Como as metodologias ágeis podem transformar o ensino superior

Thuinie Daros • 7 de agosto de 2019

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    metodologias ágeis

    Com processo menos conteudista e mais prático, as metodologias ágeis querem desenvolver e preparar os estudantes para os desafios do mundo atual. Crédito: reprodução.

    Por Fellipe de Assis Zaremba e Thuinie Daros

    Agilidade, experiência intensa e conectivismo inspirativo: três pilares das metodologias ágeis capazes de promover uma verdadeira transformação na educação superior.

    Por meio delas, os estudantes assumem uma autodireção e vivenciam ciclos de aprendizagem, experiências e interações sobre processos e ferramentas. O processo é menos conteudista e mais prático, pois é focado no desenvolvimento e na preparação dos estudantes para os desafios do mundo atual.

    Com agilidade , os professores se posicionam como companheiros. Eles se adaptam rapidamente às habilidades e necessidades dos estudantes.

    Outro destaque dessa competência está no compartilhamento de conhecimentos, informações e dados em em micromomentos, microatividades e microconteúdos. O sufixo “micro” é usado, pois as atividades são menores, embora densas e relevantes.

    Aos professores, gestores e coordenadores de curso é importante selecionar, organizar e equilibrar o que se pretende construir com os estudantes.

    Experiência e intensidade dizem respeito à aprendizagem contínua, conectada e colaborativa.

    Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA ou LMS, na sigla em inglês) utilizam os seguintes recursos: blog, wiki, comentários, web-fórum, nano-learning, video based learning, digital game-based learning, QR Code e mensageria.

    A experiência, identificada como significativa, deve ser aplicada constantemente, por meio de feedbacks ou rubricas de avaliação – tanto do professor para os estudantes, como dos estudantes para o professor.

    Já o conectivismo inspirativo objetiva oferecer, por meio de ferramentas de colaboração, conexão entre os estudantes, professores e influenciadores ou referências profissionais. A internet, conatural desse ecossistema, proporcionou acesso às informações e a possibilidade de acessarmos, conectarmos e criarmos informações em escala global.

    A sensação é de relacionamentos ilimitados entre seres humanos e informações. Contudo, reunir, organizar e sistematizar informações ou simplesmente acessa-las não é garantia de aprendizagem – menos ainda de aprendizagem significativa.

    Metodologias ágeis: protagonismo

    O fato é que as metodologias ágeis permitem ao estudante ocupar a posição de protagonista do seu próprio aprendizado. Elas conferem-lhe a capacidade de acessar informações, conectar-se a pessoas, tomar decisões e aprender, em qualquer hora e em qualquer lugar, a partir de ciclos de aprendizagem e avaliação frequentes e pontuais (checklist, por exemplo).

    A ideia é compartilhar experiências, cases, resolução de problemas (hands on, por exemplo). Essa conexão poder ser ao vivo, online ou gravada para acesso sob demanda.

    A possibilidade de fazê-los em um makerspace, laboratório ou ambientes profissionais permite imersão. E constituem, no espaço de ação, inspiração por meio do desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes que podem ser aplicadas para a vida toda (nos ambientes de pesquisas, negócios, sociedade e tecnologia).

    As metodologias ágeis são capazes de transformar a educação superior. Elas trazem a ideia do “fazer agora”, ao invés de oferecer procedimentos demorados, inflexíveis, altamente complexos, com aulas expositivas, prolixas e de avaliação exclusivamente final.

    É importante ressaltar que nesses métodos não pode haver lacunas ou intervalos extensos entre os tempos de aprendizagem, aplicação do conteúdo e avaliação.

    O mundo não é mais previsível? Nada será como antes?

    As inovações tecnológicas e as mudanças comportamentais desafiam os profissionais, no ensino superior, a combinar qualidade com quantidade, planejamento pedagógico acessível, estruturado e flexível; atender a muitos ao mesmo tempo e em todos os lugares, e conseguir que cada um encontre sentido, significado e relevância.

    Personalizar ao máximo o processo de ensino e aprendizagem completam este ecossistema.

    Este contexto é volátil, incerto, complexo e ambíguo – o chamado “mundo Vuca”. Entre outras coisas, o contexto ainda requer adaptabilidade.

    Mercado no futuro

    Já é possível afirmar que as profissões do futuro passarão inevitavelmente por um cenário em que habilidades, atitudes e competências como criatividade, inovação, resiliência, agilidade, inteligência emocional e capacidade de interpretação serão cada vez mais valorizadas.

    No contexto dessas transformações, estudos sociológicos e pedagógicos recuperam o debate sobre a educação, ao mesmo tempo em que se testemunha a emergência das metodologias ágeis.

    Os avanços tecnológicos influenciam nossas vidas nos mais diversos aspectos. Entre eles a maneira como aprendemos e adquirimos a informação.

    É difícil alguém esperar que o jornaleiro apresente a edição mensal da enciclopédia para ficar sabendo das últimas novidades ou se atualizar. Nos dias atuais, a informação está acessível em tempo real, direto da palma da mão ou na tela do computador.

    Nossa habilidade em aprender aquilo que precisamos para o futuro é mais importante do que aquilo que sabemos no presente. Essa premissa nos faz lembrar que um dos objetivos da educação instrucional não é ensinar coisas que já estão nos livros e na internet: é criar a alegria de pensar, de fazer o novo e de superar os desafios.


    Sobre os autores

    Fellipe de Assis Zaremba é head de pós-graduação e extensão EAD da Unicesumar. Mestre em Educação, acumula 11 anos de experiência na área acadêmica, atuando no planejamento, organização, coordenação e controle das atividades da unidades de ensino. Linkedin.

    Thuinie Daros é head de cursos híbridos e metodologias ativas da Unicesumar. Co-fundadora da Téssera Educação. Linkedin.

    Por Thuinie Daros

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