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É consenso: as Instituições de Ensino Superior (IES) podem – e devem – liderar ações de desenvolvimento para um futuro sustentável. O que faltava era clareza sobre os meios de alcançar esse objetivo. Agora, não falta mais.
Durante o 27º Fórum Nacional do Ensino Superior Particular (FNESP) – realizado nos dias 25 e 26 de setembro de 2025, em São Paulo –, especialistas nacionais e internacionais se reuniram para discutir o desafio. Diante de um público recorde de quase 1,8 mil pessoas, os palestrantes reforçaram que a transição para um modelo sustentável não nascerá de ações isoladas, mas de esforços coordenados.
O ponto de partida passa, essencialmente, pela preparação de líderes educacionais em larga escala e pela construção de redes de colaboração. É o que constatou o portal Desafios da Educação, que esteve presencialmente no evento e agora reúne os principais insights.
“Desenvolvimento Sustentável” foi o tema central do 27º FNESP – e da apresentação de Yuma Inzolia, chefe de formação do Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior na América Latina e Caribe (IESALC). Sua fala funcionou como um roteiro prático.
Inzolia reconheceu que as metas da Agenda 2030 dificilmente serão atingidas no prazo. Segundo ela, o que poderia acelerar o processo seria um maior envolvimento das IES, desde que guiadas por ações colaborativas. “As universidades não podem agir de maneira isolada”, alertou. “É preciso a construção de redes que irão multiplicar esforços e gerar impactos coletivos.”
Para chegar lá, a chefe de formação da Unesco defendeu a criação de universidades verdes (que consiste em um sistema de acreditação internacional, em que pelo menos 50% das instituições sejam credenciadas para operar de forma sustentável) e o desenvolvimento de currículos verdes, que incluam educação climática.
Inzolia também apresentou exemplos concretos de cooperação universitária. É o caso da
Rede de Reitores para a Sustentabilidade, coordenada pela Unesco-IESALC. A iniciativa reúne dirigentes de universidades da América Latina para compartilhar experiências, boas práticas e modelos institucionais capazes de acelerar, ao ensino superior, a integração dos
17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo a Unesco, a rede oferece acesso a pesquisas, fóruns de debate e instrumentos de planejamento para impulsionar uma transição rumo à existência de IES mais verdes.
O mercado de trabalho na economia verde também entrou em pauta. Deborah Nusche, líder de projeto da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), apresentou dados que revelam um duplo movimento: enquanto empregos em setores de alta emissão de carbono tendem a desaparecer, novas oportunidades surgem em áreas ligadas à transição energética, à inovação sustentável e à gestão ambiental.
Nusche reforçou que as competências para um futuro sustentável precisam ser definidas dentro de um contexto mais amplo de políticas educacionais. “As mudanças climáticas impactam a economia, a sociedade e setores inteiros, como energia, agricultura, indústria e edificações. Práticas não sustentáveis nesses campos exigem transformações profundas e, sobretudo, interconexões entre eles”, explicou.
Sobre o papel das instituições de ensino superior, defendeu a formação e requalificação de adultos, preparando profissionais para as novas demandas da economia verde. “Isso exige não apenas competências técnicas específicas, mas também competências transversais, como pensamento crítico e alfabetização digital.”
Se no mercado de trabalho a urgência é a qualificação de profissionais, no ensino superior a prioridade é clara: formar e valorizar professores.
O chamado para uma formação robusta encontrou eco imediato nas autoridades presentes. Cesar Callegari, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), disse que a “valorização e formação de uma nova geração de professores” é a principal prioridade do Brasil. “O maior patrimônio da educação são os professores. Formar e valorizar docentes é prioridade absoluta.”
A ideia dialoga diretamente com o que trouxe Yuma Inzolia: sem professores preparados, não haverá universidades capazes de cumprir os ODS.
Em sua apresentação, Inzolia repetiu algumas vezes a importância da formação de professores, reitores e coordenadores acadêmicos. Entre os programas já disponíveis, estão cursos online (gratuitos e acessíveis) que fornecem ferramentas práticas para inserir os ODS no dia a dia das Instituições de Ensino Superior.
