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O que são os embaixadores das IES e como atuam

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Estudante das graduações de Logística e Processos Gerenciais da Universidade La Salle (Unilasalle) no município de Tijucas, em Santa Catarina, Mitchell Luiz dos Santos Aredes ficou curioso quando ouviu falar que havia a possibilidade de garantir uma renda extra dentro da própria instituição de ensino superior (IES). Hoje, o jovem de 19 anos é um dos destaques do Programa de Embaixadores Lassalistas, cujo objetivo é captar novos alunos para a universidade e difundir sua marca.

Em cerca de um ano como embaixador, Mitchell Luiz já realizou quase 70 indicações, ajudando a efetivar pelo menos 30 matrículas. “Acredito que o programa é uma maneira de fomentar a educação no Brasil, pois conseguimos divulgar a qualidade do ensino da Unilasalle e mostrar seus diferenciais. Além disso, ele leva mais acadêmicos ao mercado de trabalho e beneficia seus indicadores com comissões”, elogia.

Mitchell Luiz faz parte de uma comunidade exclusiva, de indicação premiada, na Universidade La Salle (Crédito: Acervo Pessoal)

O bom desempenho de Mitchell Luiz é mérito dele próprio, mas também diz muito sobre a estratégia por trás do programa. Ao incentivar pessoas que tenham um vínculo orgânico com a IES, a Unilasalle consegue fazer com que o trabalho de captação de matrículas se torne um processo mais fluido, gerando resultados que uma campanha de marketing tradicional não conseguiria proporcionar.

O poder do boca a boca

Em um mercado altamente competitivo como o do ensino superior, as universidades têm buscado alternativas cada vez mais diversificadas para a captação de matrículas. Uma abordagem bem-sucedida é estimular “pratas da casa” (alunos, ex-alunos, parceiros e colaboradores) a se tornarem embaixadores da IES.

Para a maioria das pessoas, o melhor canal de vendas ainda é o velho marketing boca a boca — ou Member Get Member (MGM). Um modo de calcular o grau de satisfação dos alunos e, portanto, transformá-los em defensores da sua marca, é por meio de pesquisas de Net Promoter Score (NPS). Nesse caso, porém, a recomendação acontece de forma passiva.

Ao institucionalizar a estratégia de divulgação MGM e adotá-la de forma recorrente, as universidades conseguem potencializar o ingresso de novos alunos. Foi isso o que a Unilasalle fez ao criar um programa em parceria com a edtech Saber em Rede, especializada em captação de matrículas.

Como funciona o Programa de Embaixadores Lassalistas

Lançado em agosto de 2023, o Programa de Embaixadores Lassalistas é uma ação de indicação premiada, pela qual os embaixadores recomendam cursos da instituição a amigos e familiares. Podem participar maiores de 18 anos matriculados na universidade ou que tenham se graduado nela, além de parceiros de polos e colaboradores (exceto os do time comercial). Em troca, eles recebem comissões em dinheiro a cada matrícula realizada.

Card da Universidade La Salle para divulgação do Programa de Embaixadores Lassalistas nas redes sociais (Crédito: Reprodução/Facebook)

Para garantir a eficácia do programa, foram definidas algumas estratégias, como estabelecer que produtos seriam ofertados (cursos de graduação e pós-graduação lato sensu) e o valor da comissão. Ficou estabelecido que a recompensa seria de R$100,00 por matrícula, sem restrição ao número de indicações por embaixador ou embaixadora.

A CEO do Saber em Rede, Laila Martins, ressalta que a iniciativa permite dar um novo destino à verba reservada para o Custo de Aquisição de Cliente (CAC). Com a proposta de investir em embaixadores, esse dinheiro, utilizado para garantir uma nova matrícula, deixa de ir para plataformas de publicidade como o Google Ads ou redes como o Instagram.

“A tendência de as pessoas aderirem a campanhas patrocinadas vem perdendo força. Criamos o Saber em Rede para que os consumidores de um determinado produto ou serviço educacional possam indicá-lo aos seus amigos. Em troca, recebem uma comissão, que nada mais é do que esse CAC”, diz.

Dessa forma, a instituição consegue direcionar os recursos para sua própria comunidade acadêmica. Para Martins, manter o investimento dentro dessa comunidade é fomentar um “empreendedorismo que fecha seu ciclo”.

“É o caso da Unilasalle, onde conseguimos potencializar o trabalho de muitos alunos e ex-alunos, inclusive nos polos de educação a distância (EaD). Com essa comunidade engajada em promover a transformação educacional, todo mundo sai ganhando: a IES, que capta mais matrículas; o embaixador, que recebe a comissão; e o novo aluno, que tem acesso a um ensino de qualidade”, afirma a CEO.

Ampliando oportunidades na educação

De acordo com a analista de marketing Michele Rodoi, uma das gestoras do programa da Unilasalle, a iniciativa foi adotada por conta do grande potencial de público da marca — cerca de 240 mil pessoas.

Embora seja baseada em Canoas, no Rio Grande do Sul, a IES conta com 60 polos EaD espalhados pelo Brasil, mais de 400 colaboradores, 16 mil alunos e outros 180 mil formados ao longo de 48 anos de história. Além disso, faz parte da Rede La Salle, que atende a mais de 47 mil estudantes em suas 45 comunidades educativas.

“Aproveitamos essa oportunidade para promover ainda mais a educação de qualidade no ensino superior com um programa que beneficia tanto a comunidade, através de renda extra, como também nos impulsiona nos resultados institucionais”, explica Rodoi. Segundo ela, a média da base de embaixadores que já realizaram alguma matrícula chega a 20%, enquanto a taxa de conversão de inscritos para matriculados é de 58,6%.

Trabalho reconhecido

Os números do Programa de Embaixadores Lassalistas representam um apoio importante para as metas institucionais da universidade. No total, a iniciativa já conta com mais 850 embaixadores, cerca de 1.200 indicações e 687 matrículas.

Na graduação, a IES registrou 468 matrículas via embaixadores no primeiro semestre de 2024, o que representa 11,34% dos 4.670 novos alunos. Já na pós-graduação, até o mês de maio foram 1.392 matrículas, sendo 140 (10,05%) pelo programa.

Esses resultados levaram a Unilasalle a ser uma das finalistas do Prêmio Top de Marketing da ADVB/RS (Associação de Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil), na categoria Transformação Digital.

A universidade também concorre ao Troféu Maria Elena Johannpeter, pelos esforços para oferecer abrigo emergencial à população de Canoas, afetada pelas enchentes de maio de 2024. A cerimônia de premiação ocorrerá no dia 24 de outubro, a partir das 17h, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre.

Leia mais: 

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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