O melhor horário para começar as aulas

Ana Carolina Stobbe • 4 de maio de 2023

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    Dormir é uma necessidade básica. Afinal, ninguém consegue ficar ativo 100% do tempo: é necessário ter um período reservado para descansar, recuperar as energias e reparar os tecidos do corpo.

    Nas salas de aula, principalmente quando os alunos estão despertos desde o começo da manhã, algumas cenas são comuns. Pés balançando impacientemente, cabeças escoradas sobre os braços e bocejos constantes. Com sono, eles não conseguem focar em aprender. Mas, afinal, que horas iniciar as aulas para garantir o seu melhor aproveitamento?

    Estar em sala de aula exige foco. Para isso, nada melhor que uma boa noite de sono.  Crédito: Marcos Santos/USP Imagens

    O relógio biológico

    Hormônios detectam o dia e a noite e organizam o seu ciclo de sono. Essa é uma estratégia evolutiva para economizar energia e garantir a sobrevivência da espécie.

    O hormônio responsável pela sonolência é a melatonina. Produzida pela glândula pineal, localizada no cérebro, ela é ativada pela ausência de luz e indica quando é hora de dormir.

    Ela também explica a dificuldade de acordar cedo. No caso dos adolescentes, a liberação de melatonina acontece cerca de duas horas mais tarde do que em adultos. Sentindo sono em um horário mais avançado, eles tendem a precisar dormir até mais tarde.

    É importante ressaltar que o relógio biológico não funciona da mesma forma para todos . Existem aqueles que precisam de mais ou menos sono, os que dormem tarde e os que preferem acordar cedo.



    Mas, afinal, que horas as atividades devem começar?

    Um dos fatores que interferem no tempo necessário de sono é a faixa etária. Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono , jovens entre 13 e 18 anos devem dormir entre oito e 10 horas por noite . Com as aulas iniciando às 7h30min, por exemplo, eles deveriam ir dormir no máximo às 22h30min – considerando que acordem pelo menos uma hora mais cedo para se arrumarem e se deslocarem até a escola.

    No Brasil, não é diferente. Um levantamento realizado pela Universidade Federal do Ceará percebeu que aulas iniciadas cedo pela manhã, às 7h, aumentavam em 48% a incidência de sonolência diurna nos estudantes de ensino médio.

    No ensino superior, o horário também é um problema a ser considerado. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina Duke-NUS e da Universidade Nacional de Singapura, aulas que começam mais cedo, como às 8h, produzem um pior desempenho acadêmico .

    Dentre os fatores observados na pesquisa está a baixa frequência: ela foi cerca de 10% menor em aulas que iniciavam às 8h quando comparado àquelas disciplinas que começavam uma hora mais tarde.

    Além da baixa frequência e da sonolência diurna, uma má noite de sono pode trazer outros problemas para os estudantes, como:

    • Dificuldades de concentração;
    • Falta de memória;
    • Problemas em raciocinar;
    • Dispersão durante as aulas;
    • Baixas notas.

    Por isso, a recomendação da Academia Americana de Medicina do Sono é de que as aulas não iniciem antes das 8h30min . O horário corresponde ao sugerido por pesquisadores da Universidade Federal da Fronteira Sul, que observaram também melhorias na disposição dos jovens e no seu humor ao experimentarem o novo horário.

    Adolescentes devem dormir entre oito e 10 horas por noite. Crédito: Marcos Santos/ USP Imagens.

    Qualidade do sono também importa

    Além das mudanças no horário de início da aula, é importante que os estudantes tomem atitudes para melhorar a qualidade do sono . Chamada higiene do sono, essa é uma mudança na rotina para treinar o cérebro na hora de dormir.

    Algumas ações para acordar com mais disposição:

    • Desenvolver uma rotina e segui-la;
    • Evitar o uso de telas próximo ao horário de dormir;
    • Utilizar a cama apenas para descansar;
    • Desligar as luzes para melhorar a produção de melatonina;
    • Prezar pelo silêncio;
    • Evitar o consumo de café em horários tardios;
    • Preferir alimentos leves à noite.

    Dessa forma, os estudantes conseguem um maior desempenho acadêmico e se sentem mais motivados para o aprendizado.


    Por Ana Carolina Stobbe

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