O Dia do Professor é celebrado no Brasil em 15 de outubro. A data faz alusão à chamada Lei Geral relativa ao Ensino Elementar, que instituiu escolas de primeiras letras em vilarejos na época do Império, em 1827.
Quase 200 anos depois, o Dia do Professor é uma das celebrações mais importantes do calendário escolar. Mais que uma comemoração, é um bom motivo para exaltarmos a importância do professor – personagem imprescindível da vida brasileira, que tem como missão formar, acolher, estimular e desafiar seus alunos.
Vivemos tempos difíceis e vida de professor nunca foi fácil, como evidencia as muitas reportagens e artigos publicados aqui no portal Desafios da Educação.
Mais recentemente, uma pesquisa do Movimento Profissão Docente mostrou que, ao final da carreira, o professor das redes estaduais do País recebe, na média, apenas 50% do que ganhava ao ingressar na profissão. Isso mostra que a experiência e o aperfeiçoamento acadêmico adquirido ao longo dos anos pelos professores não são valorizados.
Outro obstáculo é a absoluta falta de estrutura das salas de aula: nada menos do que um terço dos professores da educação pública trabalha com mais de 300 alunos por ano. Divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, o indicador é baseado em dados da Fundação Carlos Chagas. Também é 50% superior ao de países como Estados Unidos, França e Japão.
Obviamente, esse cenário estressante dificulta o trabalho pedagógico e desmotiva os estudantes. Não à toa, mais da metade dos docentes considera insuficientes os recursos financeiros disponibilizados às escolas públicas do Brasil, conforme o Censo Escolar de 2022 do Ministério da Educação.
Desse modo, não é de surpreender também que cerca de 19% dos formandos em licenciaturas estejam dispostos simplesmente a desistir da carreira docente, como aponta questionário aplicado aos inscritos no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) de 2021.
Na área de exatas, a situação é pior – a desistência atinge 7 em cada 10 formandos, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
Não deveria ser assim
A carreira de professor deveria ser uma das mais bem pagas do Brasil. Também deveria de dispor de condições de infraestrutura invejáveis, para que pudesse cumprir sua missão da melhor maneira possível.
Poucos se dão conta do quanto a carreira docente é decisiva para os destinos de uma nação. Afinal, uma educação de qualidade resulta em maior produtividade para a economia – não esqueçamos que trabalhadores qualificados produzem mais e melhor, aumentando o potencial de crescimento econômico e geração de emprego e renda.
Além disso, um país mais educado gasta menos dinheiro com saúde pública e alcança grau de segurança mais elevado, já que a criminalidade tende a ser mais baixa. Em contrapartida, ensino deficitário e precário reforça as desigualdades sociais e compromete o futuro de sucessivas gerações.
Por tudo isso, é preciso exaltar o papel de professores e professoras. São eles e elas que constroem o futuro do país, ao formarem os líderes sociais do amanhã.
Você talvez não tenha se dado conta, mas o presidente da República que vai governar o país logo ali adiante está sendo formado, neste momento, em uma sala de aula. Literalmente, o nosso futuro está nas mãos do professor, o construtor do futuro.
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