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O Ministério da Educação (MEC) lançou, no dia 2 de abril, em Brasília, a plataforma MEC Gestão Presente. A ferramenta foi criada para reorganizar o fluxo de dados da educação básica no Brasil. O objetivo é integrar, padronizar e compartilhar informações entre União, estados e municípios.
No auditório do MEC, a expectativa não era por uma novidade tecnológica, mas por um sinal de mudança.. Secretários de educação de todo o país ocupavam as cadeiras ao lado de técnicos, reitores e especialistas. Na pauta, um chamado à reorganização da máquina pública.
A ferramenta reúne dados de matrícula, frequência, notas, turmas, professores e transferências em um único ambiente digital. A intenção é permitir que gestores tomem decisões baseadas em evidências — e não mais em suposições ou planilhas descentralizadas.
O programa responde a um problema crônico da educação brasileira: a falta de interoperabilidade entre os sistemas das diferentes redes de ensino. Por isso, a plataforma digitaliza processos, automatiza tarefas burocráticas e garante que a trajetória do estudante — da creche à pós-graduação — seja rastreável, segura e acessível para as redes públicas.
A plataforma é composta por dois pilares principais: o Sistema Gestão Presente (SGP)e o Gestão Presente na Escola (GPE). O primeiro, já usado no programa Pé-de-Meia, conecta redes de ensino e consolida dados. Hoje, o SGP reúne informações de mais de 8 milhões de alunos do ensino médio — e será ampliado para o fundamental e a educação infantil. Redes de ensino interessadas têm até 30 de abril para aderir voluntariamente via Simec.
Já o GPE atua dentro das escolas. Automatiza a rotina administrativa e pedagógica das unidades: matrícula, enturmação, quadro de horários, alocação de professores e diário de classe digital. Até o registro de frequência pode ser feito offline, por aplicativo, e sincronizado depois.
Ambos os módulos operam com base no Conjunto Mínimo de Dados da Educação Básica (CMDEB), um padrão obrigatório para todas as redes — públicas, privadas ou comunitárias. A padronização é o que permite consistência, rastreabilidade e inteligência no uso das informações, sem retrabalho.
Mais do que um painel de dados, a plataforma pretende ser um instrumento de reorganização da política educacional. “Esse lançamento parte de uma estratégia de política educacional, não só de processos operacionais. Nossa ideia é organizar a gestão do ministério e das redes, porque nem tudo é sobre recursos. A gestão importa muito para a qualidade da oferta da educação”, afirmou a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt.
A iniciativa está inserida na Estratégia Nacional de Governo Digital, prevista pela Lei nº 14.129/2021. A meta de longo prazo é constituir uma Política Nacional de Governança de Dados da Educação, consolidando a Plataforma Nacional de Dados da Educação (PlatEduc) até 2026. Isso significa integrar serviços públicos, construir padrões nacionais de dados e garantir que todos os sistemas — federais, estaduais e municipais — conversem entre si.
“O MEC Gestão Presente vem de um compromisso do MEC em ter informações da trajetória do estudante e em constituir uma plataforma nacional de dados da educação. Para isso, precisamos construir uma política nacional de dados”, afirmou o secretário de Gestão da Informação, Evânio Araújo.
A adesão à plataforma inclui a adoção do CMDEB como padrão mínimo, o que facilita a rastreabilidade da trajetória escolar e amplia a capacidade de planejamento das redes. Além disso, o sistema está sendo desenvolvido para ser interoperável com diferentes tecnologias já existentes, por meio de integração via API, permitindo atualizações automáticas de dados e compatibilidade com sistemas locais.
Entre as funcionalidades já disponíveis estão:
A ferramenta GPE, voltada diretamente às unidades escolares, automatiza processos administrativos e acadêmicos — da matrícula ao diário de classe — reduzindo a burocracia e oferecendo suporte direto a diretores e professores. A plataforma também se conecta ao programa Pé-de-Meia, permitindo que o acompanhamento da frequência escolar influencie diretamente a liberação do benefício financeiro para estudantes.
O SGP, por sua vez, tem potencial de expansão com módulos futuros, como um sistema para o gerenciamento de vagas em creches — recurso importante para auxiliar redes que enfrentam sobrecarga na demanda por educação infantil.
O evento de lançamento contou com dois painéis de discussão: um sobre a criação da Rede Nacional de Dados da Educação Básica; outro sobre os desafios e oportunidades na transformação digital da gestão escolar. Representantes de estados e municípios debateram entraves técnicos, desigualdades estruturais e caminhos possíveis para adesão ampla à plataforma.
“Há 20 anos, o MEC lançou um projeto para melhorar a coleta de dados do Censo Escolar. Evoluímos muito desde então, até chegarmos, hoje, nesse dia que é um marco, um divisor de águas para a educação brasileira”, afirmou o secretário-executivo do MEC, Leonardo Barchini. “A informação é fundamental para o desenho de políticas e para a boa aplicação dos recursos públicos.”
O MEC Gestão Presente é parte do esforço da pasta para retomar seu papel de coordenação nacional, após um período de desarticulação entre os entes federativos. Seu impacto, no entanto, dependerá da adesão efetiva das redes e da vontade política de transformar dados em ação.
Por Redação
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