“A capacitação não é um acessório na transição para universidades sustentáveis”, segundo Yuma Inzolia, “é o fator fundamental que impulsiona uma mudança de mentalidade essencial.”
Ao longo dos dois dias, a palavra “complexidade” apareceu de forma recorrente no 27º FNESP.
Sérgio Fiuza de Mello Mendes, reitor do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa) e membro do GT de Política Pública do Semesp, lembrou que, desde a década de 1970, questões como fome, poluição e planejamento urbano já eram tratadas como emergenciais – e, meio século depois, continuam sem solução definitiva. Agora, somam-se a elas as mudanças climáticas e os impactos sociais da transição energética. Enfim, a tal complexidade.
Esses dilemas foram classificados como wicked problems: problemas perversos, de difícil resolução e sem resultados previsíveis.
A sustentabilidade talvez seja o maior wicked problem do século 21. Para enfrentá-lo, é preciso transversalidade. Ou seja, envolver todas as áreas do conhecimento. E cooperação internacional. Por isso, a visão que emergiu do evento é a necessidade de formação de um ecossistema interconectado – o que para Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, certamente inclui ouvir os jovens, a geração que herdou os atuais desafios climáticos e sociais.
Um retrato inédito da situação nas IES brasileiras foi revelado com o lançamento do Sistema de Avaliação da Sustentabilidade (SAS Semesp). Baseado em um estudo intitulado Presença de Sustentabilidade nas IES Brasileiras - Diagnóstico das políticas, estratégias e ações de sustentabilidade nas IES, realizado com 154 instituições, o sistema mostra que as iniciativas de sustentabilidade ainda estão longe do ideal.
Segundo Francisco Elíseo Fernandes Sanches, pesquisador que coordenou o desenvolvimento da ferramenta, as ações estão mais concentradas nas operações do campus e na pesquisa. Por exemplo: o Centro Universitário Unileão, no Ceará, instalou mais de 3 mil placas solares para gerar energia para os campi sem custos adicionais aos alunos. Já a Wageningen University & Research (Holanda) conta com critérios rigorosos que conseguiram reduzir em 95% o consumo de gás natural na instituição.
Sanches alerta que, no geral, as ações de sustentabilidade ainda falham no ponto mais elementar e essencial: a sala de aula. “Há uma baixíssima incorporação da sustentabilidade nas atividades de ensino, especialmente nos currículos”, afirmou.
A fala de Sanches ecoa a necessidade, apontada pela Unesco, dos “currículos verdes”. O diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, afirmou que o novo Sistema de Avaliação da Sustentabilidade permitirá “ter um olhar estratégico sobre como esse processo pode impulsionar a transformação no ensino superior”.
Ao fim de dois dias intenso de trocas e apresentações, o 27º FNESP deixou claro que o futuro sustentável começa nas salas de aula – e se espalha quando há cooperação, estratégia e compromisso.
Quem passou pelo FNESP notou um selo verde estampado no estande da
Plataforma A. Ele marcava o reconhecimento de segundo lugar na premiação de “Estandes Sustentáveis”, entregue no palco ao diretor
Vinicius Dias. Mais do que um adesivo simbólico, era o atestado de que a empresa conseguiu traduzir em prática o espírito do congresso.
A escolha não foi por acaso. O lançamento das maletas e kits didáticos já respondia à lógica de compartilhamento: materiais pensados para circular entre polos, ampliando o uso e evitando desperdícios. O estande inteiro reforçava esse espírito. Em vez de folhetos que logo iriam para o lixo, visitantes encontraram iPads com demonstrações de produtos e um painel de LED exibindo histórias de sucesso de parceiros.
Entre os detalhes mais lembrados estavam as cartinhas imersivas, já conhecidas por quem acompanha a Plataforma A em eventos. Diferente de folhetos comuns, elas funcionam como peças de coleção, cada uma contando com um QR Code que leva a imagens e descrições de soluções como laboratórios virtuais, vídeos em 360º e Unidades de Aprendizagem (UAs). Por serem colecionáveis, acabam resistindo ao descarte rápido, reforçando a ideia de engajamento e permanência.
Foi esse conjunto de escolhas, alinhado ao debate maior do congresso, que garantiu à Plataforma A o lugar no pódio.
Por Redação
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