Em comemoração ao Dia da EAD, celebrado em 27 de novembro, o Grupo A promoveu o EAD Talks. Durante quatro dias, foram transmitidos webinars gratuitos que reuniram gestores, professores e demais profissionais do ramo da educação para discutir as tendências, os desafios e o futuro da educação a distância no Brasil.
O portal Desafios da Educação resumiu os principais tópicos do EAD Talks. Confira.
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Como preparar os professores na era da EAD
Pedagoga e especialista em EAD, Caroline Bohrer foi a primeira convidada do EAD Talks. Ela compartilhou diversas dicas sobre práticas inovadoras para os professores, que podem fomentar o engajamento dos alunos na EAD.
Bohrer, que também é autora do livro Recomendação Pedagógica em Educação a Distância, salientou a importância de conceitos como metodologias ativas e educação por competências. Para ela, o professor e o tutor EAD precisa saber aprender, ter conhecimento técnico-pedagógico e pensar as práticas pedagógicas sempre em uma perspectiva social e afetiva.
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Como planejar a EAD
No segundo dia do EAD Talks, Daniel Infante, sócio-diretor da consultoria Educa Insights, compartilhou experiências e dicas para iniciar a operação na modalidade a distância.
A primeira dica é: não fugir da EAD. “Hoje, a EAD é a principal vertical de penetração de mercado”, afirmou Infante. A segunda dica é que o segredo do sucesso não está associado ao volume de polos: poucos representam muito. O mercado já está operando em um cenário de plena oferta, muito por conta do decreto 9.057/2017, que flexibilizou a abertura de polos de ensino a distância.
“O modelo de entrar com muitas unidades e ramificar a rede em uma perspectiva regional e nacional não funciona mais”, disse.
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Dentro desse cenário, a força da marca local faz muita diferença. Segundo levantamento realizado pela Educa Insights, de 41 marcas que iniciaram sua operação em EAD em 2018 (23 em capitais e 18 no interior), mais de 90% delas cresceu em suas regiões de origem.
Mas atenção: o valor da mensalidade cobrada tem de estar dentro dos parâmetros de mercado – que, nesse caso e atualmente, gira entre R$ 200 e R$ 300.
A terceira dica é ter a captação como um dos principais pilares para o crescimento. Segundo Infante, a operação na EAD não sobrevive sem inteligência comercial.
Depois de preparar a estrutura organizacional, que deve funcionar de forma isolada do presencial, é preciso planejar a curva de matrículas dentro do padrão de mercado. “Existe uma lógica no setor que guia toda a estratégia durante o ciclo de captação”, explicou Infante. Por exemplo, já é conhecido que boa parte das matrículas acontecem apenas após a virada de ano.
No entanto, tenha em mente que o planejamento não é uma ciência exata. Seja flexível e responda rápido às ações de mercado.
Por fim, a quarta dica é apostar no modelo híbrido. “Ele é o caminho para a inovação no ensino superior”, falou Infante no EAD Talks. Um dos grandes desafios para o sucesso do híbrido está na definição do modelo, já que no mercado não existe um padrão. Assim, a chance de inovação é alta. “Explore os atributos de qualidade da marca, use a estrutura e saiba traduzir isso para mais ou menos presencialidade.”
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Gestão de times de alta performance na EAD
Especialista em educação a distância e gerência de equipes, Fernanda Furuno comandou a terceira apresentação do EAD Talks. O destaque foi a utilização de uma metodologia ativa que fez os participantes interagirem com Furuno ao longo da apresentação.
A especialista destacou que o sucesso de um time EAD não está necessariamente associado ao seu tamanho, mas sim na qualidade dos profissionais. Em times de alta performance, a qualidade impacta na quantidade – de tempo, dinheiro, desperdício e retrabalho.
Leia mais: O que define um time de alta performance na EAD
Entre as características principais de um time de alta performance, citadas por Furuno, estão autogerenciamento, multidisciplinaridade e competitividade.
Outros pontos abordados foram a necessidade de capacitar os profissionais e a de descentralizar o poder dos líderes. Isso desenvolve nos profissionais da equipe empoderamento, autonomia e responsabilidade.
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Força regional na EAD
O EAD Talks encerrou com um bate-papo entre três dos responsáveis pela estratégia de EAD do Centro Universitário de Lavras (Unilavras), de Minas Gerais: Luiz Felipe Argenta, da área de Expansão e Novos Negócios da IES; Marcelo Viana, diretor de graduação; e Cássio Pereira, pró-reitor acadêmico.
A IES mineira entrou na EAD em 2015 – mas não teve sucesso logo de início. Frustrados pelo baixo número de matrículas convertidas nas primeiras ofertas, a IES buscou auxílio de empresas especializadas no setor para desenvolver um modelo de negócio ideal à instituição.
Em 2017, um novo plano foi colocado em prática. A Unilavras investiu em captação, soluções tecnológicas, reputação de marca e produção própria de material didático. E essa foi a grande virada de chave: entender o cliente e focar na experiência do aluno.
De acordo com Luiz Felipe Argenta, o grande erro da IES foi copiar modelos prontos, adotar portfólios dito como recomendáveis e praticar preços que o mercado não aceitava. “É preciso fazer algo compatível com a realidade, com a região e com a história da instituição”, disse ele.
Desde 2017, quando passou a apostar com mais vigor em soluções tecnológicas, inteligência de mercado e na reputação da marca, a Unilavras viu sua presença regional ganhar musculatura. O market share local da IES chegou a 39%, conquistando uma fatia de mercado antes dominada por Unopar, Anhanguera e Uninter.
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