O portal Desafios da Educação, em parceria com a Plataforma A, promoveu nesta terça-feira (22) o evento online Desafios da Educação Talks para celebrar o lançamento da websérie “Irreversível: o aprender protagonista”.
Antes mesmo de o debate começar, cerca de 150 pessoas aguardavam a transmissão. Mais de 230 assistiram ao evento de forma síncrona. A diretora de conteúdo da +A Educação e publisher do portal Desafios da Educação, Adriane Kiperman, foi quem deu boas-vindas ao público.
“Trabalhamos há mais de 50 anos para inovar a educação no Brasil. Então vocês imaginem a emoção que é estar aqui com tantos interessados em pensar as tendências do setor no País. Estamos passando por grandes mudanças sociais e temos muito claro que a educação é a saída. A grande questão é o como. É isso que a gente vai debater hoje”, disse a executiva.
Já o idealizador e diretor de “Irreversível”, Igor Sales, falou sobre o propósito da série: “Ela tem esse objetivo de fortalecer o debate e trazer diferentes pontos de vista, do Brasil e do exterior. Não pretendemos trazer respostas absolutas, mas fomentar os debates”, ponderou Sales.
Segundo o diretor, o nome da série foi inspirado pelas circunstâncias provocadas pela pandemia. “Conseguimos reunir pensadores de algumas décadas sobre as tendências da educação e percebemos que a pandemia ajudou a impulsionar e a provar tudo isso de forma muito imediata. Ficou evidente que passamos por um processo que não tem mais volta”, explicou.
Desafios irreversíveis
O evento contou ainda com a mediação do diretor na Plataforma A e fellow na Harward University, Gustavo Hoffmann, além das participações do consultor da Hoper Educação João Vianney, e da doutora e pedagoga Daiana Garibaldi Rocha, gerente acadêmica e de conteúdo da +A Educação.
“Eu estou encantado com esse material. É com certeza uma produção única”, disse Vianney. “No início eu não tinha dimensão desse trabalho, mas bastou chegar o convite e eu já quis participar. Estamos em um momento de crise na educação brasileira, então trazer luz a essas questões é importantíssimo”, completou, afirmando que a série entra para a história pelos nomes de peso que traz.
Em “Irreversível”, Vianney, que tem um extenso currículo no setor educacional, abordou a pesquisa que realizou sobre o perfil do aluno contemporâneo. “O que eu apresentei foi exatamente o que tenho vivenciado, a angústia que nós, professores, temos em lidar com o aluno ao mesmo tempo hiperconectado em tecnologia, em redes sociais, mas muito desconectado da aprendizagem. O desafio no dia a dia é fazer essa conexão com as novas gerações”, relatou o docente.
Durante o debate, que durou mais de uma hora, Vianney também falou sobre o conceito que chama de videalização da educação, aprofundado na websérie. Já Daiana, que também participa da série, discorreu sobre as mudanças do papel dos professores e a importância do professor curador no ecossistema educacional para proporcionar uma experiência de aprendizagem cada vez mais significativa para os estudantes.
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Tecnologias que encurtam distâncias
A série foi feita utilizando recursos muito defendidos na educação a distância e híbrida: as videochamadas. Com isso, foi possível colocar os diferentes autores em contato.
“Teve uma situação muito curiosa que mostrou potencial de usar a tecnologia e o audiovisual: estávamos entrevistando o Antoni Zabala e, em seguida, tínhamos uma entrevista com o Ryon Braga – ambas de forma remota. Eu estava em Curitiba, o Zabala numa ponta e o Ryon em outra. A gente conseguiu colocar câmeras presenciais nos dois lugares e televisões reproduzindo um ao outro, dando a oportunidade de os autores se conhecerem e se fazerem perguntas. Ou seja, se construiu um debate real”, contou Sales.
Para o diretor, não deixa de ser contraditório que o setor educacional, o qual propõe o estudo de conceitos e pesquisas, ainda esteja relativamente atrasado no uso de inovações. “A gente traz tantos casos positivos quanto negativos dentro da série. Pessoas que simplesmente ligaram a câmera e trouxeram a aula do quadro para as telas. Isso obviamente não deu certo”, explicou.
Mas, segundo Sales, existem aqueles que conseguiram utilizar as tecnologias para reestruturar a forma de levar conhecimento e proporcionar aprendizado, dando autonomia para o estudante e tornando a educação realmente mais personalizada.
“A gente não teve nenhuma grande inovação digital provocada pela pandemia, mas aprendeu e aceitou utilizá-la. Esse é o legado que fica: de uma mudança cultural”, finalizou Sales.
Confira o evento na íntegra: Desafios da Educação Talks | Irreversível
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