições de serem alfabetizadas e sigam estudando”, reforçou Corrêa no site da entidade .  

    Em entrevista ao jornal O Globo , o diretor executivo do Todos Pela Educação, Olavo Nogueira Filho, atribuiu os resultados negativos ao ensino remoto adotado durante a pandemia.  

    “No fundo, isso evidencia que o ensino remoto teve efetividade muito baixa do ponto de vista pedagógico. Ou seja, prejudicou todo mundo. Mas, além disso, teve um alcance baixo, deixando as crianças mais pobres de fora. Esses dados revelam mais uma vez a questão estrutural onde a desigualdade é marcada por questões de raça e cor”, disse Nogueira Filho.  

    Por Redação

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