Gestão educacional

Por que a melhor tecnologia para EaD é aquela que você mal percebe?

0
Por que a tecnologia é essencial para o sucesso da EaD

Tecnologia que alimenta sistemas de aprendizagem deve potencializar a experiência não só dos alunos, mas também dos docentes (Imagem: Freepik)

Uma premissa comum no futebol é a de que o bom árbitro é aquele que não se destaca mais do que os jogadores. Quando o juiz permanece “invisível”, isso significa que ele administra faltas, distribui cartões e toma decisões sem atrair os olhares para si. 

Embora a analogia possa parecer estranha, ela diz muito sobre como deve ser o funcionamento dos recursos tecnológicos na educação a distância (EaD). Assim como um discreto árbitro de futebol, a solução de aprendizagem ideal é aquela que não chama mais a atenção do que o conteúdo que está inserido nela. 

A melhor plataforma é a que evidencia o conteúdo das aulas. Deve ser funcional e estar sempre disponível para os alunos. Quando isso não acontece, é porque tem alguma coisa errada com ela”, resume o gerente executivo de Tecnologia e Inovação da +A Educação, Jackson Braga Fernandes. 

Ao operar de maneira intuitiva, a tecnologia permite que os usuários sejam eles alunos ou professores se concentrem plenamente nas atividades e nos materiais didáticos, sem dificuldades geradas pela interface ou pelo sistema. Se ela exigir constantes adaptações, pode tirar o foco do essencial e comprometer a experiência do usuário. 

Mas como garantir que essa experiência seja bem-sucedida? 

Os riscos de uma tecnologia inoperante 

A educação a distância trabalha com uma série de funcionalidades no ambiente digital, como LXP, LMS e plataformas de avaliação. Para que elas cumpram seu papel, precisam ser confiáveis.  

Só que isso nem sempre ocorre na prática. Muitas instituições de ensino superior (IES) têm problemas para assegurar a estabilidade desses sistemas, o que pode resultar em situações desagradáveis para os alunos especialmente em dias de provas ou apresentações importantes.  

Além de comprometer a experiência do usuário, uma tecnologia inconsistente gera diversos prejuízos para as IES. Ambientes de aprendizagem instáveis ou pouco intuitivos aumentam o tempo e o esforço necessários para concluir tarefas simples, como acessar o conteúdo das aulas ou realizar matrículas, o que pode reduzir o engajamento e até levar à evasão 

A ineficiência operacional também gera custos com suporte técnico, retrabalho e eventuais interrupções no serviço. Na soma total, os danos vão muito além da esfera financeira: uma experiência ruim ocasionada por tecnologia ineficaz pode comprometer a imagem da instituição de forma irreversível. 

A experiência da usabilidade 

Na EaD, é fundamental contar com um time de Tecnologia da Informação (TI) capaz de implementar, monitorar e aprimorar constantemente as soluções digitais oferecidas pela IES. Esses profissionais atuam nos bastidores para garantir a estabilidade dos sistemas, minimizando eventuais falhas.  

Também é importante que ocorra colaboração com outras áreas, como as de conteúdo, design e suporte, para adaptar as ferramentas às necessidades específicas de alunos e professores. Esse trabalho conjunto permite desenvolver soluções que funcionem bem e estejam alinhadas ao propósito educacional da instituição. 

Para Jackson Fernandes, a chave para desenvolver uma tecnologia eficaz é entender de que forma se dá a jornada do usuário dentro da plataforma. Nesse sentido, ele destaca a importância dos estudos de experiência da usabilidade para evitar “vícios” nas funcionalidades. 

Esses procedimentos avaliam como os usuários interagem com um produto, para garantir que ele seja intuitivo e agradável de usar. No contexto educacional, podem ser aplicados em plataformas de aprendizagem, aplicativos e outras tecnologias usadas por alunos e professores.  

“Se estou trabalhando em uma ferramenta todos os dias, para mim a jornada poderá parecer muito simples. Ao acompanhar a experiência de outra pessoa, fica mais fácil perceber o que deve ser corrigido e aperfeiçoado. É importante receber o feedback de quem não esteja habituado com a tecnologia para se ter uma visão mais exata do que está funcionando ou não”, diz o gerente executivo.

Vantagens da integração 

Outro aspecto a ser considerado é a disponibilidade. A tecnologia não pode “cair”, em horários de pico no caso da EaD, muitos estudantes optam por consumir o conteúdo à noite, o que pode ocasionar um tráfego elevado nas plataformas.  

A situação tende a se agravar ainda mais se o usuário acessar diversos produtos e serviços durante sua jornada de estudos. Nesse caso, a saída é oferecer uma tecnologia robusta e integrada, que possa suprir todas as suas necessidades.  

“Até pouco atrás, tínhamos um cenário em que era preciso fazer a gestão de cinco ou seis fornecedores, com contratos e tecnologias diferentes. Isso gerava certa confusão do ponto de vista da experiência do usuário”, afirma Rafael Alonso Silva, gerente de Produtos da +A Educação. 

Segundo ele, isso motivou o desenvolvimento da nova SAGAH, solução que oferece uma experiência de aprendizagem única. “O aluno se mantém na plataforma desde o início da jornada até o momento em que vai se formar, com todas as funcionalidades integradas dentro do mesmo ambiente. Criamos uma nivelação a partir disso, e tudo o que nascer (em termos de novos produtos) depois já vem 100% integrado ao ecossistema”, completa. 

Inovação para potencializar a aprendizagem 

Engana-se quem imagina que somente os docentes precisam estar em contínua atualização para proporcionar uma experiência de aprendizagem relevante. Com a tecnologia mudando de forma constante, os profissionais de TI devem estar sempre atentos às novidades para não correr o risco de oferecer soluções tecnológicas defasadas. 

Conforme Fernandes, se antecipar às tendências é um requisito obrigatório para quem atua na área de inovação. Foi o que aconteceu na +A Educação quando se deu o primeiro grande hype de inteligência artificial (IA). 

“Enquanto todo mundo buscava formas de oferecer algo similar ao ChatGPT, procuramos entender como aplicar a IA à nossa realidade. Precisávamos oferecer algo que fizesse sentido para o nosso sistema, e conseguimos isso a partir da aplicabilidade na busca do catálogo e ementas das disciplinas, além da correção de redações”, lembra. 

Para Alonso, a tecnologia deve potencializar a experiência não só dos alunos, mas também dos docentes que, afinal, também são usuários das ferramentas digitais. “Da mesma forma que pensamos na experiência do aluno, devemos pensar na do professor e, principalmente, no ganho operacional que isso gera. Ele não pode perder tempo desvendando a plataforma”, defende.  

“Nesse sentido, uma solução que requer zero conhecimento em tecnologia permite que os professores foquem no conteúdo e em experiências de aprendizagem significativas para o estudante”, argumenta o gestor. 

Leia mais: 

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

    You may also like

    Comments

    Leave a reply

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.